Manufatura Avançada
A indústria 4.0 é um dos temas mais quentes sobre transformação digital, e a digitalização da manufatura tem despertado muito interesse no mercado. Neste artigo vou tratar sobre algumas questões mercadológicas e tecnológicas da digitalização da manufatura, além de contar um pouco sobre a disciplina de Manufatura Avançada dá pós-graduação em Industria 4.0 do Instituto Nacional de Telecomunicações.
É natural associar a manufatura avançada com design digital, simulação, e integração (CAD/CAE/CAM), que é a conceituação e construção digital de um protótipo virtual ou de um processo obtido por meio de simulação de computador de um produto físico ou processo.
Contudo, o conceito de manufatura avançada vai além, e permite incorporar profundas alterações nos sistemas produtivos, possibilitando a obtenção de elevados ganhos de produtividade, maior valor agregado ao produto, bem como condições de flexibilidade em vários níveis da produção.
A figura acima mostra que as tecnologias de manufatura avançada cobrem o desenvolvimento de produtos, processo de fabricação e gestão. Oferecendo informação, integração e automação de forma sistematizada, desde o chão de fábrica até a administração da empresa.
Algumas dessas tecnologias ficaram mais acessíveis, e consequentemente estão criando uma disrupção no mercado da manufatura digital. Possibilitando avanços significativos nos métodos de manufatura aditiva, e beneficiando vários outros processos de fabricação com tecnologias que antes eram proprietárias.
Disrupção da Manufatura
Muitas patentes sobre manufatura digital passaram de 20 anos, e encontram-se em domínio público. Como é o casos das tecnologias de impressão 3D: SLA, FDM e SLS. Um exemplo prático de disrupção é da tecnologia SLA desenvolvida pela 3D Systems, quando uma impressora custava mais de R$ 1 mi, atualmente é ofertada no mercado pela FormLabs por R$ 35 mil. Esse exemplo também é contado no documentário Print the Legend produzido pela NetFlix.
Investimento em impressoras 3D pode se pagar em menos de um ano. Esta é a conclusão de um estudo elaborado pela Michigan Technological University (MTU), nos EUA, que usou números “conservadores” e concluiu que a economia pode chegar a US$ 2.000 anuais com a impressão doméstica de 20 produtos comuns.
A partir dessa disponibilidade tecnológica, empresas como Reebok e Basf se uniram para criar a primeira linha de calçados impressos em 3D. Essa colaboração, conhecida como Liquid Factory, lançou uma série limitada de 300 sapatos com sola impressa em 3D, vendendo a US$ 189,50 por par, todos esgotados em questão de horas.
Outra startup que surgiu foi a Relativity, e está construindo a primeira fábrica 3D de foguetes autônomos para o lançamento de satélites. Os foguetes possuem 100x menos peças, tempo de produção 10x mais rápido, maior flexibilidade da cadeia de fornecimento e otimização futura do projeto.
São inúmeros cases bem sucedidos e que estão aproveitando as possibilidades da manufatura avançada. E diversos profissionais no mercado precisam dar esse próximo passo nas suas carreiras.
Pós em Industria 4.0
Uma forma prática de direcionar a carreira para o mundo da digitalização é fazendo uma pós-graduação. Tive a oportunidade de ministrar as disciplinas de Visão Geral dos Processos de Manufatura e Manufatura Avançada na pós graduação em Industria 4.0 no Instituto Nacional de Telecomunicações — Inatel.
As habilidades desenvolvidas na Pós em Industria 4.0 vão de encontro com a principais necessidades de mercado, como: possuir uma visão ampla e multidisciplinar em sistemas eletroeletrônicos, computacionais e de automação e controle industrial. Ter capacidade de modelar e analisar sistemas de comunicação, inteligência artificial e de tecnologia da informação. Entender o funcionamento dos equipamentos e processos industriais, bem como dos processos de manufatura e produção. E projetar e implementar sistemas de tecnologia da informação para realizar a operação e funcionamento dos equipamentos dentro do conceito da Indústria 4.0.
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