costumeiramente

pantenol blogueiro
2 min readSep 16, 2024

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costumeiramente, luan henrique (2024)

Olá, querido erro,

Faz muito tempo que não conversamos, sinto falta de você as vezes. Lembra de como as coisas eram ano passado? Acho que se me visse hoje, teria uma grata surpresa. Ou não, talvez eu ainda me pareça o mesmo de alguma forma, mas não acredito muito nisso.

Decidi escrever para você hoje sem muito o que dizer, o que é engraçado porque sempre tenho muito a te falar. Na verdade, acho que só queria escrever para alguém que me conhece mais do que eu mesmo. Sinto que as vezes eu preciso me lembrar de quem eu sou, tenho que ter algum lembrete da pessoa que eu devo ser e não venho sendo. Sabe quando está tudo no automático e quando para você percebe que andou sem perceber aonde estava indo e que agora está em um local desconhecido? Talvez você não saiba como é isso, nunca foi de ir muito longe. Mas é como eu venho me sentindo, dá um pouco de medo as vezes.

Lembra quando te disse que queria ficar sozinho? Acho que você entendeu muito ao pé da letra e aqui estamos. Mas não é mais um problema. Sei que você precisava se afastar também. Não sou tão maduro, mas não guardei mágoas. Acontece que agora estamos longe um do outro e quando a saudade aperta eu tenho que te evocar por meio de cartas. E pensar que há um tempo você estava bem aqui pertinho. Sinto saudades.

As vezes me pergunto se já consegui lidar com tudo que me aconteceu ano passado. Será que você acharia que sim? Sinto que ainda tenho dificuldades em falar sobre essas coisas. Uma vez escrevi que queria apagar tudo que me aconteceu e começar uma vida toda do zero, o que seria ótimo se eu não soubesse que provavelmente teria que passar por coisas parecidas para aprender lições que não pedi para aprender.

Uma coisa que me deixa pensativo as vezes é como os anos se passam e ainda me vejo como o garoto que você conheceu 7 anos atrás. Eu sei que mudei e não tenho mais a mesma aparência, meus ossos cresceram, meu cabelo mudou, minha voz não é mais tão aguda, e agora tenho uma barba que odeio e me coça o pescoço quase que sempre. Mas ainda acho que tenho as mesmas fragilidades de antes, assim como você também tinha.

Acho que não lido bem com partidas e infelizmente você partiu, talvez uma parte minha tenha partido com você também. Eu sei que parte foi essa e infelizmente não há como recuperá-la, está perdida em algum lugar no espaço-tempo. Queria que você voltasse pra mim. Como faço pra te buscar de volta?

Com carinho e coração apertado,

Acerto.

existem músicas sobre isso.

luan henrique, mas pode me chamar de pantenol blogueiro.

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Written by pantenol blogueiro

as vezes posso soar melancólico e equivocado, mas creio que você possa ler algo interessante aqui

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