Seguro Integrado

Embedded Insurance

Bruno Omena
4 min readFeb 1, 2023

Contexto

Distribuir seguros nunca foi tarefa fácil e a Lacuna de proteção de seguro está ai no Brasil para contar essa história.

Dentre as muitas problemáticas que são relevantes para entender essa questão, estão a burocracia do produto de seguros e a falta de entendimento do produto por parte do segurado.

Venhamos e convenhamos, o brasileiro já está confuso o suficiente com o mercado segurador que por décadas vem utilizando termos difíceis de entender e jargões para conversar com seus clientes. Vocês ficariam surpresos com a quantidade de mensagens de clientes que eu recebo perguntando “Ei, como eu faço para receber esse prêmio da minha apólice?” (“prêmio” é na verdade, o valor que o cliente paga pelo seguro)

Em plena era da experiência do cliente, chega a ser quase cômico (se não fosse verdade) que o mercado segurador ainda não tenha resolvido o problema da burocracia e dado a devida importância para a experiência do segurado.

No entanto, com a chegada do Open Finance, chega também uma nova oportunidade do mercado segurador de fazer as pazes com o cliente por meio de uma nova experiência que é o Embedded Insurance ou Seguro Integrado.

Mas afinal, o que é o Embedded Insurance?

O Embedded Insurance ou Seguro Integrado, primeiro contextualizado por Simon Torrance, visa colocar o produto de seguros dentro da jornada de aquisição de um produto ou serviço. Imagine, por exemplo, um cliente que adquire um celular e junto com ele vem uma proposta de seguro para aparelhos portáteis, até então nada de novo sob o sol, certo? ERRADO! E eu vou te mostrar porquê.

Antes de mais nada, é importante ressaltar a diferença gritante entre Seguro Integrado e Seguro Embutido. Enquanto o Seguro Embutido tende a “esconder” a contratação do cliente e passar despercebido, o Seguro Integrado tende ao compreensível, fácil e transparente. Veja mais sobre a diferença entre Seguro Embutido e Seguro Integrado aqui.

A proposta do Seguro Integrado é romper com a visão cultural que o brasileiro tem do seguro, de ser algo burocrático, incompreensível e por vezes até enganoso.

Com a ideia de APIs amplamente difundidas no mercado, se torna possível integrar o seguro na jornada de compra ou aquisição de um cliente de uma forma nunca vista antes. Vamos a um exemplo prático, vem comigo.

Dúvidas sobre o que é API? Veja mais sobre os termos Novos termos dentro mercado de seguro

Se a grande questão é a experiência do cliente, por que esperar que ele venha até a instituição seguradora se podemos nos posicionar EXATAMENTE no ponto da jornada que ele mais precisa de nós? Pois bem, vamos falar aqui sobre como utilizar a tecnologia para abstrair as funcionalidades do seguro por meio da tecnologia.

Case Zul

A Zul é uma startup que fomenta uma melhor interação das pessoas com a sua cidade e seu automóvel. Um dos seus produtos é a compra e ativação de estacionamentos rotativos via app (no estilo zona azul), uma das dores do cliente que utilizava este produto era a preocupação com a segurança de seu veículo e seus bens em seu interior ao estacionar o carro na rua. Em parceria com a 180º Seguros, desenvolveram uma solução onde o cliente compra a “zona azul” pelo app e tem a opção de adicionar um seguro para os bens de dentro do veículo por R$0,49/ hora.

* BAAAM *

Aqui temos um exemplo prático do produto de seguros posicionado EXATAMENTE onde o cliente precisa e de tabela agregando valor ao negócio e aliviando uma dor do cliente! O CEO da Zul, André Brunetta, escreveu:

“Estamos muito felizes em lançar essa modalidade inédita de seguro em parceria com a 180°. A gente já percebia essa demanda por maior segurança para estacionar o carro na rua e acreditamos que agora, com o seguro intermitente, os motoristas se sentirão ainda mais confiantes em utilizar o estacionamento rotativo, o que contribui diretamente para a acessibilidade da cidade e democratiza o uso do espaço público”

O Futuro

Tá certo, abstrair as funcionalidades do seguro dentro da jornada do cliente por meio da tecnologia já é legal o suficiente, mas para onde isso vai?

Por décadas as seguradoras utilizaram dados demográficos (idade, sexo, localização, etc) para precificar seus produtos para seus clientes, no entanto, há coisas que dizem muito mais sobre como o cliente utiliza seu bem, que são os dados comportamentais.

Por exemplo, imagine este caso da Zul, quem conhece mais como o cliente utiliza o veículo dele? A seguradora que possui os dados demográficos ou a própria Zul que, potencialmente, possui os dados de comportamento (geolocalização, aceleração do veículo e condição de manutenção do veículo)?

Meu pensamento é que ao longo dos anos as seguradoras tendem a criar cada vez mais parcerias de MGA’s para que insurtechs atuem na precificação e administração de seus contratos visando a grande quantidade de dados que esses pequenos gigantes da tecnologia detém.

Concorda ou discorda de mim? Me mande um feedback e vamos conversar!

--

--

Bruno Omena

Um profissional de dados empreendendo no ramo das Insurtechs e fomentando o Embedded Insurance.