A adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) no agronegócio pode trazer benefícios significativos para as empresas. Uma pesquisa da McKinsey de 2014 mostrou que a implementação eficaz de estratégias ESG pode ajudar a reduzir os custos operacionais e melhorar o desempenho financeiro em até 60%. Além disso, o estudo identificou que empresas que levaram a sustentabilidade a sério tiveram um melhor desempenho financeiro.
Fidelidade do Cliente:
A questão da sustentabilidade também é importante para a fidelidade do consumidor, especialmente para a geração Z, que está tomando decisões de compra com base em práticas sustentáveis de varejo. Segundo um estudo da First Insight, 62% da geração Z prefere comprar de marcas sustentáveis, em comparação com 54% da geração X e 44% da geração silenciosa. Os Baby Boomers são os menos preocupados com a sustentabilidade, com apenas 39% concordando com o posicionamento.
Outra pesquisa, realizada pela McKinsey antes da pandemia, mostrou que os clientes estão dispostos a pagar mais por produtos ecológicos. Mais de 70% dos consumidores em vários setores, incluindo automotivo, construção, eletrônicos e embalagens, afirmaram que pagariam 5% a mais por um produto verde se ele atendesse aos mesmos padrões de desempenho de uma alternativa não verde.
Quatro tendências globais:
As novas tendências de consumo na era da pandemia criaram quatro “linhas de ruptura” que estão impactando significativamente as escolhas relativas a canais de compras, produtos e marcas no setor varejista. A pesquisa mostra que a COVID-19 está criando novos grupos de consumidores, e que as mudanças nos hábitos de consumo serão permanentes.
A primeira “linha de ruptura” é a dos consumidores que trabalham em casa, que agora preferem um estilo de vida mais digital e ecologicamente correto em comparação com aqueles que seguem trabalhando nos escritórios. Segundo a pesquisa, esses consumidores geralmente esperam gastar mais em todas as categorias de produtos, sendo que 64% desses profissionais preferem fazer compras online, contra 55% dos consumidores que trabalham fora de casa. É importante destacar que a adoção de um esquema mais contínuo de trabalho remoto pode ter implicações significativas para os varejistas, diminuindo cada vez mais a preferência por compras em lojas físicas.
A segunda “linha de ruptura” é a dos consumidores mais jovens, que são mais propensos a realizar compras online do que os mais velhos. 35% dos consumidores da Geração Z e 43% da Geração Y apresentam maior inclinação a comprar diariamente ou semanalmente utilizando seus smartphones do que as pessoas mais velhas. Segundo o estudo, a COVID-19 não afetou os hábitos de consumo dos consumidores mais jovens, que devem gastar mais, nos próximos meses, do que os mais velhos.
A terceira “linha de ruptura” é a dos consumidores que priorizam saúde e segurança, que estão comprando com menos frequência em lojas físicas. De acordo com uma pesquisa global, 31% dos entrevistados ao redor do mundo (e 36% no Brasil) classificam “aumento das medidas de saúde e segurança” como o principal atributo para a realização de uma compra em um estabelecimento físico. Esses consumidores também estão dispostos a pagar mais por produtos mais saudáveis e ecologicamente corretos. Ainda assim, há uma crescente preferência por compras online, especialmente entre aqueles que continuam a trabalhar em casa. A pesquisa também sugere que essa tendência pode continuar a aumentar à medida que mais empresas adotam o trabalho remoto.
Por fim, a quarta “linha de ruptura” é a dos consumidores da região da Ásia-Pacífico, que estão preocupados com a sustentabilidade, mas menos conscientes sobre questões de saúde e segurança em suas experiências na loja física. Nesta região, 45% dos consumidores compram nas lojas com frequência maior do que os consumidores ocidentais, já que as preocupações com saúde e segurança se tornaram menores devido à diminuição das restrições relativas à COVID-19. Os compradores nas regiões da Ásia-Pacífico, África e Oriente Médio também estão mais preocupados com questões de ESG do que em outras partes do mundo — 60% dos consumidores na região da Ásia-Pacífico e 61% dos consumidores na África/Oriente Médio compram, intencionalmente, produtos com embalagens que não agridam o meio ambiente (ou causem menos impacto). É esperado um aumento desse tipo de comportamento em todo o mundo, à medida que a população se torne mais consciente sobre o meio ambiente e a sustentabilidade.
A importância do ESG para o varejo
A pesquisa também destacou a crescente importância do ESG (Ambiental, Social e Governança) para o setor varejista. Cada vez mais, os consumidores estão procurando comprar produtos de empresas que demonstram preocupação com a sustentabilidade e responsabilidade social. Segundo a pesquisa, 55% dos entrevistados ao redor do mundo (e 63% no Brasil) afirmam comprar intencionalmente de empresas que demonstram preocupação em proteger o planeta, enquanto 54% (e 57% dos brasileiros) afirmam optar por produtos com embalagens ecológicas. Os consumidores também estão dispostos a pagar mais por opções mais saudáveis e optar por produtos locais e embalagens sustentáveis, independentemente de as compras serem realizadas de forma digital ou presencial. Em outras palavras, a sustentabilidade e a responsabilidade social estão se tornando fatores cada vez mais importantes na decisão de compra dos consumidores, e as empresas que não levam esses fatores em consideração correm o risco de perder clientes.
Conclusão
A pesquisa destaca as quatro “linhas de ruptura” que estão impactando significativamente as escolhas relativas a canais de compras, produtos e marcas. Para empresas do agronegócio, é crucial prestar atenção a essas tendências e adotar práticas ESG. Consultoria e software de monitoramento e avaliação ESG podem ajudar as empresas a implementar essas práticas de forma eficaz, monitorando e medindo seu desempenho para que possam atender aos padrões exigidos pelos consumidores e investidores.
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