conexão

um pensamento sobre a música e a beleza

Mariana Jó
1 min readMay 23, 2018

(see the english version here)

Este texto foi originalmente escrito em meados de 2013.

Pra mim, música sempre foi conexão. Nunca soube caminhar sem ditar o ritmo dos passos, ouvir tilintares e não imaginar sua musicalidade, mesmo sem saber o que musicalidade é.

Sempre mantive a relação com ela, sempre me inspirei, busquei conforto. Sempre dependi dela. Meu enlace. Desde quando posso lembrar as notas musicais me encantam, me prendem, me hipnotizam. As superfícies e os diversos tipos de material me alucinam por seus diferentes timbres ao batucar.

A possibilidade de infinitas combinações de notas, ritmos, andamentos, são como as combinações do DNA que torna cada ser único e precioso. Cada peça musical é única e preciosa. Cada arranjo musical merece reverência pelo simples fato de existir.

Sempre que vou a qualquer tipo de concerto é o que imagino. O artista, lá e eu cá, conectados pelas preciosas combinações perfeitas pressionadas no ar até os tímpanos. Ritual religioso.

“Art is my goddess, music is my religion.” — Otep Shamaya

É isso que busco. Esta permanente conexão, como se a falta dela enfraquecesse o laço.

No fundo, sou mesmo apaixonada pela beleza. E a música é bela. Incrivelmente bela. Todos os sons interligados de maneira única. É estupidamente belo. Coloca minha própria existência, minha única e preciosa combinação do ser, tão abaixo de toda essa perfeição. E só me resta pagar a reverência.

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