Jornada adotiva — Como entendi a adoção na minha história

Olhar adotivo
13 min readNov 4, 2021

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Olhar adotivo — um projeto para entender a adoção a partir do olhar dos filhos adotivos —

Aos quatro anos descobri ser adotada, mas foi só aos 25 que entendi o que isso de fato significava. Por lidar racionalmente com a adoção — aquele mecanismo de se dizer bem resolvida, não guardar mágoas e achar esse modelo familiar apenas uma outra forma de ser família — pensava que não haviam questões emocionais a serem consideradas. Ledo engano.

Tudo mudou quando conheci Géssica durante um estágio em Altamira (PA). Ela era adotada… Como eu. Morava com seus pais adotivos desde bebê… Como eu. Era a caçula e tinha irmãos muito mais velhos… Como eu. E sentia uma relação confusa entre acolhimento e rejeição, vontade de agradar e de ter o próprio espaço… Como eu. Mais do que isso, como eu, ela às vezes se questionava o motivo de existir e se as pessoas de fato eram confiáveis. Pela primeira vez na vida tive a sensação de ser compreendida de verdade, sem ressalvas: ela sabia EXATAMENTE sobre o que eu estava falando. Até então, todos os papos com outros adotados, que foram bem poucos, consistiam apenas em “Ah, você também é adotado? Que legal”. Foi a partir desse novo encontro que comecei a considerar que vários aspectos da minha personalidade, que defini como consequência do bullying na escola e da timidez, pudessem ter alguma relação com a adoção.

Para minha já não tão surpresa, todas essas emoções tinham tudo a ver com ser adotiva.

Falo do desejo de agradar, por exemplo. Quando se é filho biológico o sangue já vem anunciado como “garantia de vínculo”. Já quando se é adotado existe uma sombra, uma possibilidade de abandono rondando. O raciocínio “lógico” que é feito, então, é buscar construir pontos em comum e agradar constantemente, em uma ideia tóxica de que quem não desagrada não é abandonado. O problema é que sustentar isso é impraticável. Ruídos na comunicação, em qualquer ambiente, escolar, familiar, amoroso, estão sujeitos a acontecer. Sangue também não é garantia de afinidade ou relações saudáveis, mas alguns adotados têm dificuldade de distinguir que brigas familiares significam brigas como quaisquer outras… E não rompimentos definitivos.

Não entender esse ponto deixa a pessoa sem saber estabelecer limites nem reconhecer o processo de atravessar dificuldades. Sentir intensamente — e culpar-se por não conseguir uma harmonia permanente — é uma das coisas que entendi que outros adotados também sentem. O “primo-irmão” do desejo de agradar é algo que a princípio parece muito diferente, mas vem da mesma base de tentar ser amado. É o que chamo de “Teste do amor”, que consiste justamente em testar o sentimento do outro das mais diversas formas, inclusive as violentas, tudo para assegurar que não ficará sozinho. “Ah é? Me ama? Mas e se eu fizer isso? Vai continuar me amando?”. Tanto o desejo de agradar quanto os “Testes de amor” buscam a mesma coisa: uma certeza, a garantia de não acabar sozinho de novo — e essa certeza, é bom lembrar, ninguém consegue ter na vida. Um bom exemplo desse comportamento é o documentário “Removed”, disponível no Youtube:

Jeanette Winterson é uma escritora e filha adotiva inglesa. O trecho acima é do livro “Por que ser feliz quando se pode ser normal?”

O medo do abandono, porém, não fica restrito à família. Se quando era pequena eu morria de medo de me afastar dos meus pais por achar que eles podiam morrer a qualquer momento (e ainda não sabia que o nome disso era ansiedade) — e eu acabaria sozinha de novo — na adolescência isso se transformou em medo de ser abandonada pelos amigos e pelas paqueras. O lado violento disso é que, na ânsia por fazer relações durarem, por medo de ficar sozinha, sustentamos amizades tóxicas e relacionamentos difíceis.

Chamo o que o adotado tem de “dupla camada”. Todo mundo está sujeito a ter medo do abandono em uma sociedade do consumo, que estimula uma vida sempre competitiva e em busca de novidades, e essa lógica também acaba contaminando as relações. Só que o adotado de fato sabe que o abandono acontece. É como se muito cedo ele fosse apresentado a uma visão não romantizada da vida. E, então, cria uma couraça a mais. Se não tiver referências, se não entender os gatilhos, pode seguir uma vida inteira carregando pesos demais. E sabemos os resultados de muita pressão: ansiedade, dificuldades sociais e, também, suicídio. Inclusive: uma pesquisa divulgada em 2013 pela American Academy of Pediatrics revelou que o número de tentativas de suicídio entre adotivos é mais de quatro vezes maior do que entre pessoas que não foram adotadas.

Aprender a estabelecer limites é um grande desafio, assim como encerrar ciclos e entender que podemos ir embora — e deixar quem não faz bem — ir também. Um adotado sabe quanto o abandono dói, e por isso muitos ficam receosos de se verem como quem abandona. Só que é preciso cuidado para não chamar de abandono coisas que são simplesmente limites, finais de ciclos, amadurecimento. Na verdade, muitas das vezes, ao buscar a própria história, todo o peso, gatilho e tabu do termo “abandono” são dissipados, já que há um entendimento maior do contexto em que a própria história se deu. Outro grande estigma da adoção é chamar TUDO de abandono, o que, além de ser equivocado, causa uma grande repulsa em relação à família biológica, como se essas fossem as piores pessoas do mundo. Não é bem assim que as coisas funcionam. Todo mundo carrega uma história, e desmistificar essas confusões sobre adotados e os motivos pelos quais foram entregues à adoção é extremamente importante.

Estamos todos sujeitos a fantasias, a projetar no outro coisas que só existem dentro da nossa mente e vontade. Mas o adotado, principalmente aquele que não sabe muito de sua história e questiona como é sua família biológica, tende a caminhar com muito mais imaginação no mundo. Se por um lado a imaginação pode abrir as portas da criatividade, por outro pode deixar a pessoa destoando da realidade, com dificuldade de ver as coisas como elas realmente são e não como gostaria que elas fossem. Aí, mais uma vez, o perigo de se manter em relacionamentos tóxicos por sustentar a narrativa criada na cabeça e não conseguir olhar e entender o que se passa na prática. O que eu senti, e só fui entender depois, é que, já que não podia contar a minha história desde o começo, iria controlar o que acontecesse dali pra frente. Era uma tentativa de ter domínio sobre a própria biografia, mesmo que inventada. Tipo uma pessoa que teve um objeto roubado e passa a controlar a segurança de tudo dali em diante, ficando, infelizmente, paranoica. Eu, que tive um passado negado, tentei assegurar um presente próprio. Acontece que existir não é só sobre o que a gente quer. Relações sociais sempre pressupõem um outro — e não, não fazemos ideia do que passa nas emoções alheias nem somos capazes de controlar seus atos.

Jeanette Winterson é uma escritora e filha adotiva inglesa. O trecho acima é do livro “Por que ser feliz quando se pode ser normal?”

Fantasia e medo do abandono, juntos, causam muitos estragos. Eu provei desses estragos antes de começar a remendar essas feridas abertas. Entender essa minha “dupla camada” foi muito importante no meu processo de cura.

Post do Instagram Vida de Adotivo

O adotado vive uma espécie de “lugar não lugar”. Somos ensinados a ver o mundo como “história única”, sem espaço para concomitâncias. A grande pergunta da infância, por exemplo, é “O que você quer ser quando crescer?” — e se espera ouvir apenas UMA profissão. Uma religião, um parceiro romântico (para casar e “ser feliz para sempre”), uma carreira.

Só que o adotado é duplo.

Seja adotado bebê, criança ou adolescente, o fato é que ele não consegue se definir apenas por UMA família. O adotado é sangue e sobrenome ao mesmo tempo. É a materialização de uma existência muito mais complexa que a “você foi gerado com muito amor”. É uma história bonita e triste ao mesmo tempo, que carrega as dores e as alegrias do lado biológico e adotivo. Dois tipos de antepassados. Duas mães, dois pais, x irmãos. É toda a carga genética, traços e marcas físicas — e também a educação, o que se aprende com a convivência e estímulos. É uma narrativa diferente por si só.

E é para além das famílias também. Para muitos adotados é difícil o momento de criar independência — seja emocional ou financeira — e se enxergar como indivíduo, muito porque em muitos casos faltam elementos para poder se compor, se olhar por inteiro e, enfim, aterrar. Quando um filho biológico não se encaixa na família de sangue — ou é o primeiro a fazer faculdade, a seguir um outro caminho — sente uma dificuldade em se aceitar, em seguir adiante apesar das críticas ou não entendimento dos outros parentes. Esse mesmo processo, quando se trata de uma família adotiva, é muito mais difícil — mais um reflexo da dupla camada e de um outro tabu da adoção: o estigma da gratidão, que diz que o adotado deve ser ETERNAMENTE grato pela adoção, muito mais grato que qualquer outro filho por estar em uma família. Já viram alguém dizer a um filho biológico “Você tem que agradecer por seus pais terem se relacionado sexualmente e gerado você?”. E quantas vezes já ouviram alguém dizer ao adotivo que “Pai é quem cria. Você tem que agradecer — e muito — aos seus pais por te adotarem”? Nesse jeito torto de enxergar a adoção, é comum que adotivos que tomam caminhos diferentes dos escolhidos por outros familiares (relacionamentos amorosos, vida profissional, escolha religiosa) sejam julgados de uma outra maneira, muito mais rude. Há os que esperam do adotivo uma perfeição que nenhuma pessoa é capaz de oferecer. Se falar sobre famílias disfuncionais e abusivas é difícil, quando isso se encontra com a adoção é pior ainda. Quantas pessoas conseguem reconhecer uma mãe adotiva narcisista em contrapartida a uma mãe biológica narcisista? Quantas pessoas, ao saberem de uma violência familiar, não apontam o dedo primeiro para o adotado ou dizem que “mas apesar dos pesares ele foi adotado”? Há dois extremos nesse jogo: o de falar que é tudo culpa da adoção, e “por isso ele é assim” e o de negar a adoção, dizendo que é simplesmente igual a qualquer filiação e ignorando os reflexos que essa dupla camada exerce na vida do adotivo. Ambos são violentos. Amadurecer, pro adotivo, é uma jornada mais complexa.

Mas voltando ao processo cronológico:

A primeira coisa que fiz foi buscar referências sobre adotados na internet. Me entender como adotiva é parte fundamental da minha própria história — e estava muito negligenciada. Foi um choque descobrir que havia pouquíssimos materiais sobre adotados e para adotados. Para se ter uma ideia, o livro “Vida de adotivo”, do jornalista Alexandre Lucchese, considerado uma grande referência quando se trata de adotados, ainda não havia sido lançado. Como pode a realidade de tantas pessoas não ter sido trabalhada adequadamente? Comecei a buscar dicas em inglês, onde encontrei maiores informações — e descobri que em outros países a organização sobre o tema “adoção para adotivos” era muito melhor, mas como não sou fluente, ainda representava um entrave. Separei o que fui encontrando em português e decidi buscar outros adotivos para conversar.

Só então entendi o quão necessário é que adotados troquem com outros adotados. Pedi ajuda no twitter e, muitos compartilhamentos depois, conversei com mais de 100 adotados e criei um grupo no whatsapp para seguirmos trocando histórias. Isso acendeu um alerta: aos 25 anos estava descobrindo tudo aquilo, mas como teria sido se não tivesse encontrado Géssica? A saúde emocional de uma pessoa não pode estar sujeita ao acaso. Se eu tivesse crescido entendendo a minha história, tendo acesso às particularidades de ser uma mulher adotada, se soubesse que seria tão visceral conhecer outros adotivos, teria poupado vários anos de confusão psicológica, relacionamentos conturbados e emocional fragilizado.

Texto de Matheus Pichonelli para o UOL

Conversar com tantos adotados foi libertador. Foi como encontrar um colo que até então eu nunca tive. Isso porque não é fácil verbalizar emoções que são tão facilmente julgadas pelo mundo externo. Estar entre adotados é poder falar livremente sem medo de ser rejeitado, taxado de ingrato, “mimizento”, rebelde, paranoico e por aí vai. E é ainda mais especial porque, bem, porque o tabu faz com que existam poucos materiais feitos por e para adotados. A partir disso, comecei a escrever mais sobre o tema, e alguns textos vocês podem conferir aqui:

https://tinyurl.com/2br36vsn — Revisitar a nossa infância é muito curativo.

https://tinyurl.com/y67s6n2b — Falar sobre adoção nunca é falar só sobre adoção.

https://tinyurl.com/9jx8aw4v — A adoção tem várias faces e momentos

https://tinyurl.com/vzp236px — Há livros que contam boas histórias. E há livros que contam a nossa história.

https://tinyurl.com/3x75x4js — A adoção ainda é um tabu.

A adoção, infelizmente, ainda é um tabu. Falar sobre esses sentimentos complexos sempre faz com que alguém entenda a reflexão como uma ofensa aos pais adotivos. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Eu, por exemplo, amo meus pais e sei que sou amada de volta. Só que a minha história não se origina no momento em que chego na casa da família adotiva, uma semana depois que nasci em um hospital em Pirassununga. E é muito, muito desgastante toda vez que falo sobre adoção ter que pontuar que amo meus pais: ou isso ou sou má interpretada, inclusive por familiares. Muitos adotivos tem essa chata e cansativa mania de ficar sempre, sempre, sempre se explicando.

Minha história é composta de um passado — e isso tem seus efeitos. A humanidade vive se questionando sobre a origem do mundo (O que veio antes do Big Bang? Há vida após a morte? etc, etc). Também existem os que, neste exato momento, estão entrando com a documentação para tirar a cidadania italiana em homenagem ao avô ou que estão planejando a viagem de férias para a terra natal do bisavô. Acontece, porém, que se o adotado tem esses mesmos questionamentos sobre a origem do seu próprio mundo, é taxado de ingrato. O ser humano é curioso por si só: apenas julga ser irrelevante esses aspectos quem nunca teve que se questionar o porquê de existir. Saber a história de amor — ou desamor — dos pais, enxergar similaridade nos traços, saber-se amado ou rejeitado… Tudo isso influencia na narrativa da nossa história. É preciso, afinal, um mito de origem para construirmos nossa base emocional no mundo.

Nessa época eu também comecei a terapia, o que foi uma grande ajuda para começar a desenrolar os nós de mais de duas décadas. A “descoberta” adoção, então, consistia em terapia semanal, bate papo livre no grupo de whatsapp, leitura dos materiais encontrados e mais busca por novas referências. Nesse processo comecei a meditar, primeiro no Centro de Estudos Budistas Bodisatva e depois nos estudos e práticas do pessoal do Olugar e do O curso das emoções. Considero essa etapa essencial. A terapia ajuda muito, mas não caminha sozinha. Encontrar outras formas de conhecer o mundo interno, para além das referências específicas sobre adoção, amplia nosso olhar e estabelece mecanismos práticos para lidar com as emoções no dia a dia. Encontrei esse mesmo suporte nas sabedorias indígenas de Ailton Krenak, Geni Núñez, Kaká Werá. Um tempo depois, a yoga chegou para completar o time. Esse “combo contemplativo” não foi momentâneo — segue até hoje.

A literatura também foi uma grande amiga. Mais do que artigos e livros sobre adoção, foi na literatura que encontrei um grande alento. Mergulhar na emoção de personagens adotadas foi um grande mapa investigativo dos meus próprios sentimentos. Alguns que se destacaram foram “Por que ser feliz quando se pode ser normal?” (Jeanette Winterson), “A resistência” (Julián Fuks), “A devolvida” (Donatela Di Pietrantonio), “Acabadora” (Michela Murgia), “Mulheres que mordem” (Beatriz Leal). Entre os não literários, destaque para o maravilhoso “Vida de adotivo” (Alexandre Lucchese), “Mães abandonadas: a entrega de um filho em adoção” (Maria Antonieta Pisano Motta), “Mensagem de uma mãe chinesa desconhecida” (Xinran). Além disso, séries como “This is us”, “Anne with an E”, filmes como “Segredos e Mentiras”, “A história Oficial”, “Uma espécie de família”, “Pais e filhas”, “Philomena”, “Lion: uma jornada para casa”, e documentários como “Cor da pele: mel”, “Três estranhos idênticos”, “Wonder Boy” e “Encontradas”.

(As referências completas virão em um post posterior!)

Ao mesmo tempo, comecei a participar do grupo “Arte do encontro”, promovido pelo autor do livro “Vida de adotivo”, Alexandre Lucchese. Ter encontros mensais com adotivos, mediado pela psicóloga Solange Diuana, foi — e continua sendo — muito importante. Posteriormente conheci o grupo “Conversas sobre adoção”, das psicólogas Maria Bueno e Anna Christina Mello, o “Adotados: vez e voz”, coordenado por Fernanda Tuna e o “Adoptees of South America”, comandado por María Fernanda e Megan Erika Keif.

A princípio, a jornada da adoção percorre um entendimento pessoal. É o momento de olhar as próprias dores, dúvidas e desejos. Momento de poder verbalizar, ouvir histórias semelhantes, buscar referências que possam nutrir esse solo emocional. Quanto mais se entende isso, mais fácil fica enxergar que a adoção não é um processo particular ou estritamente familiar, mas sim algo que envolve questões de toda a sociedade.

Adoção não é assunto de família. É responsabilidade coletiva.

Em comparação com países considerados desenvolvidos, o Brasil e seus vizinhos latino-americanos possuem muito mais bebês, crianças e adolescentes para adoção. A adoção não é natural, como muitos tendem a falar, mas sim intrinsecamente ligada às desigualdades sociais, falta de políticas públicas no campo da saúde e educação, e abandono estrutural. Tem a ver com não enxergar a influência do capitalismo e colonização no número de crianças a serem adotadas. Tanto não é algo natural que se hoje todos os abrigados fossem adotados, amanhã chegariam novos membros.

Como parte desse processo, me conectei ao grupo “Maternidades Vulneráveis”, que atua, principalmente, com mães biológicas, em uma ação que considero extremamente importante, que é a de impedir a adoção compulsória e dar suporte nas causas de famílias que estão em um processo delicado tanto emocional quanto social.

Nesse combo de terapia + grupos de apoio/conversas com adotivos + arte em geral (livros, filmes, séries, documentários) + meditação/yoga/estudos contemplativos + grupos de ação social + escritas, criei as bases de um futuro adotivo mais saudável.

Somente quando entendi melhor a minha história é que me senti aterrada, capaz de enxergar o mundo com mais concretude. A sensação é a de que por muitos anos vivi aérea, solta, fantasiosa demais e, então, ao entender de onde eu vim e o porque, estivesse finalmente enraizando, voltando pra terra. Ganhei mais equilíbrio, mais direcionamento, mais presença.

Estou, finalmente, existindo para além de sangue e sobrenome.

(Olhar adotivo é feito por Larissa Alves, filha adotiva)

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Olhar adotivo traz a perspectiva dos filhos no debate sobre adoção. Instagram: @olharadotivo