#01 Content System: como eu descobri que precisava de um
Como você identifica um problema?
Eu não sei se o meu algoritmo tem contribuído para que o Content System apareça com frequência na minha timeline ou se realmente é um assunto que está bem alta. Prefiro apostar na segunda opção para que mais pessoas possam ter contato com esse conceito também.
Quando eu comecei a procurar sobre como fazer um Content System no ano passado eu não sabia que o nome era esse e nem o resultado que ele gerava, eu só sabia que tinha um problema e queria resolvê-lo. Por isso, decidi compartilhar como foi a minha jornada desde perceber o problema e descobrir o que era um content system até produzir um.
Esse é o primeiro texto dessa minissérie, vamos?
Percepção do problema
Para mim, o primeiro passo para a criação de qualquer projeto é a percepção do problema. Esse problema geralmente vem por dois objetivos que não estão sendo alcançados: os de negócio ou das pessoas usuárias do seu produto.
Esses objetivos de negócio estão relacionados a estratégia da empresa e pensar estrategicamente também faz parte da sua jornada como UX Writer. O site ou a feature do produto que você é responsável não é o objetivo da empresa, mas ele faz parte da estratégia para atingir os objetivos.
Assim como o Capitão América, mesmo em uma posição de destaque, não é a única estratégia da Marvel para atingir seus objetivos na indústria cinematográfica.
Mas voltando ao nosso nicho de writers, a comunicação é o elo entre o produto e as pessoas, ou seja, é o que conecta as necessidades. Por esse motivo, a gente fala tanto sobre clareza e simplicidade na comunicação.
Dito isso, a gente começa a perceber que não se constrói boas jornadas com clareza e simplicidade se falta a consistência. Por exemplo, o modal de erro aparece de formas diferentes em cada página, mas é o mesmo erro? Ou o chatbot usa termos diferentes dos que estão no aplicativo e a pessoa usuária não consegue achar o que procurava? Ou a experiência no aplicativo é completamente diferente do site?
Então, eu diria que o primeiro problema percebido foi esse: a falta de consistência na comunicação durante a jornada das pessoas usuárias.
A comunicação é o elo entre o produto e as pessoas, ou seja, é o que conecta as necessidades.
Mas aí vem a dúvida: como ser consistente se cada pessoa escreve do seu jeito? Com isso, logo veio o segundo problema percebido: a falta de um guia integrado de comunicação digital.
Vale lembrar aqui que o excesso de guias também pode ser um problema quando cada pessoa escolhe seguir um. Geralmente isso acontece em times sem alinhamentos entre si, o marketing fala de um jeito, UX fala de outro e por aí vai.
É bem possível que você tenha acesso aos guias de comunicação relacionados a marketing e branding e eles já são um ótimo ponto de partida. Porém, eles possuem um objetivo diferente do nosso, como especialistas em experiências. Então, aqui chegamos ao terceiro problema: os guias de comunicação não contemplam as boas práticas de UX Writing, como linguagem inclusiva, acessibilidade e legibilidade.
Em resumo, eu percebi esses 3 problemas:
- Primeiro: a falta de consistência na comunicação durante a jornada das pessoas usuárias.
- Segundo: a falta de um guia integrado de comunicação digital.
- Terceiro: os guias de comunicação não contemplam as boas práticas de UX Writing.
Se para começar um projeto eu precisava de 1 problema, aqui já contabilizava 3. Era hora de começar, né?
Com isso, comecei a minha pesquisa sobre como incluir as práticas de UX Writing nos guias de comunicação e descobri que existia o Content System. No próximo “episódio” vou compartilhar tudo sobre essa pesquisa e os conceitos de Content System que achei por aí. Espero por você!
E você, se identifica com algum desses problemas ou está em busca de um Content System por algum outro? Me conta, vamos conversar mais sobre isso!