Transição de carreira na pandemia: Me tornei UX Writer

Marcela Faria ✷
3 min readAug 27, 2021

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Photo by Charles Deluvio on Unsplash

Alguns dias atrás, caí em uma Thread no Twitter onde as pessoas relatavam o quanto a vida delas mudaram na pandemia. Me peguei lendo por um tempão o relato das pessoas e fiquei pensando o quanto minha vida também tinha mudado. O que era previsto para durar 15 dias, acabou virando quase 2 anos e foi necessário (muita terapia) nos reinventarmos várias vezes, para nos adaptarmos a esse cenário.

Aviso: É meu dever reforçar que não há nada positivo em uma pandemia onde mais de 500 mil mortes foram relatadas em um País onde houve um atraso e corrupção na compra de vacinas. O meu relato não é para dizer que a pandemia trouxe aspectos positivos, ignorando qualquer contexto político, econômico e social. É apenas sobre como, neste período, eu pude me encontrar na terapia e só então, fazer uma transição de carreira.

Aviso feito, vamos para o texto!

Depois de ler a Thread no Twitter, eu fiquei pensando em como minha vida mudou, e cito duas mudanças aqui como grandes passos que dei por mim: Comecei a terapia e recebi o meu “sim” para a tão sonhada transição de carreira.

Falando assim, até parece que foi algo como: “Bom dia! Fiz uma transição de carreira :}”. Na realidade, foi um processo super difícil e conturbado. Foi difícil desapegar das minhas certezas e me lançar em um novo desafio, em uma nova área de atuação e com muitas horas de estudos.

Mas, como tudo começou?

Durante 3 anos, trabalhei na área de experiência do cliente (CX, para os íntimos), e uma habilidade que foi muito desenvolvida em mim, foi a escuta ativa. Eu lidava com a frustração, com expectativas que não foram atingidas por isso precisava ouvir ativamente as dores dos clientes do site.

Embora gostasse muito da minha área, eu tinha muita vontade de participar ativamente no processo de construção do produto, na resolução dessas dores que eles traziam e na implementação de melhorias. Foi aí que conversando com a minha noiva — que trabalha como Head de Produtos — decidi fazer a transição de carreira.

Passei a acompanhar o perfil de Ux Writers no Instagram e fui me aprofundando no estudo sobre a área no final de 2019, vendo como estava o mercado, quais os profissionais que eu deveria acompanhar e quais cursos investiria meu dinheiro.

Fiz alguns cursos nas plataformas: Alura, Descola e Aldeia. Depois de já ter uma base, comecei a fazer cursos mais específicos, como o curso do Bruno Rodrigues na How Bootcamps. Foi um curso incrível que me deu muita base para seguir estudando e me aprofundando.

Síndrome de Impostora? Oi?

Mesmo estudando e me dedicando muito para conseguir migrar para UX, eu sentia que existia, lá no fundo, uma voz que dizia que eu não era capaz, e que tudo o que eu fazia era muito arriscado e eu poderia falhar. Tive medo várias vezes e quis desistir ao longo desse processo.

Aí, entra o segundo passo mais importante que dei por mim: Comecei a fazer terapia, e foi essencial para que eu pudesse passar por esse período, tendo a tranquilidade de saber que eu estava apta para migrar e que bastava eu continuar me candidatando para as vagas que tinham o meu perfil.

Contei também com uma rede de apoio, pessoas que me deram suporte e apoio mesmo quando eu estava querendo desistir. Elas me davam forças para continuar estudando e tranquilidade que mesmo se “nada desse certo”, elas estariam ali por mim. Minha noiva, minha família e minhas amigas, fizeram muita diferença nesse período!

Em Julho, recebi o meu sim, e agora faço parte de um time de pessoas apaixonadas e comprometidas em transformar a gestão fitness do País. Tenho aprendido muito e colocado muitas coisas que vi nos cursos em prática.

Se posso dar um conselho para quem está migrando é: Faça terapia, conte com uma rede de apoio e não se cobre pela perfeição. Ao longo da jornada, você vai aprimorando tudo o que construiu. :)

Nos vemos em breve!

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