Como os livros me mudaram

Livros não são palavras. São inspiração para a mudança.

Pedro Tângari
4 min readJul 16, 2018

Recentemente li um artigo que me fez entender o que os livros fazem por nós.

Por isso, resolvi compartilhar a descoberta e livros que me mudaram!

O autor do artigo, Gonzalo Ziadi, fala que tentou diversas formas para memorizar cada vez mais o conteúdo de um livro, porém sempre existiam problemas que simplesmente não permitiam um “download” perfeito do livro para a mente.

A nossa capacidade de retenção é importante, mas ele percebeu que este não é o ponto.

O principal é ler e se permitir mudar — e é isso que um bom livro faz com você. Ele te muda ao ponto em que a palavra não importa — muda a forma como você vê e sente o mundo.

Os insights são importantes, mas mesmo depois de esquecê-los, o efeito de um bom livro se cristaliza em sua visão de mundo — funciona e você nem percebe.

O mesmo acontece com experiências.

Você já deve ter sentido, assim como eu, quando uma peça encaixa e você não sabe como viveu sem isso antes. Esse é o começo. Por isso a percepção de mudança é fundamental, assim como saber que não existe certo ou errado ou uma agenda perfeita de dados e livros recomendados.

Pessoalmente, os livros que mais me mudaram foram ficções. Foram eles que me fizeram sair da inércia e, apesar de não me dar respostas, me ajudaram a ter uma bússola para quando me sinto perdido.

E é sobre eles que quero falar hoje.

O primeiro livro foi o Lobo da Estepe, de Herman Hesse

Não tenho competência nem moral para resumir este livro em poucas palavras — o que nem é possível — mas consegui identificar o que ficou para minha vida, pelo menos até a próxima releitura.

Para mim, o livro foi sobre redenção à vida, isto é, sobre não permitir que nosso preconceitos, dogmas e resistências nos impeçam de viver e experimentar coisas novas.

Essa ideia aparece o tempo todo livro, e para mim a passagem a seguir é poderosa:

Mozart para o protagonista: “O senhor tem de viver e aprender a rir. Tem de aprender a escutar a maldita música de rádio da vida, tem de reverenciar o espírito que que existe por trás dela e rir-se da algaravia que há na frente.” (Pg 219)

Todos os estímulos externos, misturados com uma gama de sentimentos que nos dominam a todos os momentos, nos levam a “não viver” e, no limite, a escolher o fim — no caso a própria morte.

O autor dá uma dica bem no começo e, em uma infinidade de interpretações, ficou para mim o não rejeitar antes de experimentar, o que me abriu um leque de opções que nunca tive antes.

“ A maioria dos homens não quer nadar antes que o possa fazer.” (Pg 20)

E como aprenderemos a nadar sem entrar na água?

Viver de acordo com tudo isso é difícil, o próprio protagonista tem dificuldade. Mas desde então me abri muito mais a viver, fui aprender a dançar com minha noiva, tentei fazer um curso de desenho, me aventurei em diferentes áreas de trabalho, viajei e sigo buscando a próxima experiência.

O segundo livro é O Alquimista, de Paulo Coelho

Enquanto o livro anterior é complexo, este é bem simples e já ouvi duras críticas por conta disso. Entretanto, para mim essa é a beleza da obra: a simplicidade da palavra para passar a mensagem mais difícil de se entender que é "siga seu sonho".

Vou tentar explicar melhor.

Ao escalar uma montanha, nos deparamos com a incerteza e os obstáculos para os quais nem sempre nos planejamos. No entanto, o essencial é saber que estamos em algum caminho, mesmo sem ter uma vista ideal do “topo”.

O “topo” é nosso sonho, é a utopia do caminho completo que não é racional e nem obedece as leis da física.

Para mim, é sobre isso que Paulo Coelho trata em seu livro, ao narrar a jornada de Santiago em busca de sua “Lenda Pessoal” (nosso sonho).

O importante é entender que nem sempre enxergamos o final, mas não nos abalarmos e mantermos a direção é o que importa.

No fim, o que buscamos pode estar do nosso lado, mas a jornada para descobrir isso é o verdadeiro desafio. Mantenha-se fiel aos seus ideais, sem se contentar com o conforto — pois teremos outras opções que não representam nossa lenda pessoal. Assim, a “sorte” também virá.

Desde então busco seguir um caminho para o meu “topo”, que ainda não está claro mas já tem uma direção. O difícil é não ceder as tentações e ao contentamento.

Como disse, estes livros me ajudaram a sair da inércia e com certeza devem ter outras interpretações que não peguei de primeira, mas o que importa foi como me mudaram e me trouxeram até aqui.

Obrigado por dedicar seu tempo a esta leitura!

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