Um robô assassino moldou minha vida

Miguel Olímpio
14 min readJul 23, 2020

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Por Miguel Olímpio

Arnold Schwarzenegger na pele do Exterminador no filme original, de 1984

Sim, eu sei, o título do artigo está errado. O T-800 CSM 101 não é um robô, é um ciborgue. Em sua matriz, pode até ser considerado um robô, mas, em sua composição final, é um ciborgue, afinal, segundo o próprio, é um organismo cibernético, tecido vivo sobre um endoesqueleto de metal. Mas chega destas tecnicalidades, que só um doente pela duologia original, como eu, sabe. “Uma máquina é deslocada a 1984 a fim de eliminar a mãe do futuro líder da humanidade”, pois é…. sem rodeios, esta é a sinopse de “O Exterminador do Futuro” (“The Terminator”, no original).

Costumo dizer que as duas primeiras coisas que uma pessoa acaba sabendo sobre mim é que sou torcedor (nem tão mais fanático assim) do São Paulo Futebol Clube e que sou aficionado por filmes de ação. Tais gostos herdei de meu pai, David, que frequentemente ia às lojas locar VHS de filmes de ação quando eu era pequeno (sim, faz tempo) e que desde que me conheço por gente deixava a TV ligada na Rede Globo todos os domingos às 16h, às vezes às quartas-feiras também, às vezes, porque ele trabalhava em horários alternativos na época e nem sempre estava em casa às 22h. Lembro muito bem de um vídeo-cassete cinza que possuíamos em casa, ele deve estar lá até hoje, empoeirado.

Arnold, como o T-850 CSM 101, em O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas

Apesar de novo, cresci em um período onde os streamings nem pensavam em existir, vivi Orkut e MSN. Smartphone? Esquece, você tinha que se contentar com Space Impact ou Snake II em algum Nokia. Quando criança eu assistia bastante TV, o SBT, nos anos 2000, passava muitos filmes de ação no Cine Espetacular, Tela de Sucessos e Cine Belas Artes, sobretudo no primeiro, enquanto a Globo concorria por meio de Tela Quente, Domingo Maior e Supercine, e foi neste que assisti ao “O Exterminador do Futuro 2” e me apavorei ao ver o T-1000 (Robert Patrick) destruindo o rosto do Schwarzenegger, “O Arnold não perde”, pensei. Visualizem uma criança, às duas horas da manhã, vendo seu herói sendo destruído. Chega a ser engraçado. O trauma foi tão grande que desliguei a TV e fui correndo perguntar ao meu pai se o Arnold ia vencer o “Geleia” (nome que eu dei ao exterminador que “derrete”). Meu pai riu e falou pra eu ficar sossegado que tudo daria certo. Religuei a televisão e lá estava o T-800 atirando no Geleia. Mesmo assim continuei tenso, a música do Supercine sempre me dava calafrios.

O T-1000, interpretado por Robert Patrick

James Cameron concebeu “Terminator” através de um sonho, onde um robô saindo das chamas corria atrás dele a fim de matá-lo. A grandiosidade na mente do cineasta tornou-se obsessão, vendeu o roteiro por um dólar a troco de ele ser o diretor do filme. Com seis milhões de dólares, fez a obra arrecadar 12 vezes mais. O longa-metragem nasceu em uma década recheada de heróis de ação e aproveitou o sucesso do gênero para popularizar-se na cultura pop. No Brasil teve o sufixo “futuro” adicionado à sua tradução literal, o que ajudou em seu êxito junto ao público. Este “Futuro” foi precursor de um garoto que foi pra lá e de um policial que é de lá. “Futuro” nos nomes dos filmes era case de sucesso no período.

James Cameron dando instruções a Arnold para confecção da cena mais clássica do primeiro filme

Foi no SBT que assisti ao gênesis (não confundir) pela primeira vez. Por ter vencido quatro Oscars, a sequência sempre teve mais pompa na mídia, e, naturalmente, eu tinha mais contato com ela. Um dia, meu pai me disse que no primeiro o Schwarzenegger “era do mal” e na hora fiquei fascinado, o Arnold não interpreta vilões, exceto por este e “Batman & Robin” (1997). Permanecia ansioso constantemente e ficava grudado na televisão à espera do momento em que eu seria agraciado com a exibição do filme, até que um dia Silvio Santos realizou meu sonho e transmitiu a película no Cine Espetacular. Fiquei fascinado, a vinheta de abertura já me marcava, eu era uma criança, e o filme me prendeu do início ao fim, ficava vidrado em ver o Arnold aniquilando por Los Angeles, eu era uma criança feliz. Desde então o filme se tornou inerente à minha personalidade.

A primeira coisa que me marcou, além do Arnold, claro, é o fato de T1 (abreviação do título original) não ser um filme de ação, e sim, de terror, homogeneização que cria o gênero sci-fi. Os efeitos práticos proporcionados por Stan Winston são geniais, não há efeitos computadorizados, foi tudo feito na marra, inclusive o último ato quando o personagem de Arnold está atrás de Sarah (Linda Hamilton), mas ele não. Os tiros de Kyle Reese (Michael Biehn) ecoam em minha cabeça até hoje, os fortes sons marcam o filme. E a trilha sonora? Os sintetizadores de Brad Fiedel sempre me remetem aos jogos de Super Nintendo e seu predecessor, videogames que joguei muito. Ademais, Arnold Schwarzenegger profere apenas 17 frases durante todo o filme, achei curioso um personagem-título falar tão pouco, mas o Exterminador não se faz por sentenças e sim, ações, e isso o filme tem de sobra, o austro-americano foi a personificação de uma máquina, um ser violento que trava uma batalha sangrenta.

Conclua você se o….
…”O Exterminador do Futuro” é um filme…
…de terror

Conforme amadurecemos conseguimos notar coisas diferentes em hábitos usuais, e se teve uma mania rotineira em minha pré-adolescência, esse costume foi assistir a estes dois filmes, principalmente o segundo, eu possuía um DVD com a trilogia original dublada, lembro que até que um dia alguém o pegou de mim, fiquei arrasado por meses, era meu passatempo e xodó. O recuperei posteriormente. Por ser um filme de ação, muitas vezes estereotipado por ter um ator “brucutu” como personagem central, as mensagens fundamentais da película passam desapercebidas, e a principal delas é a valorização de seu tempo.

Quando Kyle Reese chega ao passado (que para nós é o presente), ele nota um mundo totalmente alheio ao seu universo, não há caçadores letais esmagando crânios humanos pela rua, apenas cidadãos da “Cidade dos Anjos” caminhando pacatamente pelas avenidas do município no dia 13 de maio de 1984, uma sexta-feira no filme, apesar de ter sido um domingo na vida real. Incialmente ele não demonstra este sentimento, pois está centrado em localizar Sarah Connor e a proteger da Máquina num final de semana que jamais sairia da memória da personagem. Como um bom fã, “envelheci” atrás de curiosidades sobre o mundo Exterminador e foi assim que concluí sobre o verdadeiro tema do filme.

Diferentemente de “O Julgamento Final”, o autêntico não possui uma versão do diretor, mas suas cenas deletadas são facilmente encontradas no YouTube. Em uma delas, Sarah, de 18 anos de idade, assustada, surta por não ter escolhido a vida que o futuro lhe reserva e foge por Reese não apoiar uma ideia sua. Após “recolocação de cabeças no lugar”, chorando, o soldado, 25, diz: “Eu não pertenço aqui (Los Angeles de 1984). Eu sempre desejei ver isto. É como um sonho. Isso (aponta às árvores) e isso (pega uma flor), e você (Sarah)… tão bonito… dói, Sarah, dói muito! Você não consegue entender… se foi, tudo se foi, tudo isso… se foi”.

O membro da Resistência nasceu em um sombrio e distópico 29 de agosto de 2004 pós-apocalíptico, exatos sete anos após o bombardeio da Skynet, superinteligência artificial autossuficiente, que dizimou três bilhões de vidas humanas, declarando guerra à humanidade, nos fazendo de escravos, com poucos capazes de combater este mal, que durou 32 anos. Em 2029, John Connor e seus aliados venceram o seu inimigo, mas como último suspiro, a Inteligência enviou uma sanguinária unidade infiltradora a 45 anos atrás para matar Sarah, para fazer um aborto retroativo, e mudar o curso natural do tempo.

Kyle (Michael Biehn) sendo interrogado pelo psicólogo forense, doutor Peter Silberman (Earl Boen)

Os 107 minutos de “O Exterminador do Futuro” nos ensinam que devemos valorizar o que temos, desde o ar que respiramos, às belas paisagens que a natureza nos proporciona, cultivar amizades e pessoas que amamos, pois, em um estalo de dedos, tudo pode mudar e a vida jamais voltar ao normal. No momento atual, a pandemia nos faz viver exatamente isso, priva nossa liberdade, um desconhecido vírus está por aí encerrando diversas vidas inocentes, assim como o Exterminador faz no filme, sua única missão é matar, ele não tem outro propósito. A partir do momento em que as bombas caíram naquela Los Angeles de 1997 nenhum ser humano teve sua vida resgatada, do dia para a noite todos se tornaram soldados em objetivo uníssono: sobreviver. Não havia mais shoppings, cinemas, parque de diversões, esportes… nada.

“O Exterminador do Futuro” diz muito mais do que isso, diz que “não há destino se não aquele que o fazemos”. No filme, o futuro das pessoas está selado a acabar em 29 de agosto de 1997, não importando o que se faça. Todavia, o medo do incerto (que, na verdade, é certo) faz com que as personagens busquem ferramentas que evitem este cenário destrutivo. Como na vida real, não se pode ficar parado, nós fazemos nosso futuro, nossas ações que definem quem somos e seremos e isso que Cameron quis pregar em sua produção. A partir do momento em que compreendi esta mensagem pude olhar com mais carinho ainda para o filme e guarda-lo como um mantra. Por mais que se diga que tudo está escrito, há maneiras de subversão às verdades absolutas. Esta é a maior lição que a película me deixou.

Kyle e Sarah, em sonho desta em “O Julgamento Final”, cena presente na versão estendida do longa, nela o soldado a relembra sobre a importância de construir o próprio futuro e o cuidado para com a pessoa que ama, seu filho, John.

A partir do momento em que adquiri o supracitado DVD, “O Exterminador do Futuro 2” (“Terminator 2: Judgement Day”, no original) virou minha espécie de “Bíblia”, eu o via todo santo dia, minha mãe, Regina, quando me via na sala mexendo no aparelho de DVD logo perguntava se eu reveria o filme outra vez, sempre respondia positivamente alegremente, era meu programa vespertino. “Mãe, quer saber o que ele vai falar agora?”, eu sei todas as falas e cenas, tanto dublado quanto em Inglês. Eu já o assisti mais de cem vezes, e não é exagero. “O Exterminador do Futuro 2” é parte fundamental do meu crescimento na juventude. É o filme que posso conversar sobre por horas e horas, sobre qualquer coisa relacionada. Minhas horas assistindo a esta obra-prima só são comparáveis às horas em que passei jogando a trilogia Donkey Kong Country no Super Nintendo.

Serei eternamente fã deste filme. Pessoalmente, jamais encontrei alguém tão devoto à ele quanto eu. Claro que em fóruns dedicados sempre tem um louco, não sou de colecionar figuras de ação, pôsteres ou camisas sobre o filme, porém sei de cada detalhe e teorias da conspiração por cima dele. Quem nunca viu ou ouviu sobre a tese de que Cameron prevê o 11 de Setembro em uma das pontes na cena inicial de perseguição? Na real é só a altura máxima, em pés, de um veículo permitido a passar sob a ponte. “O Exterminador do Futuro 2” é inalienável a mim. Influenciei, inclusive, sem querer, a minha irmã mais nova a também gostar de assisti-lo quando ela era menor, ainda hoje conversamos sobre o filme, muitas das vezes por causa de mim, óbvio. Minha mãe diz ainda que foi a minha fixação por Terminator que a fez deixar de ter medo de assisti-lo. Ela nunca gostou daquele brilhante olho vermelho.

John (Edward Furlong) e Sarah Connor (Linda Hamilton) e T-800 (Arnold Schwarzenegger)

Mais do que as duas valorosas reflexões que o primeiro filme proporciona, sua continuação centra sobre a principal motivação deste filme (e da duologia original como um todo): a valorização da vida humana. O nome da personagem é autoexplicativo, ele extermina, no caso dele, extermina pessoas. Aí eu te pergunto, para que serve algo que não cumpre sua principal função? Sim, para nada, mas, neste caso, serve muito. James Cameron também dirige a segunda parte, na verdade, basicamente toda a equipe do primeiro volta para o segundo, com adições pontuais, principalmente daqueles que focam nos efeitos visuais do antagonista, o que rendeu o Oscar da categoria em 1992. T2 (abreviação do título original) foi o primeiro filme a custar mais de cem milhões de dólares (obrigado, Pepsi).

À época os cinéfilos se surpreenderam ao se depararem com o vilão do filme anterior ser o herói deste. Vale ressaltar que Arnold Schwarzenegger interpreta personagens diferentes nestes filmes, assim como em toda a franquia. Cada Exterminador interpretado é uma personagem distinta. Soa confuso, mas assistindo você entende tranquilamente. A missão deste T-800 é evitar a morte de John Connor, ao passo que o T-1000 almeja o oposto. No desenrolar do filme John diversas vezes alerta o Exterminador sobre não matar as pessoas e o proíbe de fazê-lo, agora ele apenas atira para ferir ou assustar. No original o Exterminador mata, no mínimo, 27 pessoas, na continuação, nenhuma, fato este que deixou Arnold reticente durante a pré-produção.

“Eu juro que vou matar ninguém”
“Ele vai viver”

Em 1991, Cameron entregou um filme atemporal. A violência e impunidade continuam, com escalonamentos sociais delimitando quem é quem. Se vê tanta matança, por exemplo, que já se tornou cotidiano, algumas notícias, infelizmente, não impactam mais, a sociedade se acostumou com atrocidades e, no filme, John Connor nunca as entendeu ou encontrou razões plausíveis para tal, pois elas não existem. Ora, “se uma máquina, um exterminador, pode aprender sobre o valor da vida humana, talvez nós também possamos”. E é assim que, depois de muitos anos seguidos assistindo este filme, “O Exterminador do Futuro 2” penetrou em meu inconsciente. Apesar de ser um incrível filme de ação (ao contrário do um, o dois é essencialmente um filme de ação, o Exterminador não é deteriorado aos poucos horripilantemente como é no original), T2 tem uma mensagem de ouro implícita, onde quem absorve todo o entorno do filme compreende como ele funciona como crítica social.

Os quatro filmes seguintes são sofríveis, cada um do seu jeito, nenhum deles foi capaz de entregar o colosso que seus predecessores ofereceram. James Cameron e equipe não voltaram, e o canadense sabia que havia finalizado sua ideia com esmero, tanto que produziu um encerramento alternativo com um final feliz, mas preferiu não utiliza-lo, pois seria desconexo com o filme, preferindo por um final ambíguo. O terceiro pulveriza a ideia de que o Julgamento foi evitado, mas simplesmente prorrogado em sete anos, encerra-se com as bombas caindo e o início da era obscura, descaracterizando toda a lição de vida que o primeiro dá. O quarto é uma tentativa frustrada de reproduzir o futuro retratado em flashbacks nos primeiros filmes, mas que nada teve a ver, pois se fez um filme extremamente iluminado, enquanto a originalidade prezava por um cenário desalumiado. Os dois últimos não merecerem comentários. Com muito esforço posso dizer que a saga acabou no quarto, mas todos sabem que ela se encerrou com o joia da “Máquina do Bem”.

Última aparição de T-800 em “O Julgamento Final”

Este joia, por sinal, é mais uma reprodução reflexiva. O Exterminador possui um processador que permite aprender sobre arquivos que não estão inseridos em seu âmago naturalmente. Tal dispositivo autoriza o androide a se humanizar, aumentando seu poder de infiltração e socialização, assim passa a agir como um ser humano e não “como uma ‘toupeira’ o tempo todo”. Nós, pessoas, podemos ser versáteis, sair da zona de conforto. Todo tipo de conhecimento é bem-vindo e se abrir para novos desafios e se reinventar é permitir-se desenvolvimento pessoal, algo fundamental à sociedade de hoje, que possui inúmeras variedades e polivalências. Aprender requer foco e esforço, e evoluir é essencial, alguém que é hoje a mesma pessoa de anos atrás, falhou. Não é vergonhoso mudar, não é vexatório ser outra pessoa, por mais que não podemos sair de nosso corpo.

Durante minha adolescência reproduzi muitos comportamentos dos filmes, quando notava, já estava imitando o Arnold. Sempre refutei a palavra “ídolo”, acho perigoso canonizar uma pessoa, prefiro o termo “referência” (ou “role model”, como queira), e, colateralmente, Arnold Schwarzenegger tornou-se a minha e desde bem jovem sigo seus passos e ensinamentos, um homem que almejou o sucesso em diferentes frentes e conseguiu ser bem-sucedido em todas, seja no fisiculturismo, cinema ou política, seu foco é referência a mim e a tantos outros por aí. Em minhas linhas do tempo, se aparece qualquer coisa sobre ele eu paro para ler ou escutá-lo, para mim, Arnold possui lições de vida incríveis, é uma inspiração, adapto seus conceitos à minha realidade para melhoria de vida pessoal e profissional.

Por fim, indiretamente o filme, principalmente o segundo, que disserta sobre a produção e criação da Skynet, nos alerta sobre os perigos da Inteligência Artificial, onde, em algum dado momento, pode se tornar autoconsciente e passar a ditar os ritmos da humanidade como um todo, mas não em espectro pavoroso como na estória, espero. Com a imensa evolução tecnologia, os seres humanos podem perder seu espaço em linhas de produção, por meio da automatização do segmento, como mostra-se no primeiro filme, por exemplo, além de se tornar refém da modernização. Exemplificando, tal apreensão é objeto das redes sociais, o Instagram possui uma aba detalhando o quanto o usuário passa na rede diariamente, apresentando dados aprofundados, inclusive. Ao mesmo tempo em que o progresso científico é extremamente benéfico e facilita nossas vidas, ele pode se apresentar como plebeu.

Como antítese ao filme, há o susodito encerramento facultativo de “O Julgamento Final” narrado por Sarah em 2027: “29 de agosto de 1997 veio e se foi, nada de muito aconteceu, Michael Jackson fez 40 anos, não houve o dia do julgamento, as pessoas foram trabalhar como sempre foram… riram, reclamaram, assistiram TV, fizeram amor. Eu gostaria de ter saído pelas ruas gritando ‘todos os dias a partir deste é um presente, use-o bem’, em vez disso, fiquei bêbada. Isso foi há 30 anos. Mas o futuro sombrio que nunca veio ainda existe para mim e para sempre existirá, como rastros de um sonho. John luta em uma guerra diferente do que o disseram que faria, aqui, no campo de batalha do Senado, suas armas são o senso comum e a esperança. O luxo da esperança foi dado a mim pelo Exterminador, porque se uma máquina pode aprender sobre o valor da vida humana, talvez nós também possamos.”

John Connor (Michael Edwards), aos 42 anos, e sua filha em um parque de Los Angeles em 2027, em um futuro onde as máquinas não triunfaram. Em vez de líder de um movimento armado, nesta linha do tempo Connor é membro do Senado norte-americano.

“O Exterminador do Futuro” moldou minha vida, apesar de ser um filme clichê para alguns — meus amigos nunca entenderam o porquê de eu gostar tanto — , ele guiou muitas coisas em minha vida, indiretamente me fez melhorar como ser humano, enxergar a vida como uma dádiva, ver o lado bom das coisas e desperdiçar nenhum segundo. Enquanto estiver aqui, as cenas destes filmes ressoarão em minha cabeça e seus princípios preservados em atitudes.

Revisitar “O Exterminador do Futuro” é nostálgico e gratificante, a construção de uma criança e a centralização de um recém-adulto. “O Exterminador do Futuro” é sempre uma viagem no tempo.

Arnold Schwarzenegger

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Miguel Olímpio

Graduando em jornalismo e comunicação social. Escreve de vez quando.