Está sem inspiração e não sabe o que desenhar?
Siga essas dicas e fuja do bloqueio criativo!
É normal encarar o papel e, às vezes, não saber o que desenhar, mesmo que as possibilidades sejam infinitas. Um quadro ou papel em branco, a tela de um tablet ou computador (ou até mesmo uma parede, se você quiser) oferecem o espaço perfeito para rabiscar o que o desenhista imaginar: o retrato de uma garota, um robô lutador de boxe, um cenário bucólico, uma bruxa saindo das sombras, um animal em seu habitat natural, um super-herói sobrevoando a cidade, um guerreiro viking… Cabe um universo inteiro numa folha de papel! Mas, por onde começar? Qual tema escolher para fazer um desenho incrível? E se nenhuma ideia surgir? Onde buscar inspiração?
Tempo é algo muito precioso para um desenhista! Seria um sacrilégio desperdiçá-lo por não conseguir tomar uma decisão sobre o que desenhar. Para evitar que isso aconteça com muita frequência, reuni nesta página algumas formas de se inspirar e encontrar temas ou assuntos para desenhar.
Primeira dica: não insista!
Se você não consegue decidir o que desenhar, provavelmente, está cansado ou sem objetivo. Nesse caso, insistir pode causar frustração. Em vez de se forçar, talvez seja mais vantajoso esquecer o desenho por um tempo para fazer outras coisas. Vá curtir a vida! Passear, comer alguma coisa, se esticar, se movimentar, cuidar de si mesmo. Desenhistas passam muito tempo sentados e podem sentir as consequências no corpo e, principalmente, na mente. O esgotamento mental talvez seja o motivo que o impede de continuar criando.
A inspiração para as obras de qualquer artista está na vida, no mundo real, nas coisas que o cercam. Se não tiver tempo para se relacionar com o mundo, um desenhista (ou poeta/ator/músico etc) não formará conhecimento empírico para embasar suas criações. É necessário tocar, cheirar, sentir as coisas e as emoções. Como desenhar o amor sem experimentá-lo? Como desenhar um local sem conhecê-lo? É possível desenhar um ponto turístico baseando-se apenas em relatos e fotos coletadas na internet, mas é bem melhor quando você mesmo tem a chance de fazer seus próprios registros.
Inspiração não é algo divino que cai quando menos se espera. Existem estudos científicos que explicam porque as melhores ideias surgem quando o cérebro se desliga de uma tarefa ou quando estamos relaxados, tomando um banho.
Segunda dica: consuma bens culturais produzidos por outros artistas.
Fugir do mundo real através da ficção também é saudável. Assista a filmes, leia livros, escute música, alimente sua criatividade com bons exemplos. Quem nunca ficou com vontade de desenhar um elfo, um dragão ou um mago depois de conhecer “O Senhor do Anéis” ou depois de jogar uma sessão de RPG?
Terceira dica: uma coisa de cada vez!
Às vezes, o que impede um desenhista de realizar seus planos é exatamente o contrário: é se perder no meio de várias ideias! Nesse caso, para não se sentir travado, mesmo que tenha mil ideias na cabeça, o ideal é escolher apenas uma para começar. Não dá para fazer tudo ao mesmo tempo. Se tentar, poderá não dar a atenção necessária aos detalhes de cada uma. Anote todas as ideias em algum lugar, mas escolha a primeira para começar. Depois, escolha a segunda. Em seguida, escolha outra. Assim, o que parecia não avançar, vai desenvolver mais facilmente.
Quarta dica: utilize geradores randômicos de ideias para desenho.
Pesquisando, encontrei nove geradores de ideias:
1. App “What to Draw?”
Disponível para Android, esse aplicativo oferece temas gratuitos e pagos que se desdobram em diversas frases, com sugestões em língua portuguesa, como, por exemplo, “um troll alquimista, cavalgando um cavalo, sendo romântico(a) com um(a) xamã.”. O app permite configurar e selecionar o nível de dificuldade das sugestões. Também é possível favoritar algumas sugestões e enviar um convite para seus contatos.
2. Gerador de ideias para desenho Iconic Labs
Esse site sugere o desenho de um personagem, de acordo com algumas configurações feitas pelo usuário. As sugestões são em português. O site foi desenvolvido pela Iconic Network, mesma equipe que produz um podcast que recomendo muito para todos que curtem conhecer desenhistas.
3. Art Prompts
Esse site, em inglês, permite que você escolha entre categorias como personagens, criaturas, objetos, ambientes, desafios e situações. Ao clicar na primeira, por exemplo, sugere algo como “A menina com chamas em seus olhos” ou “Uma mulher de 80 anos que de repente recebe super poderes”.
4. App Autodesk SketchBook
Por meio da integração com o Sketch This, o aplicativo sugere um tema a cada dia e permite ao participante escolher diferentes níveis de desafios. Cada desafio concluído desbloqueia um próximo, como se fossem fases de um videogame.
5. Art Idea Generators, by Concept Start
Esse site, em inglês, oferece (muitas) sugestões de personagens, criaturas e ambientes, além de ideias temáticas como Halloween, Fan Art e Inktober.
6. Random Drawing Idea Generator 3.0
Site em inglês, com menos opções para configurar. Clique no botão e obtenha uma sugestão de “who” (quem) e “what” (o que) desenhar. Talvez não seja indicado para crianças, pois quando experimentei, surgiram as seguintes propostas: “Albert Einstein + bêbado”, Deadpool + sendo inapropriado” e “personagem original do seu amigo + em um maiô sexy”.
7. Random Art Prompt Generator
Site, em inglês, que permite configurar a quantidade de ideias e a dificuldade, que pode restringir a paleta de cores que o desenhista pode usar, por exemplo. O site é de Magatsu, que também possui outros geradores de ideias para Fan Art, fantasia e até um voltado para o público infantil.
8. Watch Out 4 Snakes
Gerador, em inglês, que permite escolher entre uma ou mais palavras, além de uma frase, uma sentença ou um parágrafo.
9. Art Idea Generator
Site, em inglês, com nenhum opção de configuração. Basta clicar para obter uma nova ideia!
Quinta dica: participe de desafios artísticos e de comunidades e hashtags criadas por ilustradores.
Existem vários desafios artísticos espalhados pelas redes sociais, semelhantes ao Inktober, que sugerem uma lista de temas para inspirar desenhistas de todo o mundo. Há pouco tempo, publiquei um texto que apresenta 40 desafios artísticos que podem ser facilmente distribuídos ao longo de um ano. Clique AQUI para ler.
Se nenhum dos geradores citados na dica anterior servir, ou nenhum dos desafios existentes nas redes sociais te agradar, faça como o ilustrador Jim Bob, que sorteia temas semanais para se desafiar criativamente. A cada semana, ele publica um vídeo pra mostrar quais foram o adjetivo e o nome sorteados. Exemplo: “Animal de Fazenda Divertido” ou “Assustador Morador da Caverna”. Assim, durante cinco dias, ele repete o mesmo tema, redesenhando-o de formas diferentes.
Sexta dica: diga NÃO ao preconceito.
Desculpa o sermão a seguir, mas talvez essa seja a dica mais preciosa.
O preconceito é um dos piores inimigos da criatividade. Costuma ser uma opinião desfavorável que surge quando alguém permite que julgamentos ou generalizações apressadas sejam feitos antes de realmente conhecer algo profundamente. Geralmente, em vez de se basear em dados, o preconceito se apropria das impressões de outras pessoas que também não usaram a razão para avaliar com ponderação e imparcialmente. Gera uma barreira que impede as pessoas de se colocarem no lugar do outro. Se você não consegue entender os sentimentos de alguém ou de um grupo, você não tem condições e embasamento para escrever sobre eles, falar por eles ou representá-los em qualquer obra artística. Enfim, se der vazão ao preconceito, você se limitará como artista.
Tudo pode servir de influência para um artista. Até as coisas que não aprecia muito. Mesmo que não goste de funk, por exemplo, um comediante precisa conhecer um pouco do gênero musical para que tenha condições de improvisar, caso seu público peça a imitação de um funkeiro.
Para não cometer gafes, toda pessoa deve pesquisar sobre o que pretende discursar. Afinal, é impossível expressar opiniões relevantes sobre assuntos que desconhecemos.
Bom, espero que essas dicas possam ajudar quem costuma sofrer de bloqueio criativo. Saiba que você não está sozinho. Todo artista já deve ter experimentado essa situação alguma vez. Você já passou por isso? Conhece alguma forma de contornar esse problema? Comente aqui, por favor, e clique em quantos aplausos (limite de 50) você achar que este texto merece.
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