✍🏼 Desencantada

Multiverso Federal
4 min readNov 26, 2022

--

Título Original: Disenchanted

Ano produção: 2022

Dirigido por: Adam Shankman

Estreia: 18 de Novembro de 2022 ( Brasil )

Duração: 121 minutos

Classificação: L — Livre para todos os públicos

Gênero: Animação, Aventura, Comédia, Família, Fantasia, Romance

Países de Origem: Estados Unidos da América

Mais um conto de fadas da Disney e eu provavelmente não vou cansar de assisti-los ou de falar sobre eles.
Sim, a Disney acabou com a fantasia como conhecemos e virou a detentora de quase todos os contos de fadas. Mas pelo menos ficamos com enormes produções. Então eu acho que no fim estamos todos satisfeitos e o capitalismo continua fazendo o mundo girar.
Mas esse não é um ensaio sobre os males do capitalismo e do império sobre a cultura da Disney e seus associados. Vou deixar essas análises para o Trey Parker e o Matt Stone, que já fazem isso há anos.

Desencantada acontece 10 anos após Encantada. Giselle percebeu que sua vida em New York, New York, não era o sonho que ela tinha imaginado. Quem diria que viver em uma megalópole como Nova Iorque, superpopulosa, caríssima e em que todas as pessoas estão com pressa o tempo todo não seria um conto de fadas?
Giselle, então, decide que quer ir para o subúrbio e leva toda sua família com ela: Richard, Morgan e a bebê Sophia.

Não vou contar a história do filme aqui, porque não é o intuito da resenha. Vou só falar sobre os pontos positivos e negativos dessa continuação.

O filme é lindo. A direção de arte fez um trabalho incrível. Todas as roupas realmente pareciam ter vindo diretamente de um reino mágico e antigo. As músicas também estão todas muito boas e bem escritas. E, claro, o casting do elenco foi excelente também. Tivemos a volta de alguns atores como a Amy Adams (que inclusive produziu Desencantada), o Patrick Dempsey, a Idina Menzel e o James Marsden. E outros atores que, para mim, roubaram várias das cenas, como a Maya Rudolph (que pode fazer tudo desde uma Monstra de hormônio até uma Juíza do além-mundo que eu vou sempre achar ótimo) e suas lacaias Yvette Nicole-Brown e Jayma Mays. Sim, todos fizeram papéis bem clichês e eu sabia o que ia acontecer o filme inteiro. Mas é o que a gente espera de um conto de fadas. O importante é que todos eles fizeram muito bem esses papéis.
Destaque especial para a maravilhosa Idina Menzel. Depois que a Disney descobriu a mina de ouro que foi ela dublando a Elsa, eles estão certíssimos de colocá-la em vários papéis, de preferência com canções poderosas como a desse filme. Impecável, como de costume.

Achei interessante também a mudança de tom de Encantada para Desencantada. Em Encantada, as músicas são bem mais alegres e dançantes, com coreografias bem mais elaboradas. Na sequência, as músicas são mais emocionantes. Muitas baladas, o que não vimos muito no primeiro. E uma pérola de dueto de vilãs digno de Úrsula de A Pequena Sereia e de Mother Gothel de Enrolados.

Mas aí chegamos aos pontos negativos, pelo menos ao meu ver.
Um deles, como eu mencionei, foi o quanto o filme foi previsível. Foi como um pot-pourri de todos os filmes de princesa que a Disney já fez. Tivemos o vestido azul estilo Cinderella; um duelo de magia estilo A Espada era a Lei (mas nem de perto tão bom quanto o épico duelo do Merlin com a Madame Min); uma árvore mágica igual Pocahontas (e vários outros filmes como Avatar e até Harry Potter se a gente forçar a barra um pouquinho).
Além disso, todos os personagens masculinos do filme são COMPLETAMENTE INÚTEIS. Não me entendam mal, acho ótimo que a Disney tem se esforçado para dar um protagonismo maior às mulheres. Mas isso não significa que todos os homens têm que ser idiotas ou completamente inúteis. Poxa, não aprenderam nada com o Kristoff de Frozen?

Mas essa resenha já está bem longa e eu não quero estragar o filme para ninguém. Então vamos ao que importa.

Desencantada é uma versão, de certa forma, mais madura que Encantada. Mesmo assim, não perde o senso de encantamento que esperamos de um conto de fadas. Tem um elenco excelente e a história flui bem, apesar de engasgar-se um pouquinho em certos pontos. É uma excelente história de crescimento de personagem, em que vemos a mudança que Giselle precisa passar, porque não tem como sermos princesas de contos de fadas para a vida toda. Mas não significa que não possamos continuar tendo magia e diversão (e músicas) em nossa vida real e problemática.

🧚🏻‍♀️

--

--