Desktop ou Mobile? Façam suas apostas!

Renata Lopes
4 min readNov 13, 2016

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CC0 Public Domain Pixabay

Em algum momento, já parou para pensar, quantas vezes utiliza o computador na sua casa e porque? Ou então, se tem utilizado o smartphone como única atividade em frente a uma mesa? Dispositivos móveis tendem a ser utilizados em ambientes instáveis. É noite ou dia, está em movimento ou não, as duas mãos estão livres? O mapeamento do cenário, e a análise das variáveis, é necessário para compor as necessidades do uso mobile, e desenvolver a melhor arquitetura.

Não é novidade, que os dispositivos móveis, foi a melhor forma de trazer a inclusão digital aos que não possuem recursos para ter um notebook ou desktop em casa. As vendas de smartphone já passaram as de PCs e Notebooks a um certo tempo. Hoje, o Paypal já transaciona bilhões de dólares por ano em pagamentos via mobile.

Um movimento tem tomado conta da rede, o chamado Mobile First, seria algo como pensar primeiro em projetos para dispositivos móveis e depois para desktop. Esse movimento vem do fato que o mundo inteiro está passando mais tempo acessando a internet pelo celular do que pelo computador.

Nossos celulares apresentam uma série de features que nossos computadores normalmente não possuem: GPS, touchscreen, multitouch, giroscópio, entre outros… Esses recursos ampliam a experiência do usuário para um patamar que o desktop ainda não possui, fora a mobilidade.

Sabemos bem que a TI teve que se adaptar por conta do crescimento dos acessos via mobile. A poucos anos atrás, os dispositivos móveis nem sequer conseguiam lidar com muitos dos padrões fundamentais da web, como o JavaScritp.

Já foi um velho hábito, no desenvolvimento da versão mobile de um sistema, diminuir o número de interações comparado a versão desktop, o que é um grande desperdício. Primeiro que não deveríamos ter o poder de escolher o que um usuário pode ou não fazer em seus devices, segundo que estaríamos deixando de aproveitar uma série de recursos do mobile que podem funcionar maravilhosamente bem se projetados adequadamente.

Pensem comigo, em um mundo onde já está provado por A + B que as pessoas passam mais tempo no celular do que no computador, principalmente em suas casas, se um conteúdo é reduzido e funciona para o mobile, ele não deveria na mesma medida funcionar também no desktop?

Agora, porque não unir mobile e desktop como aliados ao invés de antagonistas? Projetar experiências complementares e sincrónicas é a grande tendência para o futuro. Hoje, a expectativa nos dispositivos está convergindo. Da mesma forma que usuários mobile querem mais, porque o desktop não pode conviver com menos?

No meio do ano de 2016, a Apple e o Google deram um grande empurrão para um outro movimento que vem surgindo, a chamada One Web. A Apple lançou o Safari iClound Tabs, que sincroniza as guias de navegação pela nuvem permitindo que navegue de algum outro dispositivo no mesmo ponto em que parou. O mesmo fez o Google para o Chrome iOS, ambos visando pela melhor experiência de surf-cross-media.

A W3C define a One Web como “uma Internet onde, na medida do possível, as mesmas informações e serviços estão disponíveis para os usuários, independentemente do dispositivo que eles estão usando.”

O grande segredo da One Web, é que ela precisa ser adaptável para conversar com mentalidades diferentes de usuários, e não com linguagens diferentes, como ocorre hoje em dia. A maneira como o usuário enxerga o mobile é diferente. É necessário ter atenção, se não todas as informações podem se perder em uma tela tão pequena.

Um hábito comum a pouco tempo atrás, era diferenciar a internet habitada no celular da outra internet, era a chamada internet móvel. Hoje internet é internet, pronto e cabo, ninguém mais quer ter uma experiência X no computador e uma Y no celular. Por exemplo, não dá mais para considerar a “internet móvel” como portadora de uma velocidade inferior. Conhecer bem seu público alvo é peça chave nesse processo.

É comum pensarem que o uso do mobile está apenas associado à localização, ou seja, a busca por informações rápidas de ambiente, ações de movimento ou então o hábito de esclarecer dúvidas. Claro que é um ato comum, mas longe de ser só isso. Só porque o usuário está no mobile não significa que ele está com pressa.

Não confunda complexidade com complicação, não é porque o usuário está em uma tela menor que ele tem que ser sentenciado a utilizar menos funcionalidades pois é muito complicado apresentar todas para ele. O design que deve se adaptar a tela menor para uma melhor experiência e não o conteúdo. O foco agora é começarmos a trabalhar em uma única comunicação online sem costuras, independentemente do dispositivo. Deixe o usuário decidir, não decida nada por ele!

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