25 anos de projeto
estava eu preparando uma palestra, revendo a minha própria história para entender melhor o que me trouxe até aqui. lançava um olhar retrospectivo, em busca de clareza no por quê? a minha jornada tem um determinado traçado. foi quando, estupefato, constatei que há 25 anos venho lidando com a atividade projetual, transformando ideias em realizações através de um olhar sistêmico e estruturado. embora, sempre tenha havido espaço e tempo para as mirabolâncias, pros acasos e para a sorte. mas como diz o outro, toda vez que a sorte bateu na minha porta, eu estava trabalhando…
1993, o ano que marca o início desta trajetória, foi quando entrei na faculdade de arquitetura e urbanismo da UFRJ. eu sou fodão, passei pro fundão! bradávamos, calouros correndo pintados pelo campus. metros tridimensionais expressavam formas desenhadas no espaço. com um olho no peixe e outro no gato, acompanhei de perto o broder Victor Grooveman que tinha embarcado na ESDI e com seus centímetros pensava objetos e as bidimensionalidades do design gráfico. estávamos na faculdade no exato momento da digitalização do processo criativo. abrimos a picada munidos de 486s e telas de fósforo branco. meu sonho era ter um mouse! embora eu não soubesse exatamente pra que…
depois de ter passado pelos metros e quilômetros da arquitetura e do urbanismo, pelos centímetros e milímetros do design gráfico, saltei na abstração digital e com ela vieram seus pixels, bits & bites. as telas eram mais comportadas e quase todas mediam 800x600 pxs. depois, vieram as de 1024x768 e a fragmentação total dos notebooks, netbooks, tablets e celulares. o projeto ganhou características movediças e o terreno nunca mais foi firme, mas sim maravilhosamente responsivo.
me esgueirei ao máximo, mas o audiovisual sempre esteve no sangue. fotogramas e frames são unidades incrivelmente poderosas para se contar histórias. montei, finalizei, escrevi e dirigi filmes e vídeos. o sequencial e a pluralidade de estímulos provocaram uma caligrafia totalmente nova na minha escrita criativa. mas mesmo tendo tido diferentes e variadas experiências no mundo das imagens em movimento, acho que sempre fiz filmes de designer. construí cada narrativa, como se tivesse projetando uma cadeira ou um cartaz.
dos lotes às páginas, das telas às ideias. a academia me puxou para o seu turbilhão conceitual. o processo agora, envolvia estruturas mentais e o desenho de narrativas embasadas por citações. projetei textos e dissertações, workshops e graduações. criei, liderei, orientei e facilitei processos envolvendo profissionais, clientes, professores, alunos, sempre buscando compreender os caminhos tortuosos da criação. hoje, a escala é o tempo e a matéria as ideias. provoco mais do que facilito. procuro o consenso a partir da dialética das divergências e convergências. mas continua sendo a realização, o habitat preferido do meu fazer. a cada processo de cocriação ou design sprint, é quando se materializam os objetivos que vem o meu prazer.
mas o que perpassa toda essa história? o que faz a costura de tecidos tão distintos? o que fica quando todas essas experiências são sobrepostas? que a colaboração é a espinha dorsal de todo o meu trabalho até aqui. que a colaboração é a força motriz de uma mudança de mentalidade. que a colaboração é a máquina mais eficiente para a busca de soluções para o mundo complexo. que a colaboração é prazer e é poder!
assim, que venham mais 25 anos, onde eu possa conectar pessoas, colaborar com ideias e compartilhar experiências. chega mais! evoé!
#colaboração #projeto #conectar #colaborar #compartilhar
