AS MÁSCARAS SENSORIAIS DE LYGIA CLARK E A CAPA DE KVEIKUR, SÉTIMO ÁLBUM DO SIGUR RÓS

Raul Ramone
2 min readJan 7, 2015

Em 1966, Lygia Clark, uma das mais cultuadas artistas brasileiras de todos os tempos, passava a dedicar seu tempo ao projeto Objetos Sensoriais, trabalhando com ferramentas do cotidiano para explorar todas as relações possíveis entre o corpo e a arte.

São obras que propõem experiências solitárias, quase uma busca pelo autoconhecimento, onde o contato com o outro simplesmente não existe.

Em busca de sensações únicas, cada máscara foi confeccionada com cores e materiais diferentes. No lugar dos olhos, orifícios costurados com vários ingredientes que aguçam nossos sentidos farejadores, como saquinhos de sementes e ervas aromáticas, cada um com seu cheiro específico. Perto dos ouvidos, mais objetos integrados às sensorialidades propostas pelas máscaras.

A intenção é fazer com que o espectador, ao colocar a máscara, entre em absoluto estado de isolamento com o mundo exterior.

Pois bem. Em 2013, os islandeses do Sigur Rós lançaram o sétimo álbum de sua carreira com uma belíssima adaptação de uma das fotografias de Objetos Sensoriais.

Ou seja, além de ser um dos melhores LPs do ano passado, Kveikur ainda nos brinda com um pedacinho da arte experimental brasileira. Tem como não amar o Sigur Rós?

Ouça Kveikur:

Originally published at degenerandoneuronios.tumblr.com.

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Raul Ramone

Discotecário, Produtor de Festas. Já escreveu em Move That Jukebox, Rock n Beats, Alive Through Music, Perdidos no Ar, About Music, entre outros sites e blogues