Comunidades Gasosas: Fluidez e Impacto nas Marcas

No Clima
6 min readJan 3, 2024

em Humana

Imagine uma nuvem: em constante movimento, sem forma definida, mas impossível de ignorar. Assim são as comunidades gasosas. Esses grupos não são estáticos; eles se formam, mudam e desaparecem com a mesma facilidade que compartilham memes e tendências nas redes. São como a brisa que você sente, mas não vê: estão sempre lá, moldando o clima do mercado.

No cenário atual, as marcas enfrentam consumidores cada vez mais informados e exigentes. As comunidades gasosas, uma metáfora para agrupamentos de consumidores voláteis e influentes, estão no centro dessa mudança. Essas comunidades desafiam as marcas a serem mais transparentes, responsáveis e conectadas com as realidades sociais e ambientais.

No centro dessas comunidades, está o comportamento humano em sua forma mais pura e autêntica. As pessoas dessas comunidades querem se conectar com marcas que refletem seus valores, que falam a sua língua, e que entendem seus desejos e preocupações. Elas buscam autenticidade, não apenas nas ações, mas também na essência das marcas.

As marcas não são mais vistas como líderes incontestáveis de confiança. Segundo a pesquisa Edelman Trust Barometer, as pessoas confiam mais em indivíduos de suas comunidades do que nos CEOs das empresas. Isso implica que as marcas devem ser proativas, transparentes e prontas para enfrentar conversas difíceis, admitindo erros e mostrando disposição para corrigi-los​.

Comunidade de marca tradicional: a velha escola

Pense nas comunidades de marca tradicionais como aqueles clubes exclusivos. São grupos de clientes e fãs leais que se reúnem em torno de uma marca porque amam o que ela faz. Essas comunidades são bem definidas, um tanto estáveis e geralmente giram em torno da lealdade ao produto ou à marca. As marcas falam, e os membros da comunidade escutam e seguem. É uma relação bem “de cima para baixo”.

Características das Comunidades de Marca Tradicionais

  1. Foco no Produto: A comunidade geralmente se forma em torno de produtos ou serviços específicos.
  2. Comunicação Unidirecional: As marcas ditam a conversa, e os consumidores são mais receptores do que participantes ativos.
  3. Lealdade à Marca: Os membros são leais e muitas vezes defendem a marca.
  4. Estabilidade: Pouca variação na dinâmica da comunidade ao longo do tempo.
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Comunidades Gasosas: A Nova Onda

Agora, mergulhe no conceito de comunidades gasosas. Elas são como aquelas festas dinâmicas onde todo mundo contribui para a vibe. Estas comunidades são fluidas, formadas por consumidores informados que se reúnem e dispersam rapidamente. São movidas por valores, tendências e questões sociais, não apenas por produtos. Aqui, as marcas são participantes, não líderes. É uma dança de igual para igual.

Características das Comunidades Gasosas

1. Foco em Valores e Ideais: As pessoas se agrupam com base em interesses compartilhados, valores ou questões sociais.

2. Comunicação Multidirecional: Há uma conversa real entre a marca e os consumidores. As opiniões e feedback dos consumidores moldam a direção da marca.

3. Flexibilidade e Mudança: Os membros vêm e vão, e suas lealdades podem mudar rapidamente com base em como a marca se comporta.

4. Influência Dinâmica: São comunidades influentes, que podem tanto elevar quanto desafiar as marcas.

A Grande Diferença

A diferença crucial está na natureza dinâmica e na estrutura de poder. Enquanto as comunidades de marca tradicionais são mais sobre a lealdade estável e a adoração da marca, as comunidades gasosas são sobre engajamento ativo, mudança e um diálogo contínuo. As marcas não podem mais se dar ao luxo de apenas falar; elas precisam ouvir e responder.

Um Mundo BANI, Um Novo Desafio

Estamos vivendo em um mundo BANI — frágil, ansioso, não-linear e incompreensível. As comunidades gasosas são filhas desse mundo. Elas reúnem pessoas informadas, engajadas e cheias de opinião, que não têm medo de levantar a voz por algo que acreditam (ou para criticar o que não está bacana). Elas são como um termômetro social, medindo a temperatura das tendências, das crises, e dos movimentos que importam.

Por Que Isso Importa Para as Marcas?

As marcas que querem se destacar não podem mais se dar ao luxo de ignorar essas comunidades. Elas são espertas, exigentes e não caem mais naquela conversa fiada de marketing. Querem transparência, autenticidade, e um compromisso real com as causas sociais e ambientais.

Uma marca que ressoa com as comunidades gasosas não é aquela que só fala, mas aquela que faz. É a marca que entende a pegada do seu público, que sabe que um tweet pode tanto alavancar quanto derrubar anos de reputação. É aquela que não tem medo de mostrar quem é, mesmo que isso signifique admitir um erro e mudar de curso.

Então, Como as Marcas Podem Navegar Esse Novo Mundo?

  1. Seja Genuíno: As comunidades gasosas valorizam a autenticidade. Não adianta tentar ser algo que você não é.
  2. Ouça e Aprenda: Essas comunidades estão cheias de insights. Preste atenção no que elas estão falando.
  3. Engajamento com Propósito: Se você quer o respeito delas, mostre que sua marca tem um compromisso real com as causas que importam.
  4. Transparência é Tudo: Errou? Admite. Aprende. Melhora. As comunidades gasosas respeitam marcas que são honestas.

Real Brands

O conceito da No Clima de “Real Brands” representa uma abordagem única e moderna no universo do branding. Esta perspectiva visa não apenas direcionar as marcas, mas também incitar reflexões sobre os movimentos e tendências atuais que moldam o mundo das marcas.

Uma “marca real” é caracterizada por ser:

  1. Inovadora: Busca constantemente novas abordagens e soluções, rompendo com o tradicional e trazendo frescor ao mercado.
  2. Engajada: Está ativamente envolvida em questões sociais, econômicas e ambientais, contribuindo para um impacto positivo no mundo.
  3. Humana: Valoriza a conexão genuína com as pessoas, focando em criar relações autênticas e significativas.
  4. Confiável: Mantém sua integridade, oferecendo transparência e consistência em suas ações e mensagens.
  5. Única: Distingue-se pela sua originalidade e singularidade, criando uma identidade de marca forte e reconhecível.

A metodologia “RealBrands” da No Clima se concentra em compreender e dar sentido a um mundo cada vez mais complexo. Ela busca construir marcas que são atemporais, relevantes, sustentáveis e que geram impacto positivo no mundo. Esta abordagem divide o olhar em cinco áreas essenciais para qualquer marca: a capacidade de se adaptar e criar futuros, a capacidade de gerar impacto positivo e se comprometer com o que é importante, a capacidade de entender as pessoas e fomentar relações, a unicidade e o poder de criar originalidade, e por fim, a dimensão de cumprir promessas e ser verdadeira.

Em essência, o conceito de “Real Brands” enfatiza que o branding é, acima de tudo, sobre as pessoas. Reconhece que não existe uma medida padrão para o que é valor para as pessoas, e por isso, a abordagem se concentra em entender, pensar e aplicar branding de uma maneira que ressoe autenticamente com os consumidores e a sociedade em geral​.

Você pode entender mais sobre Real Brands e comunidades gasosas no Report RealBrands 2024.

Conclusão: O Papo é Direto

Entender e engajar com as comunidades gasosas não é só uma estratégia de marketing; é uma necessidade para qualquer marca que quer fazer a diferença hoje. E aí, sua marca está pronta para entrar nesse fluxo e realmente conectar com o que as pessoas estão sentindo e pensando? É desse jeito, com essa pegada de falar o que precisa ser dito, que a No Clima encara o branding: de igual para igual, com empatia, e sempre de olho no futuro. Ah, e você pode conferir mais conteúdos na plataforma gratuita de branding da No Clima, Branding na Real.

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Consultoria criativa de Branding. Acreditamos em criar marcas reais, à prova de futuro. Somos apaixonados por branding! #brandingpravida.