Teoria do Todo — Ken Wilber

Mulher Vitoriosa
4 min readNov 10, 2017

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Ken Wilber, pai da Psicologia Integral, é autor de 27 livros e muitos artigos publicados em mais de 30 idiomas. Seus temas, abordados de maneira profunda, unem ciência e espiritualidade, uma verdadeira Teoria do Todo, a Teoria Integral.

Ele mesmo é praticante devoto à meditação e aos estudos da consciência, caminho que escolheu ao abandonar a universidade de medicina e embarcar na psicologia e na filosofia.

Segundo o site Goodreads, ele é o autor acadêmico mais traduzido dos Estados Unidos.

Fundou o Integral Institute, em 1998, com mais de 400 pesquisadores, o Instituto promove o estudo e o ensino em 26 áreas do conhecimento com base no modelo Integral.

Este é o depoimento dele em ODISSEIA Uma investigação pessoal sobre Psicologia Humanística e Transpessoal, à respeito de sua experiência com a meditação:

A luta com meus pensamentos obsessivos / compulsivos — não pensamentos obsessivos particulares como na neurose específica (o que geralmente é indicação de uma fixação no complexo de Édipo), mas com o próprio fluxo de pensamentos em si mesmo — foi uma árdua tarefa.

Senti-me afortunado em fazer algum progresso, em finalmente ser capaz de elevar as flutuações das contrações mentais e descobrir, embora de maneira incipiente, um domínio incomparavelmente mais profundo, mais real, mais saturado de ser mais aberto à lucidez.

Esse domínio era simplesmente o sutil, que é descoberto, por assim dizer, após desgastar o complexo de Apolo. Nesse domínio, não é que o pensamento necessariamente cesse (embora isso aconteça muitas vezes, especialmente no início); é que, quando o pensamento surge, ele não se afasta desse fundo mais abrangente de lucidez e conscientização.

No nível sutil, não se fica mais “perdido em pensamentos”; ao contrário, pensamentos entram e saem da consciência como nuvens atravessam o céu; com suavidade, graça e clareza. Nada gruda, nada raspa, nada atrita. Chuang Tsé: “O homem perfeito usa sua mente como um espelho. Não absorve nada; não recusa nada; recebe, mas não retém.”

Entretanto, durante a meditação, as experiências do domínio sutil podem ser (e usualmente são) verdadeiramente extraordinárias, maravilhosas, profundas. Porque esse é o reino dos arquétipos e da divindade arquetípica — o confronto com aquilo que é sempre numinoso, como ressaltado por Jung.

Este foi um período muito real e muito intenso para mim; foi minha primeira inequívoca experiência direta da sacralidade do mundo, este mundo que, como disse Plotino, emana do Um e representa uma expressão Dele.

Anteriormente, havia tido breves vislumbres iniciais do domínio sutil — e mesmo do causal, além dele — mas efetivamente ainda não tinha sido apresentado, ou iniciado, àquele domínio.

Um mestre zen uma vez disse que a resposta apropriada ao primeiro kensho forte (pequeno satori) não é rir, mas chorar, e foi exatamente isso o que fiz, por horas, me pareceu. Lágrimas de gratidão, de compaixão, de indignidade e, finalmente, de maravilhamento infinito. (Isto não é falsa humildade; nunca encontrei ninguém que não se sentisse indigno desse domínio.) Gargalhadas — grandes gargalhadas — vieram depois; neste ponto inicial seria sacrilégio.

KEN WILBER, 1982.
( Tradução de Ari Raynsford — www.ariraynsford.com.br)

Ocidental + Oriental — Homem Integral

Ken Wilber é o maior integrador da sabedoria oriental e ocidental, é um criador de estratégias novas e abrangentes para a sobrevivência do homem moderno.

Fundamentado em centenas de fontes ocidentais e orientais da filosofia, da psicologia e de outras áreas da ciência, Wilber busca aprofundar insistentemente o conceito do homem integral, uma teoria que inclui ondas e correntes de desenvolvimento, estados de consciência nos mais diversos níveis, desde o consciente, passando pelo subconsciente indo até o superconsciente.

Em seu livro, Psicologia Integral, estudos da consciência humana e das suas manifestações no comportamento, ele coordena numerosas abordagens, tanto do ocidente quanto do oriente, trabalhando com sistemas de sistemas de sistemas, uma inclusão lógica que são detalhadas e depois resumidas em mapas que envolvem:

Estados: normal (vigília, sonho e sono) e alterado (incomum e meditativo);
Funções: percepção, desejo, vontade e ação;
Modos: estético, moral e científico;
Desenvolvimento: um espectro que vai do pré-pessoal ao pessoal e ao transpessoal; do subconsciente ao autoconsciente; do id ao ego e ao espírito.
Aspectos comportamentais da consciência: interação com o mundo objetivo e com o mundo sociocultural de valores e percepções compartilhadas.

O Grande Ninho do Ser

Wilber denominou assim o que seria uma “grande cadeia do ser”, com dimensões envolvendo outras dimensões onde compões-se de vários níveis de existência — níveis do ser e do conhecer — que se estendem da matéria para o corpo, seguindo para mente, para alma e para o espírito e chamou de O Grande Ninho do Ser.

“Cada dimensão maior do Grande Ninho, transcende e inclui as dimensões menores, de modo que os corpos vivos transcendem mas incluem os minerais, as mentes transcendem mas incluem os corpos vitais, as almas luminosas transcendem mas incluem as mentes conceituais e o espírito radiante transcende e inclui absolutamente tudo.”

Mas ele afirma, a consciência e o seu desenvolvimento não são lineares, não são como uma escada. O Grande Ninho é um espectro da consciência que flui de maneira complexa.

Chamado como o “Einstein da consciência” pela originalidade e profundidade de suas pesquisas, Wilber continua firme e forte em seu propósito de abrir discussão e fundamentar pesquisas que revelem o SER HUMANO COMO UM TODO — A TEORIA DO TODO.

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Mulher Vitoriosa

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