Vida de Inseto (1998)

Miguel Serpa
15 min readAug 1, 2019

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Vida de Inseto é uma animação de 1998, sendo o segundo longa-metragem lançado pelo estúdio Pixar após sua estreia com Toy Story, três anos antes. Assim como seu antecessor, ele é assinado por John Lasseter, e co-dirigido por Andrew Stanton, uma das vozes criativas originais da casa de animação e que se tornaria um de seus principais diretores. Baseado levemente no conto A Cigarra e a Formiga, e em Os Sete Samurai, de Akira Kurosawa, o filme conta a história de uma colônia de formigas que é explorada por um bando de gafanhotos, que as força a coletar comida para eles, até que uma das formigas habitantes da colônia, o protagonista Flik, decide ir atrás de insetos estrangeiros que lhes ajude a afugentar os gafanhotos.

Talvez mais memorável do que o filme em si, no entanto, é a sua rivalidade com outro filme em CGI sobre uma colônia de formigas que estreou naquele mesmo ano; FormiguinhaZ, o primeiro filme da DreamWorks que também viria a se tornar um gigante da animação hollywoodiana com o passar dos anos — uma rivalidade fabricada e que estava fadada a acontecer desde a concepção desta segunda obra. Veja bem; um dos três fundadores da DreamWorks era ninguém menos que Jeffrey Katzenberg, o outrora chefe do departamento cinematográfico da Disney que ajudo a revitalizar a capenga companhia nas décadas de oitenta e noventa, até sair de lá de forma desonrosa, quando Michael Eisner, o CEO, se recusou a promovê-lo. Com sangue nos olhos, Katzenberg jurou vingança, e estava disposto a consegui-la não importando quem tivesse que atropelar no meio do caminho. É por isso que, quando ele fundou a DreamWorks, em parceria com seu agente David Geffen, e nenhum outro do que Steven Spielberg, uma de suas primeiras ações foi trair o seu amigo John Lasseter, roubando a ideia de seu próximo filme, que o mesmo tinha lhe confidenciado, assim resultando em uma disputa pública entre as duas produções e seus respectivos idealizadores. Katzenberg explicitamente apressou a produção de FormiguinhaZ para que que o mesmo estreasse antes de Vida de Inseto (o que explica os seus visuais grotescos e precários mesmo para os padrões da época) em uma tentativa de chantagear a casa do Mickey Mouse e fazê-la adiar a estreia deste outro filme para que o mesmo não competisse com aquela que deveria ser a estreia da DreamWorks; O Príncipe do Egito. A Disney não cedeu, e o resultado foram dois filmes sobre uma sociedade de formigas realizados em animação computadorizada sendo lançados com quarenta dias de diferença — mesmo sendo lançado mais tarde, Vida de Inseto foi o claro vencedor da disputa, fazendo três vezes mais da arrecadação de FormiguinhaZ (o que eu espero que tenha servido de lição para Katzenberg sobre não lançar filmes de forma apressada de maneira que sua animação seja horripilantemente pobre apenas por uma rivalidade mesquinha).

Com tudo isso dito, no entanto, o fato de que esta rivalidade e o drama dos bastidores serem o elemento mais interessante a se tirar destes dois filmes atesta para as suas respectivas qualidades — e, sim, esta é a minha maneira de insinuar que eu não acho que Vida de Inseto seja grande coisa.

Não é que ele seja um filme ruim nem nada do tipo, é um pequenino filme de aventura que fez parte da minha infância, e pelo qual obviamente eu nutro um carinho nostálgico. Mas se olharmos para ele para além deste ângulo da nostalgia, descobriremos que o mesmo não pode exatamente se equiparar ao melhor do melhor que a Pixar já ofereceu a um público de cinema, ficando por ali na escala mediana de sua filmografia. Acontece que, com Vida de Inseto sendo apenas o segundo filme do estúdio, ele passa a sensação de que a casa e seus animadores não sabiam muito bem para onde seguir e que imagem construir, uma Pixar antes de se tornar a ‘Pixar’, então, ao dar seguimento para a sua estreia, Toy Story, um filme que não apenas inovou ao ser o primeiro longa em CGI já lançado, como também desafiou as convenções pelas quais seguiam os filmes animados para o público infantil e familiar da época, sua principal preocupação parecia ser construir um filme que girasse em torno de outro universo e criaturas relativamente fáceis de animar com sua tecnologia que ainda estava engatinhando — eles já haviam trabalhado com brinquedos, então que tal insetos agora? O resultado é que a narrativa em si parece ficar para escanteio, não possuindo o brilhantismo e sofisticação do filme de Woody e Buzz, e nem os de muitas das obras subsequentes, sendo a Pixar um estúdio que se construiu em cima da reputação de fazer animações infantis mais grandiosas e ousadas — ao invés, o filme das formigas é mais básico, se prendendo à convenções genéricas e clichês, que nos passa a sensação de já termos visto todos os seus rumos narrativos antes.

Eu não falo isso por causa da inspiração que tal filme busca em Os Sete Samurai, já que eu não acho que esta premissa dos humildes fazendeiros que vão pedir ajuda a heróis para que lhes protejam de vândalos seja uma que especificamente foi repetida à exaustão (e, sim, eu sei que Sete Homens e um Destino existe), especialmente sob a perspectiva do público infantil, que não deve estar familiarizado com os trabalhos de Kurosawa e faroestes dos anos sessenta, mas é mais o que Stanton (o principal roteirista aqui) e sua equipe aderiram a essa premissa. Mais uma vez nós temos aqui a história de um protagonista excêntrico, que não se integra em sua sociedade e é incompreendido, na forma de Flik, um cientista que pensa em maneiras diferentes de se coletar comida, através de suas invenções ousadas e criativas que tornariam o processo todo mais rápido, mas é diminuído pelo restante da colônia que o enxergam como um fardo por sua maneira de pensar ‘fora da caixa’, além do mesmo não ver porque as formigas deveriam servir aos gafanhotos, desafiando a forma com que sua colônia funciona e vê e se relaciona com o mundo. Então já imediatamente nós sabemos mais ou menos o que vai acontecer; Flik será constantemente minado e feito de chacota pelo resto de seu meio, que não entende suas ideias únicas, até que, em sua busca por provar seu valor para os outros, suas habilidades únicas se provarão sendo a única coisa capaz de salvar o dia, e o mesmo finalmente será aceito e terminará ovacionado e tendo mudado o ponto de vista dos outros ao seu redor. Não é que esse modelo narrativo seja ruim por conta própria, ele é válido e, claro, traz mensagens básicas sobre respeito às diferenças e a noção de que todos têm seu valor para as crianças, mas o filme não faz nada de suficientemente estimulante ou próprio com tal arquétipo para nos fisgar e nos fazer esquecer de que nós já vimos tudo isso antes.

Mas o que realmente engessa Vida de Inseto de vez e o afunda em um mar de clichês é a introdução dos insetos que Flik busca para salvar sua colônia, após uma de suas invenções falhas ser a responsável por estragar a colheita que as formigas haviam preparado para os gafanhotos parasitas, que dão uma segunda chance para que as mesmas refaçam o trabalho e ameaçam retalhar caso não estejam satisfeitos com o serviço. Não é que estes personagens sejam ruins, mas sim o encaminhamento que a obra dá a eles que é sonolentamente previsível e tira qualquer entusiasmo de se acompanhar o desenrolar da história; estes insetos, na realidade, são artistas circenses, que, após um mal entendido, são os escolhidos por Flik para defenderem a colônia dos gafanhotos — a formiga acredita que os mesmos sejam de fato guerreiros capazes de defender a colônia dos gafanhotos, enquanto que a trupe acredita que Flik é um caçador de talentos querendo assinar artistas para uma performance. Não é muito difícil de prever o que acontecerá a partir de então, com todo o restante do filme se construindo em cima deste conflito fabricado de maneira preguiçosa, e os personagens passando o restante da história ou confusos sobre o que está de fato acontecendo, em um primeiro momento, ou tentando acobertar sua mentira e impedir que o restante descubra, em um segundo, e tudo isso levando ao óbvio encerramento do segundo ato, onde a verdade é descoberta e o grande drama se instala, com o momento ‘você mentiu pra mim’, que obviamente será desfeito e os personagens precisarão unir forças no ato final e se reconciliarão — esta ‘revelação do mentiroso’ está presente em tantas animações infantis, e é provavelmente o clichê que mais me cansa por ser uma maneira tão óbvia e preguiçosa de se gerar conflito em determinada narrativa, e é particularmente decepcionante ver a Pixar, hoje conhecida por suas histórias robustas, não só tendo que recorrer a tal clichê, mas construindo todo um filme ao redor do mesmo. Ainda mais frustrante é descobrir que em uma das primeiras versões da história este clichê não seria usado e os insetos circenses iriam conscientemente enganar as formigas antes de passarem por uma transformação de consciência, o que certamente seria um caminho mais único e dotaria estes personagens com maior personalidade, mas esta ideia foi considerada muito difícil de se desenvolver de forma que tais insetos não despertassem a antipatia do público, e a história teve que ser mudada para encaixar o clichê mais básico do mundo.

Os personagens tampouco possuem a identidade própria que falta no enredo, apesar de não serem de todo ruins, também podendo ser vistos como meros arquétipos que já vimos em diversos outros lugares. Tomemos Flik, por exemplo; como já estabelecido, ele é mais um exemplo do protagonista excêntrico e incompreendido, que é motivo de risadas para os demais por se diferenciar da norma, apenas para provar a todos do contrário no final e encontrar o seu lugar ao sol. Mas o problema com o personagem também se encontra mais abaixo — não é que seu arco seja clichê e previsível (e é), mas sim que até mesmo este arco não é executado de maneira totalmente satisfatória. Logo em sua primeira cena, Vida de Inseto já estabelece que o protagonista aqui é um inventor, usando uma de suas invenções para colher grãos mais efetivamente do que a maneira manual e tradicional usada pelo restante da colônia — algo que ele é julgado por fazer. Assim, ele se diferencia do padrão social imposto, e o filme parece estar brincando com o tema da ‘individualidade X coletividade’, já que o resto da colônia não aceita suas diferenças e espera que o mesmo se adeque a o que é socialmente aceito, e o terreno é preparado para que haja uma virada na mentalidade coletiva da colônia, e eles entendam que diferenças são bem-vindas e sejam receptivos às particularidades de Flik — a própria rainha das formigas fala a Flik “Eu nunca vi uma formiga colocar suas vontades acima das necessidades da colônia”, fortemente cimentando o embate entre individualidade e coletividade.

Mas aí é que está, este ponto temático nunca chega a ser concluído (?). Ao invés, a posição de Flik como um inventor acaba não levando a nada no final das contas (a invenção que o mesmo bola para afugentar os gafanhotos — um pássaro feito de folhas — falha), e a forma que as formigas encontram de vencerem os gafanhotos é se aliando e trabalhando juntas, então, sim, a coletividade e o trabalho em grupo realmente são a resposta — o que não é uma conclusão com a qual eu tenho algum problema, só pra deixar claro, se estamos sendo honestos eu até prefiro esta ideia de que o coletivo supera o indivíduo, sobretudo se tratando de filmes americanos, que tantas vezes colocam o foco na individualidade — mas esta conclusão não mescla tão bem com o que estava sendo mostrado anteriormente, deixando uma ponta solta no enredo, e abandonando pontos temáticos que antes pareciam estar no cerne da obra.

Além de Flik, os outros personagens também não são dos mais estimulantes de todos; nós temos Dot, a filha mais nova da rainha, cuja principal função no filme é ser a criança fofa e adorável, que encanta o espectador e apoia o protagonista. Atta é a princesa mais velha e a próxima na linha de sucessão, que tem todos os ingredientes para ser uma personagem interessante, com seu arco gerando em volta de seus receios por estar tomando uma posição tão grande, não querendo desapontar seu povo e nem cometer nenhuma espécie de erro e duvidando de suas capacidades como monarca — mas até ela é sabotada por ter que preencher um arquétipo repetitivo, a do par romântico do protagonista, que começa antagonizando-o até que se rende ao amor pelo mesmo (em mais um elemento que decepciona uma vez que comparado a o que a Pixar veio a se tornar, sendo este um estúdio que majoritariamente se manteve afastado do romance, que dita tantos filmes da Disney, ainda mais executados de uma maneira previsível como esta). Já os insetos circenses nunca são dotados de maior personalidade própria que os diferencie entre si, e ao invés todos eles funcionam meio que de forma intercambiável, sendo todos alívios cômicos, e o fato de haver muitos deles faz com que o filme nunca possa se focar nos mesmos, assim nenhum deles deixa seu impacto e se fecham de forma imemorável (eu não saberia dizer o nome de um deles sequer sem pesquisar primeira), ainda que minimamente divertidos quando a obra lhes dá espaço para ser — compare-os com os secundários de Toy Story e a diferença entre o carisma e a durabilidade dos dois grupos se tornará óbvia. As grandes estrelas aqui são os gafanhotos, sobretudo seu líder, Hopper (excelentemente dublado, tanto por Kevin Spacey, quanto por Márcio Simões), que possui a personalidade maquiavélica e a essência ameaçadora dos vilões clássicos da Disney, sendo possivelmente o antagonista da Pixar que mais se aproxima àqueles de seu estúdio irmão.

Um elemento para o qual eu tenho que tirar o chapéu para Vida de Inseto, no entanto, é a animação, que já mostrava um certo avanço dos dias de Toy Story, mesmo sendo meros três anos mais novo que este. É também interessante, porque Vida de Inseto foi um filme muito mais difícil de animar, e que tomou muito mais riscos neste sentido do que Toy Story; um desses riscos, e talvez o principal deles, foi a existência de cenas muito populosas — muitos quadros no filme são ocupados por mais de quatrocentos insetos, o que não era fácil de animar, sobretudo no período onde a animação gráfica começava a dar os seus primeiros passos (sendo este apenas o quarto longa animado em CGI a existir), com um programa específico sendo desenvolvido para a multiplicação de indivíduos e pequenas diferenciações sendo aderidas a cada cópia — assim assegurando que nenhuma formiga fosse idêntica a outra. A ambientação natural do filme também é bem mais exuberante e rica do que os planos externos de Toy Story, com o time de animação aqui já conseguindo construir espaços com maior detalhamento, como o gramado quando visto pelo ponto de vista das formigas, que se torna uma floresta. Avanços na parte da iluminação também foram realizados na produção do filme, com um programa específico desenvolvido por Ed Catmull, subsurface scattering, que se encarrega da iluminação quando a mesma atinge um objeto translúcido e se espalha, como por exemplo quando o sol bate nas folhas. O filme captura os diferentes posicionamentos do sol e como ele interage com o ambiente, seja quando ele se põe ou quando ele está no topo. Vida de Inseto realmente faz um bom trabalho ao recriar o ambiente natural, e é de maneira geral bem mais massivo e épico do que Toy Story, com planos largos que podem capturar toda a riqueza dos cenários e o nível de detalhamento aderido pelos animadores.

Um conceito que foi continuado de Toy Story foi a ideia de brincar com escalas, mas ao invés da vida vista pelo ângulo dos brinquedos, aqui nós temos o ponto de vista dos insetos, o que, mais uma vez, dá pano para inventivas e estimulantes sequências de ação, a medida que esses personagens interagem com o seu ambiente, mais uma vez excelentemente dirigidas e montadas por Lasseter e seus animadores. Muitos conceitos criativos são aderidos nos momentos mais movimentados de Vida de Inseto, como a chuva, que se transforma em uma chuva de meteoros que dá espaço a um alagamento, ou a presença ominosa de um pássaro, que aqui é um monstro de proporções mitológicas — além de responsável pela morte mais horrífica e tenebrosa já retratada em uma animação infantil.

Outra faceta interessante de Vida de Inseto que o eleva a um novo patamar é a leitura que pode ser feita do mesmo, de caráter estranhamente revolucionário e radical para uma animação infantil estadunidense. É interessante perceber a forma com que o filme trabalha com o conceito de classes, e como elas interagem entre si. Os gafanhotos, claramente a classe dominante, subjugam as formigas a trabalharem para eles ao invés de para ganho próprio, colhendo alimentos e doando seu trabalho braçal para estes outros insetos. A forma que Hopper, o líder dos gafanhotos, arranja para colocar a colônia em cheque e impedir que as mesmas se rebelem contra seu sistema opressivo, é através da alienação e do terror psicológico, martelando na cabeça das mesmas que elas são inerentemente fracas e seu lugar natural é de fato abaixo dos gafanhotos, não possuindo nenhuma espécie de direitos — ele mesmo sabe que se as formigas ganharem consciência de sua própria situação e se rebelarem contra os gafanhotos, ele e os seus estariam perdidos, como discursa para seu bando em um determinado momento do filme. No final, é exatamente isto o que acontece; Flik se impõe a Hopper, e assim faz o restante das formigas perceberem que elas são mais numerosas que os gafanhotos, e que, juntas, também são mais poderosas, não precisando abaixar a cabeça e se deixar ser exploradas e oprimidas, expulsando os antagonistas, e “tomando os meios de produção” (a colheita) para si.

É uma forma interessante de se ler o filme e já o torna muito mais rico do que o mesmo aparenta ser, apesar de, infelizmente, eu duvidar de que esta temática revolucionária seja passada intencionalmente pelos criadores por trás do filme (não que isto desvalide tal leitura de qualquer forma, já que intenção autoral não deve nunca ditar a forma com que qualquer pessoa interage com um texto), ao invés sendo mais um subproduto, provavelmente, das morais mais simples que Vida de Inseto visa passar para o público infantil, como encontrar seu próprio valor, se defender de injustiças e ‘a união faz a força’, mas, ainda assim, essas morais mais simples não estão tão afastadas dos tais ideais revolucionários expostos no parágrafo acima, e vê-lo desta maneira ao menos o dosa com um pouco mais do substância do que a básica premissa e forma narrativa genérica com os quais o mesmo trabalha por toda a sua duração, ajudando com o que o mesmo se feche como um desapontamento menor do que poderia ter sido.

No final das contas, no entanto, não há temática revolucionária acidental que ajude Vida de Inseto a se elevar para o patamar dos melhores filmes da Pixar. Não é nem que eu ache o filme ruim — como eu disse, ele fez parte da minha infância, e eu naturalmente nutro um carinho pelo mesmo. Eu o acho um entretenimento inofensivo, é fofo, engraçadinho, as cores são vibrantes e a história, apesar de básica, possui momentos divertidos o suficiente para manter o espectador fisgado até o final, mas, no plano geral, é difícil se livrar da sensação de que este filme soe mais como um episódio estendido de um desenho animado — o que significa que, sim, ele é divertido e mais do que o suficiente para prender a atenção de quem o assiste, mas falta no mesmo a maior dose de substância que o faça se equiparar aos gigantes do cinema animado que formam muitos de seus companheiros de estúdio.

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