Gol Olímpico do Sornoza, um momento pra ficar na memória pra sempre

Coluna NerdFlu

Nick
6 min readAug 3, 2018

Amigos tricolores, tudo bem? Estou de volta no meu próprio espaço, já que absolutamente todos os textos sobre o Fluminense que escrevi nesse ano para um site foram pro espaço (no sentido literal) quando ele saiu do ar, e por algum motivo, eu estupidamente escrevi tudo direto no WordPress do site, ou seja, não tinha backup de nada.

Bom, assim como o meu time, não tenho o hábito de desistir ou retroceder, então vamos começar tudo do zero novamente, e por uma ótima causa, o meu amado Fluminense Football Club. Sejam muito bem-vindos a minha nova coluna NerdFlu, agora hospedada em definitivo aqui no meu Medium. A casa é de vocês, e sim, podem colocar o pé na mesa da sala que eu limpo depois.

Fotos: Lucas Merçon e Mailson Santana/ FFC

O Jogo – Um Gol Olímpico que valeu o ingresso

Vamos falar de uma coisa boa, o jogo? Ontem Fluminense e Defensor do Uruguai chegaram no Maracanã com duas missões distintas, o primeiro ser um time eficiente em campo, jogando futebol e fazendo o maior número de gols possíveis, o segundo fazer justamente o oposto, retardar o jogo desde o primeiro minuto em uma cera vergonhosa, pra tentar levar uma derrota mínima ou quem sabe até um empate pra Montevidéu.

Os poucos tricolores que estiveram presentes ontem no Maraca foram presenteados com dois gols sensacionais, mas antes disso, muito sofrimento, já que as comemorações só vieram depois de quase 90 minutos martelando a defesa do Defensor (nunca um nome foi tão preciso). No primeiro tempo, o Flu tocava a bola nas laterais, sem chutar a gol, o que deixou a torcida tensa e preocupada. Felizmente fomos para casa felizes, mas confesso que temi pelo pior, antes que Digão e Sornoza resolvessem de vez a parada.

O primeiro gol me lembrou o do Washington contra o São Paulo na Libertadores, depois uma assistência do Sornoza que lembrou muito a do Thiago Neves, Digão subiu no terceiro andar e não perdoou o goleiro Reyes, que talvez tenha se enrolado em tanta cera que fez. Na noite de ontem, nosso heróico zagueiro completava 100 jogos com a camisa do clube, então nada mais justo que comemorar o feito com um belo gol.

O gol Olímpico de Sornoza foi uma verdadeira pintura, que merecia uma placa a ser entregue hoje mesmo no Maraca, fosse esse um país sério.

Foi o primeiro gol Olímpico da carreira de Sornoza, e o terceiro do Fluminense na história do Maracanã, assim nosso camisa 10 se junta ao mestre Telê Santana e a Dejan Petkovic , que também tiveram a mesma felicidade em 1955 e em 2006.

As 15 mil pessoas tiveram o imenso privilégio de assistir esse gol histórico, e foram merecedores, pois estavam lá embaixo de chuva, com um tempo frio (ao menos para os padrões de nós cariocas), gritando durante os 90 minutos pelo Fluminense. É claro que um jogo da Copa Sul-Americana merecia um público muito melhor, mas o momento do clube não ajudou.

Um pouquinho de história – As Glórias do Tricolor

Os rivais que sempre perdem pra nós em finais (e outros detratores que nem sequer lá chegam) vivem falando um monte de falácias, mas a verdade é que o Fluminense Football Club é sinônimo de futebol no Brasil. Se foi Charles Miller que trouxe nossa primeira bola, foi Oscar Cox que teve a belíssima ideia de criar um time dedicado ao futebol, e ao descobrir que haviam futebolistas em São Paulo, fez questão de ir enfrentá-los, em um movimento que deu origem ao gosto do brasileiro pelo nobre esporte bretão.

O Fluminense é um time que se confunde com a história do futebol brasileiro e do esporte no Brasil em geral, cuja massa literalmente deu origem aos termos "torcedores" e "torcida", clube do primeiro gol do Brasil em Copas do Mundo, da primeira medalha conquistada pelo nosso sofrido país.

A história do Fluzão é repleta de glórias, e ontem mesmo o clube comemorou 66 anos do Mundial de 1952, quando o Flu de Castilho, Didi e Telê despachou as maiores equipes do mundo, vencendo nosso rival paulista Corinthians na final em dois jogos que marcaram época e foram a melhor comemoração possível do cinquentenário do Flu, completado naquele bravo ano.

O nebuloso e incerto presente

Infelizmente, o momento do time não condiz com as glórias de sua história, talvez apenas de alguns capítulos, que todos preferiam esquecer, mas dos quais alguns personagens infelizmente ainda caminham pelos corredores das Laranjeiras. Chegamos ao fundo do poço nos anos 90 por pura politicagem e incompetência, e corremos este risco novamente.

Ainda assim, estivemos sempre perto das glórias nos últimos anos. O time de Abel com Richarlison e Wellington Silva só não foi campeão estadual de 2017 por interferência direta do juiz em uma falta vergonhosa de Réver em nosso zagueiro Henrique, em lance que decidiu a final no apito, algo que infelizmente também faz parte da tradição do nosso clube, já que os juízes, na dúvida, sempre apitam contra nós.

Depois de vender Richarlison a preço de banana, demitir jogadores por WhatsApp, e perder o passe da nossa maior promessa do ano passado, o presidente Pedro Abad está prestes a negociar nosso jovem talento, o goleador Pedro, único detentor possível da camisa 9 que foi vestida por tantos craques ao longo da vida do nosso clube.

Pedro tem tudo pra ser o atacante do Brasil nas próximas Copas do Mundo, e a bem da verdade, mesmo na Copa deste ano, já teria ajudado bastante. Ele não é uma promessa, é uma realidade. Ele joga muito, isso em um elenco fraco, com um único armador, imagine só em um clube da Europa. Não pode ser vendido agora, e qualquer que seja o valor, é pouco pelo que ele tem apresentado em campo.

A diretoria do Fluminense acabou de embolsar uns trocados da venda do Richarlison, não está precisando de dinheiro neste instante, então tem a obrigação de segurar o Pedro e só vendê-lo pelo valor da multa, 50 milhões de Euros. Menos que isso, é burrice, e como tal, cobrará seu preço muito mais alto, se for feita. Além de tudo, nós só temos 50% do passe do nosso goleador, ou seja, toda vez que ouvir falar em uma proposta, reduza a ela pela metade, pois é esse o valor que o Flu vai receber.

A verdade é que mesmo com o Pedro desequilibrando no ataque, o elenco do Flu é fraco, está na conta do chá, como dizem. Só temos um meia no elenco, pelo menos até a chegada do Daniel, que parece que está voltando depois de ter sido inexplicavelmente emprestado 3 vezes seguidas. Além dele, acho muito estranho que não exista um meia nas categorias de base que não esteja pronto para pelo menos ajudar o time profissional.

O time não engrena no Campeonato Brasileiro, sendo totalmente incapaz até o momento de conquistar algumas vitórias seguidas, e funcionando mais uma vez como Robin Hood, entregando vitórias e até empates para times de menor expressão, dos quais a gente não deveria tomar conhecimento. Se tiver servido de lição pra não acontecer novamente, tudo bem.

O verde da esperança vem da sinergia entre o time e sua torcida

No jogo de ontem, assim como nos últimos jogos, Sornoza tem sido o único jogador de criação relacionado, o que facilita a vida dos adversários, que só precisam marcar ele. Pra completar, Marcelo Oliveira tem substituído ele em alguns jogos, ontem felizmente não foi o caso, seria uma injustiça que seu gol Olímpico não tivesse entrado na história do Fluminense e do Maracanã.

Por conta de jogos como ontem, e vendo a sinergia entre o time dentro de campo e a torcida, começo a acreditar em dias melhores, mesmo com todas as dificuldades, e pretendo fazer minha parte na arquibancada, gritando o tempo todo, até o fim, como tem que ser. Juntos pela Sula, mais do que nunca!

Saudações Tricolores, e até a próxima coluna!

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Nick

Blogueiro do @DigitalDrops, @MeioBit & Blog de Brinquedo. Criador de projetos como #NerdFlu e #366Musicas. #NiceGuy do Nerdcast. Tricolor de coração.