ALICE WALKER — Conheça a autora de A Cor Púrpura

Romancista, poetisa e ativista. Essa é a primeira autora do Quilombook, o Clube Negro do Livro na UnB.

Quilombook
4 min readJul 19, 2017

Alice Malsenior Walker nasceu no estado da Geórgia em 1944, e é a caçula de oito filhos. Seu pai ganhava pouco com a criação de gado leiteiro e sua mãe complementava a renda como empregada doméstica, trabalhando até 11 horas por dia para ajudar a pagar a faculdade de Alice.

Quando criança foi acidentalmente ferida no olho direito por um tiro de uma arma de chumbinho disparado por um de seus irmãos. Como a família não tinha carro, os Walkers não podia levar sua filha a um hospital para tratamento imediato. Quando foram ao médico, uma semana depois, ela já estava permanentemente cega daquele o olho. Esse episódio fez com que a timidez de Alice aumentasse. Introspectiva, buscou consolo na leitura e na poesia.

“Eu estava lá em 1963, na marcha de Washington, sentada em cima de uma árvore, para ouvir este discurso que foi muito utilizado, mas que foi muito mais complexo do que se divulga”, disse. E declarou que partiu de Luther King o conselho que mudaria sua vida: “Ele nos disse, a todos que éramos do sul, para voltar a nossa casa e mudar o estado das coisas por lá. E foi o que fizemos.”

Alice Walker deixou sua cidade para ir para estudar em Nova York, onde se tornou ativista dos direitos civis e conheceu Martin Luther King Jr. É a ele que credita seu retorno ao sul dos EUA, onde ela se envolveu com as unidades de registro de eleitores negros, campanhas de direitos sociais, e os programas infantis no Mississippi.

Aos 39 anos de idade, ganhou o Prêmio Pulitzer e o National Book Award pelo aclamado romance A Cor Púrpura, que será nossa primeira leitura, com reunião marcada para 11 de Agosto!

Alice Walker continua escrevendo, e também desenvolvendo seu trabalho como mulherista*, ativista ambiental, pela Palestina e por causas econômicas e de justiça social. Atualmente a autora alimenta um blog e fundou uma editora ativista, Wild Trees Press. Em 2012, Alice Walker esteve em Brasília para participar da primeira edição da Bienal do Livro e da Leitura.

*Mulherismo, feminismo e Mulherismo Africana

O termo “mulherista” apareceu pela primeira vez em seu livro In Search of Our Mothers’ Gardens: Womanist Prose (1983), no qual atribui a origem da palavra à expressão da comunidade negra de mães para as meninas “Você está agindo como mulher”, se referindo a um comportamento audacioso, corajoso e voluntarioso.

Nas palavras de Alice Walker, “mulherista está para o feminismo assim como o roxo está para o lavanda”. Assim, o termo mulherista seria tanto uma alternativa quanto uma expansão do termo feminista, considerando as criticas das mulheres negras que denunciavam o feminismo por não abranger suas perspectivas de intersecção de gênero e raça.

MAS ATENÇÃO para não confundir com o MULHERISMO AFRICANA, apesar de semelhantes são bem diferentes! “Mulherismo” é uma criação da Alice Walker que não rompe com a ótica ocidental de análise das questões de gênero e não parte da centralidade africana. Se quer entender melhor o Mulherismo Africana, indico o Blog da Anin Urasse — Pensamentos Mulheristas.

Fontes:

Blogueiras Feministas, Blogueiras Negras, What is a Womanist?, Revista Cult e Bienal do Livro de Brasília.

E ai, vamos ler mais livros negros juntos?

Lineker Teixeira,

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