The Angel Next Door Spoils Me Rotten, vol.5

Patotilhas do Vini
5 min readFeb 24, 2023

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(YenPress, Volume 5 de 8 [Em andamento], publicado em 2021, traduzido para o inglês em 2023 por Nicole Wilder)

Seria esse o melhor volume da série até o momento? …Não, esse é o vol.4.
Seria esse o pior volume da série até o momento? …Não, esse é o vol.2.

Mas o vol.5 chegou bem perto de bater esses dois marcos.

Bem, começar dizendo que eu adorei esse volume. Foi um excelente exemplar de literatura leve japonesa. Me fez dar algumas risadas, mas, acima de tudo, me fez ficar com um sorriso bobo no rosto, dando gritinhos e balançando os braços como se eu fosse uma garota de 12 anos lendo a revista capricho.

A Mahiru é uma das existências mais fofas já criadas no universo observável. É impossível ver as ilustrações (e até mesmo algumas passagens de texto) dela sem ter uma crise de diabetes. O efeito do anime ter dado voz e “movimento” para ela está me ajudando muito a ver a fofura dela na novel, também.

Com a mudança oficial do relacionamento deles, a dinâmica da história mudou. Bem, precisava mudar, então isso não é surpresa. Mas fico surpreso que foi uma mudança relativamente gradual, e que afetou não só as atitudes como até mesmo o jeito como a história é narrada.

De novo, não sei se é efeito do anime, se sou eu que estou sendo menos denso, ou se a narrativa mudou mesmo, mas… Bem, eu senti que nesse volume, pudemos ver bem mais da “cabeça” da Mahiru. Algumas passagens mostram um pouco da linha de pensamento dela que eu honestamente não consigo me lembrar de ver nos livros anteriores. De novo, faz parte da mudança de paradigma, mas ainda assim, curioso.

É perigoso ir sozinho, leve isso

Quanto ao que aconteceu no volume em si: Dum ponto de vista narrativo, a história foi muito bem bolada. O volume nos apresentou com um “problema”, fez as personagens caminharem por vários caminhos enquanto tentavam chegar numa solução, e se concluiu com a resolução perfeita e que todos estavam esperando, de uma forma bem executada.

E, ao mesmo tempo, o autor preparou, de forma discreta, várias pistas para entregar um “extra” no final, totalmente de supetão, que agregou ao volume por mudar o clima sem alterá-lo muito.

Por um lado, eu acho interessante e até mesmo fofo o “conflito” do volume, onde os dois não sabem o que deveriam fazer, agora que estão namorando, já que eles já faziam basicamente tudo que namorados fazem antes.
A questão do Amane ter receio de ir rápido demais e se sentir covarde, enquanto a Mahiru parece querer ir mais rápido mas tem receio de assustar o Amane é um drama agridoce e gentil, que só funciona pois os protagonistas são adolescentes bobos e ingênuos. Absurdamente idealizado, claro, mas a série toda é.

Então assim, essa “jornada de descobrimento”, vamos chamar assim, é algo natural e interessante de acompanhar para quem gosta do conceito, mas… Putz, pode ser muito desconfortável de ler, dependendo da sua história de vida e/ou estado mental. Eu sei que pra mim, foi.

Tem três cenas nesse volume que se encaixam nessa categoria, mas a primeira e a última ficam contidas de um jeito que não ultrapassam limites pessoais meus. Agora, a segunda… Eu fiquei bastante incomodado e foi esquisito de ler.

É mais um problema de como a coisa foi escrita do que sobre O QUE foi escrito, mas… Eu tenho reclamado disso desde o vol.1 né.

Tô evitando ilustrações nesse post pq elas tão incríveis e eu preferia que você tivesse o contato em primeira mão. Excerto acima levemente relatado.

O que mais me incomodou foi a “escala” das coisas, sabe? Claro, fica evidente que “beijar nos lábios” é tipo o ápice da relação deles nesse momento. E eles chegarem lá depois de todos os passos “menores” para encerrar o volume foi perfeito. Mas… Tem umas coisas que eu fiquei me questionando se realmente são “passos menores” que um beijo na boca? Tipo… Chupão no pescoço??? Mordida??? Pegada na Coxa??? Oi????? Como assim??

DE QUALQUER FORMA, minha reclamação se encerra por aí. O resto foi apenas divertimento. Gostei muito do passeio para a piscina, foi a combinação certa de bobagem, humor, flerte, fofura e uma pitada de drama. E eu AMO os pais do Amane. Toda a metade do livro que se passou na casa dos pais dele foi genial e hilária.

Mas acho que a cereja do bolo vai para o MOMENTO GIGACHAD do Amane, né. Eu sabia que iamos acabar reencontrando os “amigos” babacas do passado dele, mas fiquei surpresíssimos quando vi como isso foi resolvido. Eu jurava que ele ia travar hardmente, Amane.exe parou de responder, fazendo ele perder boa parte do progresso que teve ao longo dos cinco volumes, e a Mahiru precisaria intervir para “salvá-lo” outra vez.

Mas NÃO! O Amane cresceu. Ele superou. Ao longo do volume, fomos sendo alimentados com diversas pistas que mostram que todos ao redor dele estavam notando essa diferença. Ele só precisou encarar o próprio “medo” para perceber ele mesmo que a diferença existe. Ele mudou. E o jeito como ele encarou o passado foi incrível.

Por outro lado, isso me deixa um pouco receoso… Já que isso “encerra” o passado do Amane, né. Ele é um personagem que teve seu desenvolvimento completo, agora que ele superou seu trauma. Se quisermos trabalhar no Amane, daqui pra frente, teremos que estar sempre criando novos problemas. Mas vamos ver como isso vai ser feito.

Itsuki e Chitose, novamente, melhores personagens. Eu gosto muito de como eles fazem com que os protagonistas sejam mais “naturais”, sabe? Quando os quatro estão juntos, eu sinto que o Amane e a Mahiru agem como os adolescentes que são, em contraste ao… seja lá o que é que eles são quando estão sozinhos.

As ilustrações desse volume foram simplesmente fenomenais. Todas lindas perfeitas sem defeitos. Eu fiquei literalmente uma combinação do “emoji com as mãos pra cima sendo Thanos Snapeado” com o “Lobo do Pica-pau batendo na mesa e assoprando 17 instrumentos ao mesmo tempo” quando fui ver as coloridas.

Simplesmente.

Agora é esperar, mais uma vez, entre três a nove meses pelo próximo volume.

A curiosidade que fica agora é: Será que a Yen Press vai trazer o volume 5.5? Ela costuma trazer essas volumes “extras” em novels que fazem mais sucesso (como Oregairu ou COTE). Torcendo para que sim.

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Patotilhas do Vini

Blogueirinho de buteco. Escrevo seriamente pra Torre de Vigilância, sobre animês e cultura japonesa no geral. Aqui, são as coisas que o RH não liberou pra lá.