Business Model Canvas no HackTown.

Raphael Cardoso Mota Pereira
4 min readMay 30, 2022

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HackTown é uma série de palestras, shows e outras atividades com tudo rolando ao mesmo tempo em bares e restaurantes na região central de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais. Junto ao time do Núcleo de Empreendedorismo do Inatel, contribuí com o evento através de um WorkShop sobre Modelagem de Negócios no restaurante Armazém do Vale.

A partir de 2010 começaram a surgir livros, na Europa e nos EUA, sobre desenvolvimento de negócios, como: Business Model Generation, Lean Startup e Disciplined Entrepreneurship. Todos eles, em alguma medida, possuem uma dinâmica ágil e centrada no usuário, e podem ser consideradas escolas de negócios mais orientadas para um planejamento curto e de execução rápida.

O Business Model Canvas (BMC) foi criado por Alexander Osterwalder como resultado de uma tese de doutorado. E obteve grande adesão e repercussão porque contou com a contribuição de mais de 400 profissionais — diretores, gerentes e consultores — de empresas de classe mundial. Por isso, além da ferramenta, o livro oferece uma perspectiva das principais tendências mundiais sobre o desenvolvimento de novos negócios.

Em um curto espaço de tempo a ferramenta Canvas se tornou um instrumento indispensável para empreendedores, e também pode ajudar negócios estabelecidos a inovar. Vale lembrar que a metodologia é muito recente e teve importantes atualizações em um curto espaço de tempo.

Se engana quem pensa que a metodologia do Business Model Generation (BMG)se limita apenas a esse framework. Na verdade, o BMG possui um toolkit que oferece uma jornada completa para o desenvolvimento de negócios.

Recordações do HackTown 2016.

Atualmente, também fazem parte do toolkit do BMG outros frameworks (canvas) indispensáveis. Por exemplo, o framework Value Proposition Design (2015), que é utilizado antes do Business Model Canvas (2010), para a estruturação da proposta de valor e da segmentação de clientes, etapa crítica para modelagem do negócio. E ainda temos frameworks de suporte, como os cartões de aprendizado e experimentação, que complementam e dão suporte a experiência de ida a campo para realizar as validações.

Na esquerda, os livros do BMG. No centro, uma abordagem de aplicação das ferramentas. Na direita, o cartão de prototipagem.

O BMC oferece uma perspectiva de como um negócio cria valor, entrega valor e captura valor. Propõe nove principais dimensões para um modelo de negócio, e recomenda-se começar pelo quadrante da segmentação de clientes e proposta de valor, elementos que dão sentido de como a organização entrega e captura valor.

O BMC e os nove principais blocos para negócios.

O autor compara a ferramenta sob a perspectiva do funcionamento do cérebro humano. Do lado esquerdo o racional do negócio que deve estar orientado a eficiência, que são: atividades chave, recursos chave, parcerias e estrutura de custos, e que representa como a organização cria valor. E do lado direito o emocional da empresa que deve estar orientado a criatividade, que são: segmento de clientes, relacionamento com o cliente, canais de distribuição e entrada de receitas, e que representa como a organização captura valor. Essa perspectiva também pode ser entendida, respectivamente, como dentro da empresa e fora da empresa.

As hipóteses do modelo de negócio devem ser verificadas a partir de experimentos.

O Business Model Generation, Lean Startup e Disciplined Entrepreneurship possuem uma máxima chamada Get out of the building. Ou seja, trancado em uma sala com o seu time de design, você vai desenvolver no máximo uma hipótese de negócio. Para validar o modelo de negócio você deve criar pequenos experimentos, que se valem de prototipagem em baixa resolução, ir a campo e validar junto aos usuários.

Espero que a leitura tenha sido agradável. Obrigado e abraço!

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