conexão
um pensamento sobre a música e a beleza
(see the english version here)
Este texto foi originalmente escrito em meados de 2013.
Pra mim, música sempre foi conexão. Nunca soube caminhar sem ditar o ritmo dos passos, ouvir tilintares e não imaginar sua musicalidade, mesmo sem saber o que musicalidade é.
Sempre mantive a relação com ela, sempre me inspirei, busquei conforto. Sempre dependi dela. Meu enlace. Desde quando posso lembrar as notas musicais me encantam, me prendem, me hipnotizam. As superfícies e os diversos tipos de material me alucinam por seus diferentes timbres ao batucar.
A possibilidade de infinitas combinações de notas, ritmos, andamentos, são como as combinações do DNA que torna cada ser único e precioso. Cada peça musical é única e preciosa. Cada arranjo musical merece reverência pelo simples fato de existir.
Sempre que vou a qualquer tipo de concerto é o que imagino. O artista, lá e eu cá, conectados pelas preciosas combinações perfeitas pressionadas no ar até os tímpanos. Ritual religioso.
“Art is my goddess, music is my religion.” — Otep Shamaya
É isso que busco. Esta permanente conexão, como se a falta dela enfraquecesse o laço.
No fundo, sou mesmo apaixonada pela beleza. E a música é bela. Incrivelmente bela. Todos os sons interligados de maneira única. É estupidamente belo. Coloca minha própria existência, minha única e preciosa combinação do ser, tão abaixo de toda essa perfeição. E só me resta pagar a reverência.