Escolhas e consequências
Por mais que não nos demos por conta, cada escolha que fazemos gera uma consequência, se não imediata, futura. A escolha é o que gera em nós a responsabilidade.
Como mencionei no texto "Está confortável?", os irmãos de José o venderam como escravo aos ismaelitas, eles por sua vez o levaram para o Egito e lá o venderam a Potifar (chefe da guarda do Faraó). Potifar percebeu que o Senhor era com José e que tudo que ele colocava a mão, prosperava. Por causa disso colocou José como administrador de todos os seus bens. Até aí parece tudo lindo e maravilhoso. Só que a bíblia nos diz que José era um moço muito bonito e a esposa de Potifar se agradou dele. “E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pôs os seus olhos em José, e disse: Deita-te comigo” (Gênesis 39.7). Aqui chegamos no momento da escolha. Agora, antes do desfecho, vamos imaginar melhor a situação. Potifar era o Chefe da guarda do faraó, uma posição de muito prestígio e elevado valor. Naquela época, um homem nessa posição poderia escolher qualquer mulher como esposa, isso me leva a concluir que Sati (esposa de Potifar) era uma das mulheres mais lindas do reino. Imagine a situação em que José se encontrava, ter uma mulher linda que insiste dia após dia “Deita-te comigo”. Não deve ter sido nada fácil. Mas ele teve que fazer uma escolha e essa escolha teria consequências que mudariam mais uma vez a sua vida.
Por sua vez, a impressão que Sansão me traz é de que, ao contrário de José, que teve a situação imposta, ele procurou o problema. A bíblia nos diz que ele foi a Timna e, uma vez estando lá, encontrou uma mulher do povo filisteu. Essa sensação que tenho fica ainda mais forte quando leio Sansão dizendo aos seus pais que ele queria a mulher filisteia como esposa, pois ela agradava seus olhos. Pense, em que momento ele pediu a direção de Deus? Sansão foi extremamente imprudente em suas escolhas. Ele as fez por ímpeto, seu orgulho o cegou. Ele confiou em suas forças, que de fato eram grandes, mas esqueceu que não vinham dele, mas do Espírito Santo de Deus.
Se fizermos um comparativo entre os dois personagens, veremos claramente como suas escolhas os conduziram por caminhos diferentes. José sempre procurou honrar a Deus e aos ensinamentos de seu pai. Sempre que o vemos diante de uma escolha percebemos que ele recua e aguarda a ordem de Deus. Diante da oferta de Sati, ele diz: “(…)Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?” (Gênesis 39.9). Ele tinha temor no Senhor. Sansão era rebelde, ele desprezou o compromisso que tinha com Deus. Um nazireu como ele, tinha uma aliança com Deus, onde muitos costumes deveriam ser preservados. E ele não levou nada disso em consideração no momento de suas escolhas. José passou por maus bocados, por momentos onde parecia que Deus tinha esquecido dele. Mas sempre honrou a Deus e por isso foi honrado. Através da vida dele muitas vidas foram abençoadas, inclusive as de seus irmãos que o venderam e a de seu pai, a quem tanto amava. Ele teve um significado tão grande, que quando o povo de Israel abandonou o Egito, muito tempo depois de sua morte, ele não foi esquecido e Moisés levou seus ossos juntos na peregrinação em busca da terra prometida. Sansão fez tantas escolhas erradas que acabou preso, com os olhos arrancados e feito escravo. No fim de sua vida podemos perceber o quanto Deus é misericordioso e não resiste a um coração quebrantado. Ele foi levado para servir de diversão em uma grande festa, onde estavam reunidos os líderes e pessoas de grande importância no meio dos filisteus. Ali, cego e sem esperança ele pede ao Senhor: “Ó Soberano Senhor, lembra-te de mim! Ó Deus, eu te suplico, dá-me forças, mais uma vez, e faze com que eu me vingue dos filisteus por causa dos meus dois olhos!” (Juízes 16:28). Embora, no fim de sua vida tenha feito um conserto com Deus, não tem como não pararmos pra pensar em como teria sido a vida de Sansão, se ele tivesse honrado a Deus em todas suas escolhas.
Minha dica é: “Antes de fazer suas escolhas, peça para que Deus vá adiante, e no caso de dúvida, espere. Lembre-se que o tempo de Deus é diferente do nosso.”