Querido 2017

Estou feliz de ter chegado ao seu fim.

Estou aliviada de você estar acabando e eu não (tum dum). Porque, sério, cara: você foi um arrombado do caralho. Você foi péssimo de muitas maneiras diferentes, em vários momentos. Péssimo no carnaval, no meu aniversário, em feriados, e até setembro eu jurava que não chegaria viva para ver o seu fim. Mas aqui estou e agora você vai me ouvir.

Sabe, eu aprendi muito durante na sua presença. Muito mesmo. E, como é insuportável sequer imaginar que todos os seu ~presentes~ para mim foram só brincadeiras aleatórias do Absurdo, eu gosto de pensar que havia um Propósito na merda toda que você me fez passar.

Que há um Sentido.

Porque só assim para eu encontrar motivos para sair da cama todo dia, para de fato continuar vivendo sem cair num pessimismo cheio de interrogações.

No entanto, mesmo com todo esse crescimento que você me trouxe, 2017, eu preferiria ter continuado pequena e (muito) mesquinha como antes. Eu preferiria não ter envelhecido esses 10 anos que agora me pesam nos ombros. Eu preferiria ter seguido minha vida sem ter sido confrontada com lados tão podres do ser humano, sem ter sofrido com minha própria sombra me ameaçando.

Foi horrível e, felizmente, terminou. Vá embora, 2017. E não volte aqui nunca mais.