Sobre a URSS

O rascunho exaltado

Pedro Gaya
P / G Publications

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From 1935 publication ‘Muss Russland Hungern?’ [Must Russia Starve?], published by Wilhelm Braumüller, Wien [Vienna] depicted 1933 Kharkov German:”Die Anteilnahme schwindet.” English “The sympathy shrinks!”

Queda dos Romanov

A queda do Império Russo se deu em 1917 com as duas revoluções ocorridas no mesmo ano. Muitas razões são apontadas como fatores causadores da Revolução Russa, mas existem algumas que são especialmente mais unívocas, sendo essas: exaustão da Primeira Guerra Mundial; fome e pobreza geral; Domingo Sangrento (episódio no qual a guarda do Palácio de Inverno abriu fogo, sem ordem do czar, contra suplicantes); perda de tradição militar após a derrota na Guerra Russo-Japonesa em 1905; deterioração da Duma como entidade simbólica.

O obsoleto exército russo não estava pronto para a Primeira Guerra Mundial. Sua tecnologia bélica, comparada com as potências da Europa Ocidental, estava atrasada em pelo menos 50 anos. A infraestrutura da Rússia era quase inexistente. As poucas ferrovias, em especial, haviam acabado de ser construídas com investimento francês. A derrota da Guerra Russo-Japonesa pairava no ar como a humilhação dos russos, em um grande abalo moral. A Duma era uma instituição motora de confusão e instabilidade, pelo fim da autocracia tão enraizada na Rússia e pela falta de clareza do seu papel. Apesar disso tudo, o moral nacional no início da Grande Guerra não era ruim — havia ainda o nacionalismo eslavo. No entanto, com todos os fatores trabalhando contra a Rússia, a vitória seria a única opção possível para a manutenção da unidade nacional. As forças armadas, tendo perdido dois exércitos inteiros (mais de 250.000 homens), já em 1914, não transmitiam sinais de saúde. Mesmo assim, alguns resultados militares positivos foram obtidos nos anos subsequentes. Não obstante, o custo imposto pelos avanços militares russos era colossal e, portanto, os problemas políticos e econômicos se agravaram imensamente. Dentro da corte, a intriga anti-Rasputin de praticamente toda a nobreza também não ajudava a situação da família imperial.

A expansão da pobreza, da fome e da perda humana conduziram a plebe a voltar-se contra o czar, os comunistas já estavam contra o czar, a nobreza estava escandalizada com Rasputin, os militares discordavam das ordens do czar e estavam à frente de exércitos com moral decadente. Todos os possíveis suportes do czar tinham se esvaído. Padarias foram invadidas, soldados se rebelaram, os revolucionários se levantavam e cercavam a família imperial. O império caiu. Em seu lugar, o Governo Provisório de Kerensk foi formado, baseando a sua administração na criação de governos locais. O entendimento do Governo Provisório era de que a descentralização do poder permitiria a reparação das crises locais da forma mais eficiente. Apesar das causas da queda do czar, Kerensk decidiu manter a Primeira Guerra Mundial, exacerbando ainda mais a situação da Rússia. Houve, então, a Revolução de Outubro de 1917. O Governo Provisório havia zelado pela proteção da família imperial e a mantinha no palácio, mas a Revolução de Outrubro enviou os Romanóv para postos distantes. Após algum tempo, com problemas em conter os anti-revolucionários, os guardas foram ordenados a matar os Romanóv. Para qualquer um que saiba a descrição, não é difícil admitir a violência do ato. A execução de Luís XVI na guilhotina não só foi mais honrosa, como foi mais humana, apesar de não ser realmente humanitária. Ora, apesar de abafado, o rei pôde dizer aos seus súditos: “Senhores, sou inocente de tudo o que me inculpam. Espero que meu sangue possa cimentar a felicidade dos franceses” — trecho de uma suposta carta do executor, cujos registros são dispersos e diferentes.

Nikolai II, Alexandra e os 5 filhos foram brutalmente alvejados no porão da casa na qual eram mantidos. As mulheres, em especial, teriam tido uma morte mais lenta e dolorosa, devido à proteção das joias costuradas no corpo. Ora, Nikolai II não teve sequer um julgamento, quanto mais uma defesa.

URSS

Com a Revolução de Outubro de 1917, foi instaurado o governo socialista comandado por Lenin; formalizado em 1922 como a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O guia soviético era, como é amplamente sabido, o marxismo. Muitos autores, em especial se referindo ao genocídio stalinista, bradam furiosamente que não foi socialismo de verdade. Ora, se a aplicação de tudo que você queria fazer não leva aos resultados desejados, negar que estes sejam os verdadeiros resultados perpassa a infantilidade ou a desonestidade. É uma atitude cientificamente inaceitável, pois se recusa a encarar a verdade empírica. Ainda assim, o esperneio não para por aí. Os apologistas diversos do comunismo igualmente rejeitam os argumentos fundamentados na lógica. Para eles, a lógica é burguesa; para um marxismo mais moderno ela é racista, eurocêntrica, homofóbica, … — não cansam de rotular.

Há dois pontos que ainda devemos adentrar antes de prosseguir sobre a URSS. O primeiro refere-se as consequências de rejeitar a lógica. Disse o néscio, “a lógica é burguesa, viva a revolução”. O que ele faz é acabar o debate, selar todos os seus pensamentos longe de qualquer confronto, submeter-se completamente ao dogma pronto. Não há aqui uma salvação simples, pois o que temos é um fanático pronto a fazer qualquer coisa em nome da sua verdade gnóstica. Oras, o comunismo é assim, mas não somente. Todo tipo de totalitarismo passa, em algum nível, por este problema. Em nível, surpreendentemente menor, passa a religião. Sabemos objetivamente que o terrorismo pode resultar do fanatismo religioso, mas a grande maior parte dos religiosos não são fanáticos realmente — até porque a natureza da crença em uma divindade é distinta da crença em um fim da história dialeticamente definido. O segundo ponto se refere aos termos marxismo, socialismo e comunismo. Qualquer pessoa de má vontade pode estar pronta a aplicar certo tipo de formalismo para tentar diluir o significado deste texto, então livro-me deste tipo de crítica pífia. O marxismo deve ser entendido como todo o corpus literário de Karl Marx e sobre este. Ele pode ser tomado em vários estágios. O marxismo do início do século XX não é o mesmo de hoje, assim como o marxismo de uma determinada região do planeta ou de uma determinada escola de pensamento marxista podem divergir entre si. O socialismo é mais complicado. Temos o socialismo romântico, o científico, a substituição social-democrata, … — o entendimento correto depende somente do conhecimento, mesmo básico, a respeito de cada um. Já o comunismo é O mais complicado. O comunismo tem três faces: a ideologia comunista (parte do marxismo), o movimento comunista e o comunismo como resultado final da história na teoria de Marx.

Planejamento Central e Queda

Como de praxe aos governos de teoria socialista, a URSS experimentou um regime totalitário fortemente centralizado, caindo, portanto, nos mais diversos problemas que a literatura econômica já apontou no socialismo. Esse sistema valorizou certos setores — dependendo do plano econômico — de forma demasiada, sendo esses: metalurgia pesada, petrolífero e gás, carvão e indústria bélica. Ou seja, visto que o controle central resultou na impossibilidade da propagação das demandas pelo sistema de preços e na igual impossibilidade do cálculo econômico pela eliminação do sistema de preços funcional; a URSS sempre manteve uma forte indústria de bens de capital, que acabou por ocupar mais de 1/3 das despesas totais soviéticas [1], lembrando que elas praticamente eram todo o PIB formal — o setor informal e o mercado negro eram componentes significativos da produção soviética, ainda mais perto do seu fim.

O sistema esteve condenado ao fracasso desde o momento de seu nascimento. E a sentença não era longa, praticamente levada pelo tempo, era rápida e dura. Apesar disso, a administração Gorbachev tentou revitalizar a economia russa com duas políticas: a Perestroika e a Glasnost. Ora, a mudança veio tarde e foi um fracasso. Em 1991, já depois das perdas massivas de Estados-satélite na Europa Orienteal, em especial a Alemanha Oriental, os ultraconservadores comunistas tentaram golpear Gorbatchev, mas fracassaram. Sem embargo, várias das ex-repúblicas soviéticas procederam à declarar independência, e deram as costas às ordens de Moscou. Havia caído de facto a URSS. Para o bem de todos, o antigo governo aquietou-se.

Sobre o Morticínio

Muita morte ocorreu em nome do comunismo. A China é a maior casa de abate humano, mas a URSS não fica muito depois. Tudo aquilo que o regime comunista faz conspira não necessariamente para o genocídio (que é sempre deliberado), mas para o morticínio. Se a China hoje não tem os mesmos resultados do período de Mao Tse Tung, é porque mudou sua atitude. Ora, os nazistas cometeram genocídio, elas criaram um sistema assombrosamente eficiente em matar, com o diferencial da morte ser dirigida, ela era intencional. Stalin também cometeu genocídio. Ele deixou milhões passarem fome na Ucrânia, com plena ciência e plena capacidade de, pelo menos em algum nível, melhorar a situação. Este foi o episódio horrível do Holodomor. Outros cometeram genocídios também, como o rei belga Leopoldo II, mas nunca na mesma ordem de grandeza que os regimes totalitários. Apesar de todo este quadro, reitero que a fatalidade comunista extrapola ainda o genocídio.

Já tratamos da disfuncionalidade da economia socialista, e a consequência lógica é a má alocação. A fome e a insegurança devem categoricamente resultar da economia socialista em um sistema hermeticamente fechado. Dito isto, a vida real é irônica e os soviéticos se viram importando comida dos Estados Unidos da América, para mitigar parte da situação alimentar, enquanto o seu PIB não chegava a ser 50% do deste último e a sua economia continuava devota da indústria pesada e da construção civil. Talvez seja justo dizer o comunismo está coberto de um fetichismo industrialista sem igual. Observemos os seus partidários e similares no Brasil atual, são todos admiradores de Getúlio Vargas; amam a sua indústria, suas estatais, a sua regulação, a centralização, o paternalismo, o controle da educação, dentre outras coisas. Apesar disso, o fato é que a indústria não alimenta. Um miserável que se demite para ganhar dinheiro miserável permanecerá.

Visto isso, o morticínio soviético não para nas consequências lógicas do sistema instaurado. O próprio processo revolucionário foi mais brutal que o francês, e faz a Inquisição católica parecer um detalhe histórico pífio. O revolucionário tem uma diferença moral de todos: ele está disposto a fazer tudo em nome do seu fim. Todas as mortes, humilhações, destruição, tortura, tudo está justificado. Neste aspecto, os franceses foram mais felizes que os russos. No mínimo havia um julgamento — teatral, farsante, mas um julgamento. A rainha Maria Antonieta teve, famosamente, a oportunidade de se defender de, pelo menos, uma acusação. Não pôde se defender da acusação de traição, orgia, dentre outras coisas. Ainda assim, viu-se capaz de conclamar as mães para que não a executassem por incesto com o próprio filho. Por mais terrível que tenha sido o processo revolucionário francês, houve maior limite nos seus absurdos do que nas revoluções comunistas. Talvez isto siga o fato de que ela foi a primeira das revoluções da tradição continental, talvez sejam os seus ideais, ou talvez ainda outra coisa, ou todas estas coisas.

Feito este panorama inicial, adentremos no nascente mundo soviético. Muitos afirmam que a URSS seguiu por um caminho errado, pois Stalin não deveria ter se tornado a figura central após a morte de Lenin. Eles afirmam convictamente que Lenin havia criado um caminho certo para o sucesso soviético, com a sua Nova Política Econômica (NPE). Alguns radicais tem ainda o delírio de dizer que isso não é o caminho do comunismo — ora, se este não é, o extermínio da espécie por fome completa seria o único caminho para o comunismo. Dito isto, nos debrucemos sobre algumas medidas da NPE. Mediante a situação inevitável de autodestruição do regime comunista, o único governante que insistiria no caminho do fim seria um fanático absoluto — um louco pronto a cometer suicídio sem nenhuma boa razão. Lenin, para a menor infelicidade da Rússia, não era este governante. A produção agrícola pôde se reestruturar em algum nível de pouquíssima liberdade. Não obstante, altas cotas de impostos em espécie foram impostas, continuando a situação de fome. Neste ponto, vale notar que não só grande parte destes impostos eram deixados para apodrecer ao ar livre, como também o tipo de cobrança mostra a grande regressão econômica da URSS. A espécie humana, em especial os seus governos, parece estar sempre pronta a repetir os erros do passado. Quando a economia monetária do antigo Império Romano ruiu, sobrou a cobrança em espécie. Temos aí uma situação análoga quase dois milênios depois. Aliás, a própria tecnologia agrária da maior parte da Rússia pouco havia mudado desde os tempos antigos — em completo contraste com o restante da Europa.

Os destacamentos de requisição continuaram a agir no campo, as greves operárias foram interrompidas de maneira selvagem, os últimos militantes socialistas foram detidos, a “a erradicação dos bandidos das florestas” prosseguiu com força total: fuzilamentos em massa de reféns e bombardeio de povoados com gazes asfixiantes, […] eles [os camponeses] sabiam que tudo que eles não tivessem tempo para consumir seria imediatamente requisitado. Preencher as cotas significava então fazer com que os camponeses morressem de fome.[2]

O morticínio não acaba na fome, como já disse. Ele abrange também a insegurança. No mundo da execução ou do campo de concentração sem julgamento, o sofrimento está assegurado. A citação acima nos exemplifica o próprio inferno na Terra. Ou chega a violência, ou chega a fome — ou as duas. Estas são as faces do governo soviético original, do projeto marxista original levado o mais próximo possível de sua concretização. O sr. Courtois et al bem notam que: “quatro anos após os dias de fevereiro que derrubaram o regime czarista, a mesma situação parecia repetir-se: a confraternização dos manifestantes operários e dos soldados amotinados” [3]. Não deve ser nenhuma surpresa, pois, se a situação de vida não piorou, ela certamente não melhorou. Os anticorpos não tem razão alguma para interromper sua ação mediante a contínua existência do antígeno correspondente.

Mesmo diante de todo este horror, talvez a atitude mais anti-humana dos soviéticos tenha sido julgar como sabotagem a obediência padrões humanitários de vida e de dignidade. Certamente ninguém deve achar razoável mover vilas inteiras para campos de concentração por não entregar uma certa cota definida, ou executar alguém sem julgamento por não se identificar, ou separar ração de acordo com a produção… — aliás, para o sistema que se propõe como o fim da desigualdade, nada é mais absurdo que a desigualdade alimentar imposta por este último padrão.

Nos campos de concentração, a situação era de endemia, com a fome e a ausência quase total de utensílios essenciais — roupas, em especial, que se tornam mais relevantes no frio russo. Além disso, temos a violência dos agentes bolcheviques. Não deve surpreender, dado todo este quadro, o aumento expressivo no número de suicídios por toda parte.

Em relação à Lenin, o seu caráter não poderia ser pior. Defender a fome contra a vida é absolutamente imperdoável, não importam os fins. Ora, se ele queria manter a fome para arrasar a Igreja Ortodoxa, ele não poderia ter sido mais infeliz na escolha dos meios de ação. E não foi a primeira vez, a atitude já havia sido adotada em outro quadro de problemas alimentares na década de 1890, já conhecia-se o tipo de homem que Lenin era. Não poderíamos esperar que alguém que defende algo hoje passe a defender magicamente algo amanhã, e este sujeito não havia melhorado. O movimento do governo contra a igreja teria matado 8.100 [4] membros da igreja e dado outras penas a outros tantos. Na população civil, em apenas dois anos (1921–22), das 29 milhões de pessoas famintas, 5 milhões morreram pelos desmandos insanos de Lenin.

Os julgamentos, como não deveria surpreender, quando ocorriam, eram teatros com testemunhas plantadas e sentenças prontas. O princípio de independência judiciária nada contava. Se, em meio ao despotismo esclarecido de Frederico II (rei da Prússia), alguém podia lembrar ao rei que ainda existem juízes em Berlim, lembrar os juízes de Moscou para Lenin pareceria mais uma piada. A justiça não pode se pronunciar contra o partido, esta é a posição clara da insanidade socialista. Ou melhor, a justiça é o partido. Segue assim: o Partido personifica o proletariado e, portanto, em seu nome, tudo se torna justo. Não pode ser difícil perceber que, na realidade, isto é uma bitola moral, pronta a produzir os piores tipos de crimes e criminosos. Aliás, as palavras de Lenin são claras. O tribunal serve para legitimar e legalizar o terror, como uma conversa minha que sugere que o objetivo angular da legislação é legalizar a ilegalidade.

Nas partes mais civilizadas da URSS, o controle da polícia política, com informações detalhadas sobre as influências políticas e intelectuais locais foi imposto, sob muitos nomes diferentes. Classificar, escolher, excluir, exilar, executar, suprimir, para cada um o Estado tinha uma posição. Ninguém escapava os olhos e os braços do partido, salvo o alguns do próprio partido.

Há ainda um período de maior relevância ao assunto do morticínio, que é a Grande Fome na qual se passou o já citado Holodomor. A primeira distinção entre ela e a fome do período de Lenin é que ela foi negada e escondida de tal forma que ainda hoje a Rússia nega ter prejudicado ativamente a Ucrânia. O sistema agrário já havia mudado desde a NPE, mas a mudança piorou a situação, pois a coletivização do trabalho agrário prejudicava ainda mais as tentativas dos camponeses de manter seu sustento em face das cotas a serem entregues. Ademais, a repressão à corrupção dos camponeses — para se salvar da fome — estava crescentemente ineficaz com a falta de espaço penitenciário.

O conflito do poder do Partido havia continuado com o campesinato. Outras medidas foram tomadas e resultaram em deportações em massa de centenas de milhares de detentos. Se o sistema que Lenin deixou já estava cheio, Stalin simplesmente teve que fazer mais do mesmo. E, para aqueles que o braço de Moscou não podia segurar, ele tinha uma plano. Um cerco aos camponeses ofensores, uma fome genocida sem igual. As cidades foram fechadas, o transporte paralisado, estavam todos no abate do tempo, da fome. Doenças juntaram-se como causas de mortes, mesmo nas cidades — de onde eram expulsos. O canibalismo — e o seu comércio — tomou lugar no cardápio. Pode parecer algo distante, então proponho um exercício. Imagine o seu único alimento ser os seus vizinhos, ou os seus parentes, ou um outro indivíduo qualquer que lhe é dado com com outro rótulo.

Já tratamos do caráter de Lenin, Stalin não é diferente. A fome é realmente uma ferramenta de punição, e todo o caos resultante serve bem à punição dos sabotadores. Este é o pensamento verdadeiramente apático. Ora, o inferno está cheio de boas intenções, mas também de más. Os números do Holocausto se comparam com a Grande Fome; se incluirmos o resto das mortes sob Stalin, teremos o quadro catastrófico deste regime — que só seria igualado em horror pelo futuro chinês.

Conflitos internos, perseguições, guerras por procuração, manipulações e tantos outros eventos engordam os crimes da URSS contra a humanidade, mas o morticínio precisaria por si só um livro — e já há vários. Logo, interrompo estes meus pensamentos sobre o assunto aqui.

Notas de Rodapé:

[1] — VILLELA, Aníbal. Os Métodos de Planejamento na URSS. Rio de Janeiro, v. 18, n. 4, p. 7–110 , out. 1964. ISSN 1806–9134. Disponível em: “http://bibliotecadigital.fgv.br". Acesso em: 14 Mai. 2020.

[2] — COURTOIS, Stéphane et al. O Livro Negro do Comunismo. Trad. Caio Meira. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 15a ed., 2019. p. 135

[3] — COURTOIS, Stéphane et al. O Livro Negro do Comunismo. Trad. Caio Meira. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 15a ed., 2019. p. 139

[4] — COURTOIS, Stéphane et al. O Livro Negro do Comunismo. Trad. Caio Meira. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 15a ed., 2019. p.155.

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