A semana decisiva para Eduardo Leite definir o seu futuro

Pedro Rosano
3 min readMar 21, 2022

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A semana que inicia neste 21 de março tende a ser determinante para Eduardo Leite. O governador gaúcho está em vias de se filiar ao PSD para ser candidato à Presidência da República. Por outro lado, um apelo de líderes do PSDB, seu partido em 21 dos seus 37 anos completados no último dia 10 de março, o sensibilizaram e deixa o seu futuro ainda mais em aberto.

divulgação / twitter

Em novembro de 2021, Eduardo Leite foi derrotado nas prévias do PSDB para o governador de São Paulo, João Dória. Na ocasião, Leite falou em “não transmitir a imagem de mau perdedor”, mas, embora de fato não seja, jamais deixou de articular a materialização do seu desejo de concorrer ao Planalto. Sua declaração mais recente, à Rádio Gaúcha, foi esta: “não quero viver com o sentimento de que eu poderia ter feito algo e não fiz”. A persistência do governador se justifica: é inegavelmente um bom candidato da chamada terceira via, é moderado, distante dos dois extremos. Tem caminho aberto no PSD, contudo, ainda nutre esperanças no PSDB.

Depois de vencer as prévias, a pré-candidatura de João Dória não decolou e está estagnada nas intenções de voto de um dígito. Uma possível desistência no governador paulista do pleito nacional, óbvio, não é publicamente considerada por ele, porém, a carta assinada por tucanos influentes, como o próprio presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, para que Leite não troque de partido, levanta a hipótese de isso ocorrer e aponta um isolamento de Dória em relação a correligionários importantes.

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Dória e Leite concorrendo um contra o outro não é um bom negócio para o PSD, tampouco para o PSDB, que teve péssimo desempenho em 2018, e busca recuperar o status que já ostentou fora da região sudeste. Um fato é que quanto mais candidatos a dita terceira via tiver, mais improvável será a sua missão de evitar a polarização Bolsonaro-Lula e aí é água no leite.

É improvável que o governador gaúcho não seja candidato por alguma sigla. Sua preocupação maior está justamente dentro de casa, com ampla base governista nos últimos três anos, não fez um sucessor. Se precisar renunciar no próximo dia 04 de abril, o chefe do Executivo até o fim do anos será o seu vice, Ranolfo Vieira Júnior, com quem tem ótima relação, mas que não possui força política.

Tudo isso está sendo colocado na balança. A posição de Eduardo Leite é confortável. Se for candidato, ótimo, se pelo PSDB, melhor ainda. Caso não seja, termina o mandato com bom índice de aceitação e com chances de se eleger a qualquer cargo público estadual no próximo pleito. Aguardemos o desenrolar da semana, quando teremos respostas concretas que ditarão o rumo da eleição.

Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

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Pedro Rosano

Jornalista diplomado pela UCS e pós-graduando em Ciência Política. Escrevo sobre futebol, política e amenidades.