Como descobri a conexão da minha família com o Holocausto 79 anos depois

A importância de comunicar memórias para manter histórias vivas.

Natalia Parodi Picanço
14 min readApr 24, 2023

I originally wrote this text in English here.

A história da minha família por parte de mãe começou em Berlim. Minha bisavó judia, Paula Ahrendt (nascida Paula Metz), imigrou para o Brasil em dezembro de 1936. Veio de navio com seu marido não judeu, Fritz Johann Ahrendt, quando o casal percebeu que algo ruim estava começando a acontecer na Alemanha. A família de Paula que ficou em Berlim foi morta nas câmaras de gás de Auschwitz.

Isso é o que minha mãe e minhas tias me diziam. Foi o que elas ouviram de Evelyna, minha avó, nascida em São Paulo, em 1939. Ela era muito reservada e não dividiu muito mais que isso sobre a história de sua família. Nós nem sabíamos quem eram os parentes que haviam ficado na Alemanha. Ela e sua mãe, Paula, se distanciaram por muitos anos. Então, talvez ela mesma não soubesse muito a respeito. Minha família também nunca praticou o judaísmo.

Eu nunca falei sobre isso com minha avó e minha família nunca teve curiosidade para pesquisar mais ao longo dos anos. Evelyna faleceu em 2016.

Passaporte da minha bisavó, Paula Ahrendt — nascida Metz — 1936, que minha avó guardou em São Paulo

Na metade de 2021, em São Paulo, onde nasci e fui criada, recebi uma mensagem no LinkedIn me convidando para participar de um processo seletivo no exterior. Resolvi tentar. Dois meses depois, recebi uma oferta de trabalho e a possibilidade de ir trabalhar em Berlim ou Estocolmo.

Até receber aquela mensagem, sair de São Paulo não fazia parte dos meus planos, muito menos para Berlim. Tive a oportunidade de visitar a cidade 15 anos antes — e não gostei muito. Senti a cidade muito “pesada”, com um ar de tragédia que parecia presente em cada esquina, pelo menos no centro, e o clima de janeiro não ajudou. Mas, ainda assim, parecia melhor do que o frio de Estocolmo. Em 25 de agosto de 2021, me mudei para Berlim.

Conforme fui conhecendo novas pessoas na cidade, ouvia diversas vezes o comentário: “Mas você não parece brasileira!”. Sempre expliquei que, além dos povos originários, da colonização portuguesa, e dos negros escravizados, houve diversas ondas de imigração para o país ao longo dos anos, e minha família havia feito parte de uma delas. Mas esses momentos começaram a despertar algo em mim. Queria saber mais sobre o que havia levado minha família até São Paulo e, quem sabe, se ainda existiam parentes nossos na Alemanha.

Voltei ao Brasil poucos meses depois, em dezembro de 2021. Tirei a poeira de caixas que havíamos guardado de quando minha avó morreu e que continham fotos e documentos antigos. Trouxe de volta para Berlim cartões postais endereçados a pessoas que não sabíamos quem eram, fotos de pessoas que não reconhecíamos e um caderno que pertencia a Paula, no qual diversas pessoas haviam escrito recados para ela entre 1919 e 1929. Não tinha ideia do que faria com eles, já que os cartões e o caderno não só estavam em alemão, como também com uma antiga letra cursiva que é quase impossível de ler hoje em dia.

Mas me ocupei com a vida e deixei esse projeto de lado. Conforme conhecia pessoas que falavam alemão, perguntava se elas poderiam me ajudar a decifrar o que estava escrito nos cartões postais — mas não tive sorte, o estilo da caligrafia não é ensinada há anos.

Cartão postal que minha bisavó guardou, endereçada a Liesbeth Metz (1910)
Outro cartão, endereçado a “Emil Metz” (1908)

No meio de novembro de 2022, conforme o inverno chegava e a vida social desacelerava, decidi dedicar-me à investigação. Conversei com algumas amigas que me mostraram sites com arquivos extensos de documentos. Criei uma conta no site Ancestry.de. Foi surpreendente. Há todos os tipos de documentos e a qualidade do material escaneado é basicamente perfeita.

A busca também foi muito mais simples que eu esperava: comecei pesquisando por “Paula Metz”, minha bisavó, e foi incrivelmente fácil encontrar por meio de certificados quem era sua mãe (Lenchen Metz, nascida Rothgiesser) e pai (Emil Salomon Metz), bem como seus irmãos (Liesbeth, Alfred e Fritz). Fiquei animada ao descobrir a quem eram endereçados dois dos cartões postais que eu havia trazido.

As primeiras certidões de óbito que eu encontrei foram de Liesbeth e Emil, ambos constando que eles morreram antes da guerra. Liesbeth aos 16 anos, faleceu em 1911, de uma doença não especificada, em um hospital de Kreuzberg, um bairro de Berlim. Emil morreu em 1932, aos 65 anos, ao suicidar-se em sua casa, também em Kreuzberg.

Minha árvore genealógica (simplificada)

Tive de me esforçar mais para encontrar as demais certidões, mas enfim encontrei uma que mostra o impacto do Holocausto na minha família. Fritz, meu tio-bisavô, foi deportado e morto no campo de concentração de Sachsenhausen, em outubro de 1942, após ter sido levado para lá em julho de 1942.

Sachsenhausen era um campo de concentração a apenas 35 quilômetros de Berlim. Ao menos 30 mil pessoas foram mortas lá, entre elas, Fritz Metz, aos 39 anos.

Esse foi o primeiro choque.

Minha família realmente estava conectada ao Holocausto. Mas eu ainda não havia descoberto o que acontecera com Alfred e Lenchen — e não tive mais sucesso no Ancestry.de.

Então, simplesmente digitei “Lenchen Metz” no Google. E foi então que a história tomou um rumo que eu não teria imaginado.

O que apareceu foi um artigo de 28 de Agosto de 2021, postado no site de Kreuzberg. Ele reportava que 11 novas Stolpersteine foram colocadas no bairro naquele final de semana.

“Stolpersteine (tradução: “pedras de tropeço”) são blocos de concreto medindo 10x10cm colocados na calçada na frente do último lugar voluntário de moradia ou trabalho de vítimas dos Nazistas. Seus nomes e destinos são gravados em uma placa de latão em cima de cada Stolperstein” (Site do projeto em Berlim)

Existem 9.980 Stolpersteine espalhadas por Berlim (dado de 2022) e é fácil cruzar por uma delas conforme se anda pela cidade. Qualquer pessoa pode iniciar o processo de colocar uma stolpersteine por meio desse projeto.

Fiquei arrepiada assim que abri o artigo. A foto de capa era a imagem de quatro Stolpersteine — três homenageando membros de uma mesma família, e uma solitária com o nome de Lenchen Metz.

Apenas três dias após minha mudança para Berlim, uma Stolperstein foi colocada homenageando minha trisavó.

Capa do artigo com a Stolperstein no dia em que foi colocada (Foto: FHXB Museum, AstSchi, do artigo)

O artigo também trazia uma biografia sobre a família Metz, informando o que aconteceu com cada um deles — com exceção de Paula (minha bisavó, que estava no Brasil, então não tinha mais registros na Alemanha). Eu havia encontrado as peças que faltavam para saber o que havia acontecido com minha família.

Lenchen, mãe de Paula e minha trisavó, foi deportada para o campo de Theresienstadt em agosto de 1942. Ela seria morta lá três meses depois.

Theresienstadt foi um gueto, campo de trânsito e de concentração, na região da então Tchecoslováquia, que era ocupada pela Alemanha. Aproximadamente 140 mil pessoas foram deportadas para Theresienstadt. Dessas, 90 mil foram enviadas para outros guetos ou campos de extermínio e 33 mil foram mortas lá — entre elas Lenchen, aos 71 anos.

Dizia também que Alfred, irmão de Paula, sobreviveu ao Holocausto.

O texto terminava falando que a Stolperstein havia sido iniciada por uma “moradora comprometida”.

79 anos após sua morte, Lenchen Metz e minha família estavam sendo lembrados por alguém que eu não tinha ideia quem poderia ser e eu, quatro gerações depois, consegui descobrir o que havia acontecido com eles.

Eles não haviam morrido na câmara de gás em Auschwitz, como a história fora passada. Mas, ainda assim, foram vítimas das atrocidades do Holocausto.

Estava emocionada e, de certa forma, animada por descobrir o que Alfred havia sobrevivido.

Escrevi imediatamente para Christiana Hoppe, integrante do projeto Stolperstein de Berlim. Ela foi responsável pela incrível e detalhada pesquisa feita para a biografia de Lenchen. Apresentei-me, a agradeci e perguntei se ela poderia me colocar em contato com a “moradora comprometida”. Ela também ficou feliz de ouvir de mim e me passou o contato de Tal Alon, a “madrinha” da Stolpersteine de Lenchen.

Tal também me respondeu prontamente e ficou tão feliz em ouvir de mim, quanto eu dela. Contou-me que ficou arrepiada ao ler meu e-mail e com a coincidência de eu estar em Berlim no dia em que a Stolperstein foi colocada. Sua família havia se mudado de Israel para Berlim e eles queriam celebrar algum antigo vizinho judeu. Entraram então em contato com o projeto, Christiana pesquisou judeus que viveram próximos ao apartamento da família de Tal e Lenchen foi a escolhida.

Tal me enviou fotos do dia em que a Stolpersteine foi colocada. Houve uma cerimônia, da qual vizinhos e amigos da família de Tal participaram, e Tal leu a biografia da família Metz em voz alta. Foi tocante ver as imagens e eu ainda custava a acreditar que, enquanto a cerimônia acontecia, eu passava meu primeiro sábado na cidade, provavelmente “turistando” o Brandenburger Tor pela primeira vez.

Três dias depois da minha descoberta, visitei a Stolperstein de Lenchen pela primeira vez na Reichenberger Straße 151, em 20 de novembro de 2022. Era um típico dia cinza e frio de novembro e as ruas estavam quietas. Não há nada especial no prédio. É marrom-acinzentado e está pichado, típico de prédios de Kreuzberg. A região não me era nem um pouco estranha, fiquei até surpresa: já havia andado por ela múltiplas vezes. Inclusive, poucos meses antes, levei meus pais para jantar em um restaurante a apenas três minutos de lá.

Mas agora essa rua e esse prédio tem um novo significado. Olhei para a lista de nomes no interfone. É claro que o “Metz” não está mais lá, mas já esteve um dia. Me peguei pensando em qual andar eles moravam, como era o apartamento, quais as vistas das janelas, e como devem ter se sentido deixando o prédio pela última vez — Paula, para embarcar em uma nova vida em um país desconhecido, e Lenchen levada à força, sem ideias do seu destino.

Christiana e eu trocamos diversos e-mails ao longo daquela semana, dividindo com a outra toda informação que tínhamos. Contei a ela o que havia acontecido com Paula, e ela foi muito gentil em transcrever o que estava escrito em alguns dos cartões postais que eu havia trazido. Na noite do mesmo domingo em que visitei a Stolpersteine, ela me enviou todo material que havia coletado para escrever a biografia da família Metz. Muitos eram “Lebenslauf” (documentos encontrados em arquivos de sobreviventes do Holocausto ou de seus membros familiares para indenizações) e fichas médicas de Alfred, que detalhou o que havia acontecido com ele durante os anos da guerra.

Até aquele momento, eu estava animada e grata, vendo essa descoberta como algo positivo, uma forma de não esquecer aqueles que foram privados de sua liberdade, e ultimamente suas vidas.

Mas depois de ler os documentos enviados por Christiana, essa história tomou outro rumo emocionalmente.

Abaixo está uma parte da biografia escrita por ela:

“Alfred havia se casado com a não judia Elsbeth Scholz em 1921, e seu filho Harry nasceu em 1926. Como seu pai [Emil], Alfred havia aprendido a ser cabeleireiro e dirigia um próspero salão para homens e mulheres desde 1924 na Georgenkirchstraße 24a, noroeste da Alexanderplatz.

Na Noite dos Cristais, de 9 a 10 de novembro de 1938, seu salão foi invadido pela SA, as janelas foram quebradas, o conteúdo do salão foi roubado e o inventário completamente destruído. Ele foi então privado de seu ofício.

Foi apenas em maio de 1940 que Alfred Metz recebeu novamente permissão para trabalhar em asilos e hospitais da comunidade judaica. Depois, ele trabalhou como cabeleireiro nos campos de trânsito, onde judeus eram detidos antes de sua deportação. Ele ajudava os prisioneiros ao contrabandear mensagens, comida e roupas para dentro e fora do campo. Por isso, ele foi severamente agredido por oficiais da Gestapo.

Sua esposa Elsbeth foi obrigada a realizar trabalho forçado, mas resistiu à pressão de se divorciar de seu marido judeu, e por isso conseguiu protegê-lo de ser deportado.”

Em muitos dos documentos ele escreveu sobre lugares e eventos que eu havia ouvido falar nas aulas de história, livros e filmes. Também descobri que ele lutou na Primeira Guerra Mundial e teve um filho, Harry Metz, que foi submetido a trabalho forçado durante a Segunda Guerra, mas sobreviveu.

Em alguns dos seus relatos, Alfred escreve que seu irmão Fritz e mãe Lenchen foram assassinados na câmara de gás em Auschwitz (em outros, anos mais tarde, escreve sobre Sachsenhausen e Theresienstadt, provavelmente depois de ter recebido mais informações sobre a família). Ele menciona um oficial da Gestapo que o agrediu severamente e que, depois de pesquisar, descobri que era a “braço direito” de Adolf Eichmann (um dos maiores organizadores do Holocausto), e que se tornou um dos mais procurados criminosos Nazistas, mas escapou de todas as tentativas de captura e morreu na Síria em 2001.

Pensei na coragem que Alfred e sua família tiveram durante esses anos de incerteza e sem visibilidade de melhora. A coragem que Alfred teve ao arriscar sua vida para ajudar prisioneiros, apesar do medo que ele escreveu ter sentido em alguns de seus Lebenslauf. A coragem de Elsbeth, se submetendo à provável repressão social, mas ainda assim resistindo e não se divorciando do seu marido. A coragem de ambos em seguir em frente, apesar da dor e impotência que devem ter sentido ao ver o filho também sendo perseguido por causa da religião.

Um dos “Lebenslauf” de Alfred (1949)

Em questão de dias, Berlim mudou para mim. Os relatos detalhados de Alfred, em suas próprias palavras, partiram meu coração.

Não trabalho longe de um dos campos de trânsito em que ele foi forçado a trabalhar, e na verdade já passei pelo local sem saber sua história.

Estive a metros de distância da casa de Lenchen múltiplas vezes, e ainda vou à região basicamente toda semana para ir a bares, restaurantes, ir ao ginásio de escalada ou ao cabeleireiro.

Há uma placa a 300 metros da minha casa, perto de onde faço compras, que diz “Lugares dos horrores que nunca devemos esquecer” e lista Sachsenhausen e Theresienstadt.

Encontrar Stolpersteine na calçada faz parte do dia a dia em Berlim.

Pensar em histórias como a da família Metz é horrível por si só, mas saber que isso estava conectado a mim, e ser frequentemente lembrada disso ao caminhar pela cidade traziam à tona sentimentos que eu não sabia ao certo nomear. Eu sabia que estava triste, com raiva, em choque, mas havia uma angústia a mais, e não saber o que era me gerava mais angústia.

Também me questionava se eu tinha direito de sentir o que sentia em primeiro lugar. Até dez dias antes, eu nem sabia o nome das pessoas e não sou envolvida com a religião judaica. Mas, por outro lado, não podia deixar de refletir em como eu não teria tido a chance de existir, se minha bisavó Paula não tivesse tido um destino diferente ao de sua mãe e irmão.

Na quinta-feira da mesma semana, voei novamente ao Brasil para as festas de fim de ano. O momento ideal, dado que ficar em Berlim, com os constantes lembretes, estava um pouco difícil para mim.

Chegando em São Paulo, voltei aos álbuns de família. Sabendo agora quem eram seus membros, talvez as fotos ganhassem um novo significado. Uma das páginas continha fotos coladas de uma criança com Alfred, e abaixo estava escrito “Harry Metz”. Pude reconhecer o Alfred por conta de um documento de identidade que Christiana havia me enviado. Infelizmente nenhuma das fotos explicitamente nomeiam Lenchen, Emil, Liesbeth ou Fritz.

Considero-me uma pessoa cética, e não sigo nenhuma religião. Mas a coincidência de quando a Stolpersteine foi colocada, e minha — quase espontânea — mudança para Berlim me fizeram refletir.

Apesar da perseguição, e da tentativa de apagar sua família, parece que um círculo era destinado a ser fechado, comigo, uma das descendentes de Lenchen, ocupando um espaço que fora tirado dela.

E espero que a história não termine aqui.

Paula se mudou de São Paulo para Frankfurt (Alemanha) no final da década de 1960. Talvez ela e Alfred se encontraram em Berlim, ou onde quer que ele estivesse vivendo então, e ele lhe contou sobre Lenchen e Fritz sendo assassinados em Auschwitz, e foi assim que a história nos foi passada. Pergunto-me como esse encontro deve ter sido depois de tanto tempo, e depois de tanta tragédia.

Paula e minha avó Evelyna não eram próximas (ela não aprovava o casamento dos meus avós), mas mantinham contato enviando cartas uma à outra entre São Paulo e Frankfurt. Encontrei uma delas, em que Paula escreveu para Evelyna em 1981 que ia a Colônia (uma cidade no sul da Alemanha) visitar seu sobrinho e sua nova namorada. Era uma nova pista: Harry ainda estava na Alemanha. Quem sabe ele se casou, teve filhos e netos que teriam hoje a minha idade.

Acredito que, por ora, tenha exaurido todas as possibilidades em como encontrar Harry. Mas talvez, eventualmente, e tomara, alguém de sua família comece sua própria busca e me encontre. Quem sabe eles possam preencher lacunas na história que existem, como se a esposa de Fritz sobreviveu e eles também tiveram filhos, ou se Alfred deixou fotos e cartas para sua família, ou se ele contou detalhes sobre a vida da família antes da guerra. E eu poderei contar a eles como fotos de Harry Metz foram parar do outro lado do mundo, e então de volta a Berlim depois de tantos anos.

Foto de Harry Metz (ano desconhecido)

A história é composta de memórias. E o que me motivou a escrever esse texto foi trazer à tona como é precioso passá-las ao longo das gerações. Se eu não tivesse buscado sobre minha família, uma parte crucial das nossas vidas teria se perdido por mais uma geração. Não só tive sorte em encontrar informação online, mas isso foi possível também graças a Christiana e Tal. Duas mulheres, cujo incrível gesto permitiu que Lenchen e, como consequência, todas as vítimas do Holocausto sejam lembradas — mesmo que ambas não tenham nenhuma conexão direta com a família Metz.

Minha avó e eu não éramos próximas, e eu não me sentia confortável em perguntar a ela sobre sua história. Mas sabendo o que sei agora, arrependo-me de não o ter feito. Se eu puder dar um conselho a quem estiver lendo: falem com seus pais, tios, avós. E se for tarde demais, hoje há diversos recursos que, com sorte, podem te ajudar a saber mais sobre você e sua família também.

Uma parte tão importante da minha esteve esquecida por tantos anos. Mas agora, 80 anos depois de sua morte, a Stolperstein de Lenchen recebe uma flor de vez em quando.

Obrigada Christiana, Tal e meus amigos em Berlin por me darem apoio nessa jornada.

Tal também escreveu um lindo texto sobre como um gesto pode ter um impacto na vida de outra pessoa. Você pode lê-lo clicando aqui.

Mais fotos e documentos

Fotos e cartões postais de quem suponho que seja a família Metz, mas não tenho certeza
Certificado de óbito Fritz Metz’s, declarando que morreu em 16 de Outubro de 1942 em Sachsenhausen (Ancestry.de)
Autorização da polícia para que Alfred pudesse trabalhar novamente em como cabeleireiro para judeus (1940)
Documento de Alfred (1956)
Registro do navio em que Paula (Metz) Ahrendt and Fritz Ahrendt’s viajaram para o Brasil (1937). Aqui, diz que sua religião é Evangelica.
Certificado de casamento de Lenchen e Emil (1894 — Ancestry.de)

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