Nayara Garófalo
1 min readOct 6, 2016

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Eita, Lauanna. É pesado demais né?

Até a hora que eu publiquei este texto, eu não sabia que eu não iria dar conta de escrevê-lo. E muita coisa ficou de fora porque ou meu cérebro esqueceu, ou eu não ia dar conta de expor.

Eu sempre digo que a sociedade trata as mulheres negras IGUALMENTE MAL. E isso é tão doentio que me choca que, ainda em 2016, pessoas neguem o racismo e o machismo. Todas as minhas amigas, conhecidas, você agora: todas as minhas irmãs carregam as mesmas dores, em maior ou menor grau. E como é injusto que essa seja uma característica nossa, não é?

Eu espero que meu texto não tenha te trago apenas dor. Para mim, eu ainda estou avaliando as consequências de tê-lo escrito, mas acredito que gritando todo dia, pouco a pouco, uma hora eu me desengasgo toda.

Eu infelizmente não consegui fazer um texto positivo, e estou vendo pelos compartilhamentos que ele despertou traumas guardados da infância de muita gente, mas mesmo assim as pessoas estão compartilhando. Eu acredito, então, que nossa ferida escrita e exposta assim seja uma forma também de cura. De mostrar que doeu, e que a gente tá aqui, a gente sobrevive, mas que doeu e que a gente não aceita isso.

Eu desejo de todo o coração que suas dores sirvam para propósitos maiores e que saibamos proteger os nossos que estão vindo. Estamos juntas, sempre, irmã. Um abraço muito forte pra você. ❤

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