Soluções para Artistas Independentes por Vaibe

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O presente estudo apresenta soluções de interface e de experiência do usuário em relação ao aplicativo Vaibe, que auxilia artistas independentes a lidarem com diversas demandas que surgiram no mercado durante a pandemia de COVID-19.

Método de Abordagem

O Método de Abordagem utilizado foi o Double Diamond que é um processo de desing dividido em 4 fases: Descobrir, Definir, Desenvolver e Entregar. Esta metodologia está ligada também a método de Desingt Thinking onde com a multidisciplinaridade do squad nos propomos a descobrir e enteder as dores dos nossos usuários, identificando o problema que precisava ser sanado. A partir deste ponto criamos hipóteses que foram validadas e só então desenvolvemos e testamos a nossa solução.

Desbravando o Problema

“Como ajudar Artistas no período pós pandemico?” Esta foi a problemática paresentada a nossa equipe no príodo inicial da etapa de Discovery. Iniciamos realizando uma Desk Research, levantando os seguintes pontos:

  • Durante os momentos críticos da pandemia, não havia a possibilidade de eventos ou shows com o público. Com isso, os artistas independentes lançaram mão de ações como:
  • Formaram coletivos para realização de eventos em conjunto para arrecadar dinheiro (muitas vezes a partir de crowdfunding). Além de colaborações com outros artistas e grupos para aumentar a visibilidade;
  • Vendas e comissões pelas redes sociais (Instagram, Bandcamp, Twitter, Tiktok, etc.) e realização de eventos on-line;
  • Comunidades virtuais que se voltaram para a divulgação virtual dos trabalhos;
  • Algumas casas de show alugaram seu espaço para a realização de lives;
  • Instituições culturais instituíram tours virtuais das exposições em cartaz em seus sites;
  • Capacitação de trabalhadores para o ambiente virtual e diversificação de atividades. Alguns artistas migraram para a área lecionadora, onde puderam arrecadar recursos ministrando aulas;
  • Com o início de flexibilização na pandemia e como forma de iniciar uma retomada, foram realizadas apresentações (musicais/teatrais/de filmes) no formato drive-in.

Entre os obstáculos enfrentados pelos artistas, destacamos o fato de o público não estar acostumado a pagar para consumir conteúdos online; a dificuldade em criar uma reserva financeira e a adaptação mais difícil de alguns estilos artísticos, como performance e teatro, ao ambiente digital.

Matriz CSD

O próximo passo foi a construção de uma Matriz CSD (Certezas, Suposições e Dúvidas) com hipóteses e informações iniciais que tinhamos recolhido durante a Desk Research realizada sobre a temática. O objetivo para além de compilar as informações mais importantes é também filtrar quais coisas precisariamos validar e quais informações ainda não sabemos para que possamos priorizar essas questões na fase de pesquisa com os nosso público alvo.

Caso deseje se aprofundar na Matriz CSD e no nosso Mapa Relacional para definição das estratégias de pesquisa é só acessar aqui essa etapa no Notion.

Pesquisa de usuários

Objetivo e Metodologia

Realizamos uma pesquisa para identificar os problemas dos potenciais usuários. Com a pesquisa, deveríamos:

  • Traçar o perfil do público-alvo;
  • Identificar como os artistas divulgaram seu trabalho desde março de 2020, suas ferramentas e as dificuldades enfrentadas para a obtenção de renda.

A partir desses objetivos, fizemos pesquisa com metodologias quantitativa (questionário on-line) e qualitativa (entrevista com artistas).

Questionário on-line

Nosso questionário contou com 16 perguntas (objetivas e discursivas) para coletar informações de perfil dos usuários (gênero, idade, tipo de arte etc.). O formulário foi enviado para grupos e artistas de diversas localidades do Brasil, e obtivemos respostas de 53 pessoas. Dentre os dados, destacamos:

Perfil: 51,2% das respostas foram de pessoas do gênero feminino e 48,8% do gênero masculino; 41,9% das pessoas têm entre 26 e 35 anos; 32,6% têm menos de 25 anos e 23,3% têm entre 36 e 45 anos.
Plataformas: 63,9% utilizam plataformas/aplicativos gratuitos como apoio em seu trabalho enquanto artista; 25% das pessoas usam aplicativos gratuitos e pagos. Os principais usos são para divulgação do trabalho (88,9%), portfólio (75%), relacionamento com o público (61,1%) e produção do trabalho (44%). Além disso, em sua maioria, os artistas independentes optam pelas redes sociais clássicas como Instagram, Facebook e Youtube como meio de divulgação. Em raras situações são usadas plataformas com uma proposta mais profissional, como OneRpm.
Redes sociais: 86,1% usam as redes sociais para aumentar a visibilidade do trabalho, enquanto 13,9% utilizam apenas perfis pessoais; 83,3% fazem o gerenciamento das redes sociais por conta própria, já 11,1% têm ajuda da família ou de amigos. Além disso, as redes sociais são consideradas importantes para o trabalho, mas não contam como fonte de renda. Grande parte das dores do artista quanto à divulgação através das plataformas gira em torno do alcance de suas postagens, o que é atrelado ao algoritmo com diversidade limitada. Um ponto forte a ser trabalhado é o impulsionamento, tentar de alguma forma potencializar o que o artista tem a oferecer.
Vida financeira: 72,2% consideram a renda insuficiente para o sustento, e 97,2% gostariam de receber mais. Aproximadamente 20% das pessoas conseguem planejar a longo prazo, e 46,1% conseguem ter um planejamento a médio prazo. Durante a pandemia, muitos artistas fizeram uso do auxílio emergencial do Governo Federal, de leis de incentivo à cultura e do apoio de familiares. A maioria dos entrevistados percebeu uma mudança na sua forma de se planejar financeiramente.

Entrevistas

Conversamos com 11 artistas de diversos campos artísticos. Para eles, ser um artista independente é ter liberdade criativa, mas também conviver com a instabilidade financeira. Ainda assim, mesmo durante a pandemia, a maior parte dos entrevistados não pensou em desistir do fazer artístico.Mais da metade dos entrevistados alegou que não recebeu apoio de financiamentos coletivos na quarentena. Alguns artistas receberam auxílio emergencial e/ou apoio de leis de incentivo. Além disso, algumas pessoas fizeram parcerias com outros artistas e instituições, com o intuito de ampliar a visibilidade do próprio trabalho e/ou arrecadar dinheiro. Nesse sentido, os artistas entrevistados afirmaram que as redes sociais ampliaram o alcance de sua arte para públicos diversos, além de terem participado (direta ou indiretamente) de ações solidárias de ampla repercussão.

Personas e Mapa de Empatia

Embasados nas informações obtidas com o questionário e com as entrevistas qualitativas, traçamos três personas para representar os futuros usuários da nossa aplicação. Cada persona tem seus próprios comportamentos, prioridades, objetivos, dores e frustrações. Além disso, por meio do Mapa de Empatia, conseguimos aprofundar os sentimentos, os pensamentos, os posicionamentos e o que ouvem essas personas.

Canvas de Proposta de Valor

No Canvas da Proposta de Valor, é possível estabelecer uma relação entre o que um cliente necessita e o que uma empresa pode produzir para atender a essa necessidade. Neste caso, conseguimos visualizar abaixo a relação entre o que os artistas independentes precisam e os benefícios que a nossa aplicação pode oferecer para dirimir suas dores e frustrações.

Para visualizar com mais detalhes acesse nosso link: Canvas de Proposta de Valor.

Priorização, User Flow e Wireframe

A partir das informações coletadas até aqui, elegemos as funcionalidades do Vaibe e estabelecemos uma ordem de prioridade entre elas, por meio da Matriz MoSCoW: Must Have (Temos que fazer), Should Have (Devemos fazer), Could Have (Poderíamos fazer), Won’t Have (Não vamos fazer).

Para visualizar com mais detalhes acesse nosso link: Matriz MOSCOW.

O próximo passo foi a esquematização da jornada que seria percorrida pelos usuários do nosso aplicativo, com a realização do User Flow. O Fluxo do Usuário, corresponde ao caminho percorrido dentro de um produto digital, mapear este trajeto é importante para criar uma experiência adequada e projetar uma interface eficiente, atendendo as expectativas do seu cliente.

Para visualizar com mais detalhes acesse nosso link: Fluxograma/Sitemap.

Uma vez definido o Fluxograma, foi a vez de desenhar os Wireframes de média fidelidade, com os esboços do que virão a ser as telas do nosso aplicativo. Assim, temos ideia aproximada da estrutura do aplicativo que será desenvolvido.

Para visualizar com mais detalhes acesse nosso link: Wireframes.

Identidade Visual e Style Guide

De posse do Wireframe, a próxima etapa foi a criação da identidade visual do Vaibe. Escolhemos o nome “vibe”, mas escrito da forma como é falado, para gerar identificação e proximidade do público com o aplicativo. Como é uma rede social para artistas de múltiplos estilos, a fonte também é diferenciada. Para representar a criatividade e a criação, usamos como referência um busto semelhante à estátua de Davi em contraponto com linhas orgânicas em 3D.

As cores escolhidas para a identidade visual foram roxo (com algumas variações), verde limão, preto e branco. O roxo representa a transformação e inovação, características de qualquer estilo artístico. Como combinação, optamos pelo verde limão para acrescentar um toque “neon” e moderno à paleta de cores.

Protótipo de Alta Fidelidade

Em seguida, iniciamos a confecção do protótipo de alta fidelidade das telas do Vaibe. A escolha foi por manter o background escuro, seguimos o modelo “Low Light” que atualmente é uma tendência muito forte dentro das interfaces de diversas aplicações, além de fazer com que as cores da identidade visual se sobressaiam. Abaixo você pode conferir como a usabilidade do nosso aplicativo funciona e detalhes das nossas telas.

Usabilidade Vaibe

Para acessar o protótipo de Alta Fidelidade clicar neste link: Protótipo.

Telas em Alta Fidelidade

Testes de Usabilidade

Para verificar a usabilidade do Vaibe, realizamos testes com três usuários em potencial. O objetivo foi verificar se o participante consegue interagir com os campos principais do aplicativo: Fazer Publicação, Criar Evento, Filtrar e interagir com artista. As tarefas foram realizadas de forma dinâmica e interativa. Os participantes conseguiram realizar de forma rápida, mostraram grau de dificuldade baixa e apontaram algumas observações que ajudaram a melhorar a funcionalidades do aplicativo.

Uma das propostas sugeridas que nos chamou muito atenção foi o ícone de “Criar Eventos” que os participantes tiveram mais dificuldade de encontrar. Outro ponto foi o ícone de “Seguir” na página do perfil: um dos participantes achou que era para mudar a cor do perfil e confundiu o ícone de “postar texto” com o menu hambúrguer.

Conforme esses relatos, decidimos mudar os ícones e acrescentar a palavra “Seguir” no ícone do perfil, para melhorar a identificação dos campos ao usar o aplicativo.

Possíveis alterações sugeridas nos testes (quantidade de botões juntos, mensagens que indicam a conclusão da criação de eventos e clareza nas datas de parceria e/ou contratação, por exemplo) serão estudadas e o aplicativo será atualizado na próxima versão. Para finalizar os participantes gostaram muito do app Vaibe, ficaram satisfeitos e disseram que recomendariam.

Conclusão

A partir dos dados e informações descritas anteriormente, podemos concluir que o aplicativo Vaibe tem um potencial de uso interessante para o público de artistas independentes. Além de sanar dores citadas na etapa de Research, a aplicação dispõe de um ambiente virtual inovador, interativo e flexível, se adaptando aos diversos trabalhos artísticos.

A experiência de construção de todo processo de Design do Produto nos possibilitou imergir na realidade dos potenciais usuários e aprimorar nossas habilidades enquanto UX Designers aplicando metodologias e estratégias para resolução de problemas e melhor desenvolvimento do produto.

Artigo escrito por:

Beatriz Cristina- Linkedin e contatos.

Realização de projeto por:

Beatriz Cristina- Mktdigbeatrizcristina@gmail.com
Cimara Souza: cimarasouzaads@gmail.com
Rosa Maria: rosamariana@gmail.com
Gabriela Cunha: gabrielagcunha00@gmail.com
Janaina Encarnação: janaencarnacao@gmail.com
Renan Rigoni: renan.rigoni@gmail.com

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