Alya Sometimes Hides Her Feelings in Russian, vol.3

Patotilhas do Vini
5 min readApr 12, 2024

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(Yen Press, volume 3 de 8 [em andamento], publicado em 2021, traduzido em 2023 por Matthew Rutsohn)

Esse foi, de longe, o melhor volume da série até aqui.

O tanto que eu dei risada lendo não está escrito. A quantidade avassaladora de piadas, e o fato de que (quase) todas elas caíram super bem foi a parte que mais me divertiu.

Acho que a parte que eu mais gostei foi o excesso de piadas onde o Masachika imagina um cenário “esteriótipo nerd”. Isso aconteceu algumas vezes nos volumes anteriores e foi engraçado lá, mas nesse volume eles pisaram no acelerador nesse quesito e aconteceu várias vezes. Quando ele começa pensando no cenário e termina falando em voz alta, só para a Alya reagir de forma extremamente confusa foram as melhores.

Esse foi um volume grande (243 páginas), e tivemos uma grande variedade de piadas, mas a maioria delas foi na base do grito, um manzai clássico usando elementos modernos como mote. E eu adoro manzai. Especialmente quando não tem um boke/tsukkomi estabelecido, e eles trocam de papel o tempo inteiro.

Apenas um exemplo dos devaneios do Masachika

Enfim, chega de falar de piada. Já deu pra ver que o volume foi hilário né.

Nesse volume, a história avançou bem pouco, mais uma vez. Tivemos o quê? Duas semanas de progresso? Eles realmente estão indo devagar. Mas como já falei antes, isso não é exatamente um problema.

Isso nos dá muitas chances para conhecer melhor as personagens. E esse volume nos deu uma apresentação mais profunda da Yuki e da família Suou como um todo; além de nos apresentar formalmente à Nonoa (adorei ela, aliás) e ao avô do Masachika. Estamos criando um elenco de personagens interessante, e tendo tempo para desenvolvê-los num intervalo que não parece forçado. Especialmente considerando que a “trama principal” da história não é muito excitante ou extraordinária, essa estendida ajuda bastante.

Eu sei que a questão de “frio e calculista peaky blinder” associada ao carinha de COTE é um meme fortíssimo mas eu não consigo deixar de pensar que o que o autor fez com a Yuki nesse volume foi basicamente um momento frio e calculista peaky blinder. E ao mesmo tempo que eu acho absurdamente hilário todo o conceito de “jogos mentais e guerra psicológica feita por adolescentes”, não dá pra negar que, quando bem-escrito, mesmo sendo necessária uma suspensão de descrença bem grande… A situação é interessante e gera emoções viscerais em você.

YUUUUUKIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Por um lado, eu fiquei com um ódio avassalador da Yuki depois do que ela fez. Por outro… Eu entendo o que a levou a fazer isso, e analisando a personagem dela até aqui, é impossível dizer que foi algo descaracterizado. Então é. Consistente com quem ela é. Todas as partes do que ela fez.

E, de certo modo, a culpa foi também da Alya. E a genialidade desse acontecimento é justamente de usá-lo para impulsioná-la como personagem. E essa foi a primeira vez em que eu consigo olhar para a situação e dizer que ela cometeu erros, sim, mas que foram erros mais em linha com quem ela é. Não foram erros “forçados nela” para fazer o Masachika parecer melhor. E eu vejo isso como progresso, tanto da história como do autor. Ponto positivíssimo.

Estou curioso com as diversas sementes que foram plantadas nesse volume. Quero saber mais sobre o passado do Masachika com a mãe dele; Eu quero saber mais sobre como a Nonoa vai lidar com a tal “quinta planta”, assim como a questão psicológica dela; Quero saber o que exatamente o Takeshi vai fazer para “morder a bunda do Masachika no futuro próximo” (essa é a que mais me pegou); Como vai ser as interações da Alya e da Yuki depois do que aconteceu; O que exatamente rolou de “traumático” na vida do Hikaru… Enfim. Muita coisa para o futuro.

A Nonoa se tornando uma das minhas personagens prediletas. O que ainda é perigoso numa série com o nome de uma garota no título, mas é menos perigoso do que ter a irmã da garota do título como favorita (Ainda amo a Masha ok)

Se fosse citar um ponto negativo, ele seria óbvio: A cena de hipnose.

O QUE DIABOS FOI AQUILO. Que cena mais… Desnecessária. Totalmente sem noção, que não adiciona em nada à narrativa e que só serve para diminuir as garotas numa situação ridícula e quase que nojenta. Foi uma grandísima perda de tempo, umas 15 páginas totalmente inúteis e que poderiam ser removidas ou usadas para algo relevante.

Foi uma cena apenas para “fanservice”, mas de tamanho mau gosto que eu não consegui acreditar no que estava acontecendo. Eu estava lendo, incrédulo, e esperando pela punchline da piada. Mas eu seguia e seguia, e ela nunca veio. Acabou a cena e eu fiquei parado, encarando o e-book, pensando “…isso era sério…?”.

Acho que é melhor para todos os envolvidos se apenas ignorarmos a existência dessa passagem e fingirmos que ela nunca aconteceu.

Enfim. No geral, um excelente volume que construiu muita coisa em cima do que já tínhamos, e criou novas bases para o futuro. Além de ter tido um clímax super ultra hype: com ação e comédia misturadas numa escala espetacular e que caíram muito bem com o meu estilo de humor.

Ainda não posso recomendar essa série para um “público geral”, visto que ela é extremamente “lightnovelesca”. Mas nossa. Que série genialmente divertida.

(PS: Eles fizeram outra vez. Usaram a capa como ilustração interna. Eu estou muito puto.)

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Patotilhas do Vini

Blogueirinho de buteco. Escrevo seriamente pra Torre de Vigilância, sobre animês e cultura japonesa no geral. Aqui, são as coisas que o RH não liberou pra lá.