Slow food: alimento bom, limpo e justo

Carla Dani Nasimento
3 min readOct 13, 2019

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Vivemos num mundo de rapidez. Tudo precisa ser exato, padronizado, rápido. Ao mesmo tempo, o ser humano se vê cada vez mais exausto, doente e solitário. A vida moderna por exemplo, fez surgir algumas enfermidades como a doença da pressa e a síndrome de Burnout.

Li em uma reportagem da Forbes um relato muito interessante, que dizia “ na era da velocidade, comecei a pensar que nada poderia ser mais revigorante do que desacelerar”. E rapidamente me lembrei de uma aula de italiano onde conheci pela primeira vez o Slow Food.

Se alimentar conscientemente, ao lado de pessoas queridas- ou até mesmo a sós- e vivenciando o momento além de ser maravilhoso e promover o bem estar, ajuda na perda de peso e melhora a digestão e a relação entre o consumidor e o alimento. Existe inclusive uma modalidade de meditação focada na alimentação, a mindful eating.

Photo by Pascal van de Vendel on Unsplash

O Slow Food é um movimento alimentar com origem italiana, cujo nome, em inglês, é uma “oposição” ao Fast Food. Mas, o Slow Food não é o oposto literal do Fast Food. Muitas vezes o Fast Food se refere a um modo de alimentação rápido e prático, geralmente de junk food. Já o Slow food não prega apenas uma alimentação desapressada, mas a alimentação “buona, pulita e giusta. Esses três princípios filosóficos tem bases na alimentação sustentável.

A preocupação do Slow food engloba não só toda a escala de produção do alimento, transporte, recepção e preparo, mas também o consumo, convivialidade, e a história por trás do prato.

Segundo essa filosofia, um alimento “buono” é aquele que possui excelente qualidade, por essa razão, a gestão de qualidade total é uma ferramenta que cabe muito bem nesse princípio.

Embora “Pulito” italiano signifique limpo, a palavra neste contexto não se aplica para designar alimento seguro microbiologicamente, ou seja, que não confira risco ao consumidor. Já que isso está inserido implicitamente no termo “buono”. Carlo Petrini, mentor do Slow Food, define um alimento limpo como aquele que não gera impacto negativo ao meio ambiente e vise o bem estar animal.

O terceiro pilar é gerar um alimento “giusto”, ou seja justo do ponto de vista econômico não só para quem produz mas também para quem o adquire. A ideia é que a alimentação de qualidade seja acessível financeiramente.

Ainda dentro dentro desse movimento surgiram outros sub-princípios: locavorismo, ecogastronomia, biodiversidade gastronômica (food biodiversity), proteção à agricultura familiar e redução ao desperdício de alimentos.

Por fim, o Slow Food é também uma Organização não Governamental que desenvolve projetos em todo o mundo, inclusive no Brasil. As sedes para o o movimento são chamadas de “convívios” ou, do latim, “convivium”. Há projetos que protegem as abelhas, os queijos e vinhos e carnes de origem. No Brasil, foram documentados ingredientes e alimentos que correm risco de extinção pelo desuso na Arca do Gosto.

Imagem by Mídia Ninja, 2019

Seguem alguns links a respeito de projetos do Slow Food no mundo:

Obrigada por ler até o final, um abraço!

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Carla Dani Nasimento

Negra, nordestina, genZ, curiosa, desenvolvedora em análise de dados