Reign of the Seven Spellblades, vol.8

Patotilhas do Vini
4 min readJun 28, 2024

--

(Yen Press, volume 8 de 13 [em andamento], publicado em 2021, traduzido em 2023 por Andrew Cunningham)

Agora sim!
Esse volume voltou a ter um altíssimo nível que eu espero de todos os volumes dessa série. Voltamos com tudo.

Cada arco continua mantendo mais ou menos a mesma estrutura, mas sempre dando uma mexida na ordem das coisas aqui e ali, pra deixar a experiência sempre fresca. Dessa vez, enfrentamos o nosso “antagonista” no segundo volume, ao invés do terceiro. Isso faz com que ele tenha tido um volume a menos de “desenvolvimento”, e isso pode parecer ruim… Mas como ele é uma personagem que já está na história desde o vol.1 e que já apareceu diversas vezes ao longo dos volumes, esse “tempo perdido” já foi compensado.

Uma parte que eu achei genial foi o jeito como eles justificaram os flashbacks escalonados do Rivermoore. O autor sempre faz isso com os antagonistas, e sempre tem uma justificativa diferente. Dessa vez, viraram o feitiço contra o feiticeiro e estavam roubando os ossos do ladrão de ossos. Eu achei muito bem bolado.

Ao mesmo tempo, eu fiquei surpreso com a forma que o conflito foi resolvido. Eu fiquei pensando a noite toda, e puta vida. Puta vida!! Ou, no caso, puta morte-viva! De todos os antagonistas que você tacou até aqui, você decidiu fazer isso logo com o RIVERMOORE? O NECROMANTE? O LADRÃO DE OSSOS? Sérião?

Mas como eu já disse diversas vezes e repetirei agora: Eu confio no autor. Deixa ele cozinhar. Se ele escolheu esse destino pro Rivermoore, ele tem um motivo pra isso. E nós já temos exemplos de casos semelhantes que aconteceram no passado, então estou no aguardo.

Obviamente o LADRÃO DE OSSOS vai publicar sua tese pelos caminhos legais. Afinal, ele pode ser o LADRÃO DE OSSOS mas ele ainda é um acadêmico.

Pelo menos eu agradeço a honestidade do autor de não tentar justificar ou apaziguar a situação. Nos casos anteriores, passamos boa parte dos flashbacks tentando humanizar os antagonistas, justificar suas ações, explicar o que os levou até esse extremo que precisa ser derrubado. E até agora, em todos os casos, o autor foi bem-sucedido. Realmente, todos os antagonistas anteriores eram personagens moralmente cinzas, que você podia empatizar de um modo ou de outro.

Agora o Rivermoore? Ele não recebeu nenhuma simpatia. Nós descobrimos e entendemos as suas motivações, sim, mas elas não fazem as ações dele serem menos absurdas.
Você poderia, talvez, se forçar a barra, dizer que é uma justificativa ACADÊMICA. Mas sei lá. É um ponto tão absurdamente mais fraco que os outros, e um ponto tão distante da mensagem que a história e o protagonista querem passar. Não acho que cola.

E justamente por isso eu fico feliz. Nem todo antagonista precisa ter um passado trágico e uma justificativa boa para seus atos. Essa mudança é bem-vinda, e abre portas interessantes pro futuro.

Sobre as outras personagens: Muito destaque para os veteranos nesse volume. Aprendemos horrores sobre a Lesidi, o Tim e a Khiirgi. Todas personagens extremamente divertidas e interessantes, cada uma de um jeito diferente.

E fiquei muito surpreso com o reaparecimento dos mini-vilões do volume anterior. Eu jurei de pé junto que aqueles terceiranistas seriam totalmente irrelevantes pro futuro, mas o autor, mais uma vez, me provou errado, e mostrou pra mim que ele não faz nada que “é irrelevante”. Ele não descarta nada. E isso faz com que a história e o mundo sejam muito mais vivos. Eu gosto particularmente bastante da Ames.

Esse volume trabalhou muito no conceito de ceifadores, de vida e morte, e das regras do mundo. Também exploramos muita coisa sobre as civilizações antigas e sobre o labirinto. Acho interessante como conseguiram dar uma explicação que faz sentido para o clássico tropo de “civilização antiga com tecnologia muito mais avançada”. No contexto, faz sentido. Eles eram muito mais avançados em uma escola de magia específica e o contexto histórico-cultural explica a decadência dessa escola. Muito bem escrito.

Katie você tem que se resolver logo minha filha.

E esse volume todo ocorreu meio que no “submundo” (duplo sentido proposital, hehe). Mas é um limbo interessante, pois não é exatamente o submundo que estamos acostumados, com o Oliver… Mas também não é exatamente a “superfície” da Kimberly. As tensões e os problemas desse mundo estão começando a revelar mais e mais camadas. É um mundo complexo, e essa complexidade tem que ser trabalhada aos poucos. E até agora, está indo muito bem.

Agora é ver como o torneio e as eleições vão ser concluídas. Tem muita coisa em jogo.

Que série, amigos!

--

--

Patotilhas do Vini

Blogueirinho de buteco. Escrevo seriamente pra Torre de Vigilância, sobre animês e cultura japonesa no geral. Aqui, são as coisas que o RH não liberou pra lá.