A poesia vai nos salvar da inteligência artificial
Em tempos de automação, atendentes virtuais e vícios de linguagem de programação, a inteligência artificial desafia a nossa inteligência.
No campo das artes, a IA realiza com perícia a mistura de tons em simulacros de impressionismo. Na música, simula as vozes inesquecíveis e na multimídia é capaz de ressuscitar os mortos reproduzindo as feições e até os trejeitos peculiares do defunto.
Na academia, como se já não fossem poucos, surgem novos desafios para os docentes separarem o joio do chatgpt, na grande peneira da produção científica autêntica.
Como seres pensantes que somos fomos capazes de criar seres pensantes robóticos para pensarem por nós? E o que faremos depois com o “penso, logo existo”?
Em que pese a amplitude do debate sobre a IA, entre os seus desafios e benefícios, tudo me leva a crer que apenas a poesia poderá servir de fator de distinção do real x virtual num futuro próximo.
Mesmo de posse de vasto banco de dados e da velocidade de processamento, os robôs não tem a sensibilidade, a brandura, a acidez ou a tenacidade típicas do ser poético.
O poema traduz (com ou sem lógica) as intempéries da humanidade em palavras magistralmente orquestradas, rimadas, que máquina alguma seria capaz de compreender, interpretar, simular, imitar ou traduzir.
Que a poesia continue sendo o legado perene do ser humano.