Você se sente seguro na Internet?

Suas interações com o mundo da Internet deixam traços sobre quem você é. Você sabe como esses dados são usados, e onde anda sua privacidade?

Mais de 2 bilhões de pessoas utilizam o Facebook por mês, segundo dados da própria empresa. Cada uma delas está conectada com várias outras pessoas, compartilham fotos suas e de seus amigos ou familiares, compartilham vídeos, curtem páginas, seguem conteúdos de seu interesse, envolvem-se em debates virtuais… e muitas vezes não estão cientes de que todas essas atividades deixam um rastro, dados que ficam armazenados a respeito de suas identidades, inferidos pelo seu comportamento nas redes.

Você pode até não se importar muito com esses dados que você fornece, afinal, ‘o que de ruim poderia acontecer, se eu não faço nada de errado na Internet?’. O famoso ditado já diz que ‘quem não deve, nada teme’. Mas quando falamos de privacidade e segurança na Internet, não estamos nos referindo necessariamente a problemas que se relacionam com condutas éticas no ambiente online. Os dados que ficam armazenados podem ser distribuídos para fins comerciais e de marketing, por exemplo. Mais que isso, o perfil que você imprime na rede pode ser utilizado para guiar ações para campanhas políticas, como parece ter ocorrido com o escândalo envolvendo o Facebook e a Cambridge Analytica.

Uma outra preocupação surge quando nos lembramos dos ‘hackers’. Há aplicações capazes de infectar sua máquina sem que você se dê conta, abrindo espaço para grandes dores de cabeça. Por exemplo, existem ferramentas capazes de monitorar a câmera do seu computador e transmitir as imagens geradas para outra máquina, ou ainda, outras capazes de copiar a informação que você digita em seu teclado — seja um email para alguém, ou seus dados bancários enquanto você acessa seu internet banking. E o pior é que nem sempre é necessário ser ‘super entendido’ no domínio da computação para criar esses programas maliciosos. É fácil encontrar na internet como fazer isso.

Por outro lado, estes dados que são fornecidos poderiam ser utilizados de uma forma positiva, por exemplo pelos sistemas de recomendação em sistemas de streaming como YouTube ou Netflix, que se utilizam desses dados para facilitar a navegação, oferecendo sugestões de conteúdo de acordo com o comportamento que você e pessoas com perfis parecidos ao seu apresentam nessas plataformas. Mas, será que queremos ter nosso comportamento modulado desta forma durante todo o tempo? Não seria isso uma inversão, no sentido de que imagina-se que alguém (uma empresa por exemplo) teria como conhecer os seus interesses melhor do que você mesmo?

E é sobre segurança nas redes e como você pode proteger a si e a seus dados no ambiente virtual que tratamos no #Infocast desta semana, com a presença de dois experts no assunto, o professor da Universidade Federal do ABC, especialista em cibersegurança, Dr. Sérgio Amadeu, e a programadora e voluntária da Mozilla Foundation, Cibelle Oliveira.

Você se preocupa com o uso dos seus dados na Internet? Será que se preocupa o suficiente? Se liga no nosso Infocast!