A melhor técnica de todas

Depois de testar todas as estratégias, qual a linha que realmente funciona na educação infantil?

MiniLou Atelier
3 min readApr 28, 2017

Por Kika Coutinho

@irisscuccato.ilustracao

Sabe aquela mãe-de-manual? Sempre com um livro embaixo do braço? Uma teoria para recorrer, uma prateleira lotada das mais importantes enciclopédias sobre educação infantil, e um coração em pânico? Era eu. Totalmente sabida, mas ainda mais perdida.

Porque na primeira vez que nasceu um bebê, tendo sido ele de Adão e Eva, ou dos macacos, certeza que já tinha ali uma técnica especialíssima de como fazê-lo devorar a banana, ou como dormir no terceiro galho da árvore, sem perturbar nenhum papagaio.

E eu achava que conhecia todas, até surgir uma nova. Teve a Laura Gutman, o Nana neném, a Encantadora de bebês e quando eu estava pronta, surgiu a Super Nanny (do SBT, porque eu já tinha estudado a gringa)

Não se engane, mãe amiga, as teorias não terminarão. Tava junto com os mandamentos: “Não darás conta de ler todos os livros sobre filhos — os outros sim. Mas os de filhos, jamais

E, embora eles tenham o seu valor, e eu ainda acho que conhecimento nunca é demais, os caminhos opostos para os quais apontam pode ser enlouquecedor.

Chega um dia, um minuto ínfimo que toda mãe já passou, aquele instante de momento que você tem a sensação que já tentou absolutamente tudo, e, com o coração exausto, respira fundo e diz pra si mesma: Isso não vai funcionar. Normalmente essa constatação é seguida de choro, ou grito, ou ambos.

Foi num momento desses, perdida na estrada das teorias mágicas, que eu tive uma luz, e criei a minha própria teoria, simples e clara. Uma teoria imbatível que, embora seja sucesso absoluto, não vai vender nenhum livro, porque pode ser resumida em uma única palavra. E ela é, CONVICÇÃO.

Veja, se eu estou aqui falando com pessoas normais, que não usam de violência e nem de drogas ilícitas, se evitam também as drogas lícitas — com as crianças, principalmente — eu afirmo, em juramento oficial: Seja lá a lambeira que você for fazer com o seu filho, se você estiver absolutamente convicta e segura, isso vai funcionar. A forma é mais importante que o conteúdo. O jeito que faz, é muito mais determinante do que “o que” é feito.

A certeza, essa convicção de que, a dispor dos amigos, a dispor da sogra, dos tios e do vizinho, essa é a coisa certa, absolutamente certa a ser feita, é a única coisa que deveria nos mover de fato. Óbvio, não vai funcionar se for coisas “nível coca-cola na mamadeira”, mas, em linha geral, para os dilemas comuns, o que falta mesmo, arrisco dizer sem nenhum embasamento científico, é convicção.

Ouçamos o mundo, claro. Ampliemos a leitura, os ouvidos, as amigas, as opiniões alheias sim, mas, antes de chegar naquele ponto de ser uma mãe exausta, cansada de tentar, de ler, de buscar, de tentar de novo, de não dormir, de não viver, tente a convicção. Tente agir com certeza, simplesmente.

Porque a certeza, pouco a pouco, pode nos tornar tranquilos. É a certeza que nos faz coerentes. É a certeza, que nos permite caminhar, pé ante pé, diante do breu que pode ser a maternidade, tantas vezes.

Óbvio que iremos errar, mas, isso, lamento informar, iremos sempre. Então erre com convicção, erre com o fundo do seu coração, cheio de amor, porque o amor não titubeia, minha gente.

As crianças precisam de pais amorosos, as crianças precisam de pais compreensivos, mas, sobretudo, as crianças precisam de pais convictos. De pais firmes, certos de suas decisões e não tão amedrontados e hesitantes diante de um mundo de palpites. As crianças precisam de adultos de fé e força, que o levem nessa caminhada, seja pra própria cama porque sim, ou seja para aquele beliche que a gente comprou pra você porque é sua cama, e pronto.

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