Projetos de extensão nos campos da Saúde prestam serviços à população paulista

USP, UNICAMP e UNESP possuem as três melhores Faculdades de Medicina e Hospitais Universitários, que atendem à sociedade.

Revista Torta
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5 min readJun 28, 2019

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Por João Vitor Custódio

Editado por Arthur Almeida e Giovana Silvestri

Área da Saúde

Atuar na área da saúde é estabelecer um contato direto com as pessoas, mesmo que o profissional não as conheça. Os estudantes desta área atuam para promover a Saúde (direta e indiretamente) por meio de estudos, pesquisas, aplicações e estágios.

Abaixo, dois cursos que exemplificam a importância do investimento na área de Biológicas — que embora não seja tão criticada quanto à de Humanas, vem sendo afetada pelos cortes. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse que a Saúde está em plena evolução, mas os cortes sofridos pelas Universidades mostram o contrário.

“O conhecimento e as ferramentas disponíveis nem sempre são adequados para resolver os problemas de saúde existentes e há uma necessidade constante e sem fim de gerar novas informações e desenvolver maneiras melhores, e mais efetivas, de proteger e promover a saúde e de reduzir as doenças. Isso tem sempre gerado um dilema para os formuladores de políticas: o de financiar pesquisas que podem eventualmente levar a intervenções aperfeiçoadas e melhores resultados, desviando recursos escassos da aplicação imediata do conhecimento existente.”

“Assim como ocorre em outros países, no Brasil, o principal desafio refere-se à capacidade de incorporação dos resultados das pesquisas no sistema e serviços de saúde. Faz-se necessário, portanto, investir em estratégias eficientes de disseminação de informações que possibilitem abreviar este hiato existente entre o novo conhecimento e a sua utilização em benefício da população.”

Citações retiradas do artigo “Por que pesquisa em Saúde?”, divulgado pelo Ministério da Saúde.

Medicina

No Brasil, entre os anos de 1970 e 2017, o número de médicos aumentou 765%, chegando a 461 mil profissionais. Em 2018, Ranking Universitário Folha (feito pela Folha de São Paulo) listou os 10 melhores cursos de Medicina no país, e nas 10 primeiras posições apareceram apenas universidades públicas. A USP encontra-se em 1º, a UNICAMP em 2º e a UNESP em 7º.

A pessoa que opta pelo curso de Medicina deve ter ciência que será responsável por investigar a causa de doenças humanas, prescrever medicamentos e indicar tratamentos, além de atuar na prevenção direta das efemeridades. Durante o período da graduação, os alunos passam por todas as áreas médicas e, no final, optam por uma especialização.

Fonoaudiologia

De acordo com a lei nº 6.965, de 9 de dezembro de 1981, “Fonoaudiólogo é o profissional com graduação plena em Fonoaudiologia, que atua em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológicas na área da comunicação oral, escrita, voz e audição, bem como no aperfeiçoamento dos padrões de fala e da voz”.

Segundo o Guia do Estudante de 2018, o melhor curso de Fonoaudiologia do país é o da Faculdade de Odontologia de Bauru — USP (FOB — USP). UNICAMP ocupa o 2º lugar e UNESP o 3º. Os 10 primeiros lugares são ocupados por universidades públicas, incluindo 4 nordestinas (Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Universidade Federal de Sergipe).

Hospitais universitários: retorno para a comunidade

Foto por Giovana Silvestri | Ato do dia 30 de maio em Bauru.

Algumas faculdades públicas possuem vínculos com hospitais. A Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), ligada à Universidade de São Paulo (USP), possui vínculo com o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e o Hospital das Clínicas.

Foto por Giovana Silvestri | Ato do dia 30 de maio em Bauru.

Os hospitais mencionados funcionam como “Hospitais de Ensino”, ou seja, além de estarem vinculados às Instituições de Ensino Superior, servem para estudantes das áreas da saúde praticarem aquilo que aprendem nos cursos.

“Os Hospitais de Ensino têm um papel fundamental no Sistema de Saúde, com a missão de formar recursos humanos, construir o conhecimento por meio da pesquisa científica, desenvolver e testar novas tecnologias e fazer o atendimento dos casos de alta complexidade.”. Citação extraída do artigo Os Hospitais de Ensino no Brasil: História e Situação Atual, de Milton Roberto Laprega.

Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais

Até o final de 2016, o hospital teve 106.578 pacientes matriculados oriundos de todos os estados brasileiros — no mesmo ano, atenderam mais de 5 mil pacientes novos. O HRAC atua nas área das anomalias craniofaciais e da saúde auditiva, englobando os três cursos oferecidos pela FOB: odontologia, fonoaudiologia e, desde o ano passado, medicina.

De acordo com Relatório Anual de 2016, entregue ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, “o HRAC proporciona assistência desde a descoberta da fissura lábio-palatina, ainda na gestação […] destacam — se as cirurgias plásticas (para reparação do lábio e palato), craniofaciais (para reparação de outras malformações), bucomaxilofaciais (para correção do defeito ósseo alveolar e de discrepâncias maxilomandibulares); diagnóstico com equipe de genética; além de intervenções e acompanhamento odontológico, fonoaudiológico e com demais áreas de apoio, para uma completa reabilitação (estética, funcional e psicológica).

“[…] Já na área da saúde auditiva, os destaques são: o implante coclear (dispositivo eletrônico inserido cirurgicamente para estimulação direta do nervo auditivo); as próteses auditivas ancoradas no osso e de orelha média cirurgicamente implantáveis; a concessão de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) e de sistema de frequência modulada pessoal (Sistema FM); acompanhamento e reabilitação auditiva para todos esses dispositivos; tratamento otorrinolaringológico; além de programa de suporte fonoaudiológico e pedagógico para aquisição e desenvolvimento da linguagem oral e da Língua Portuguesa escrita.”

Tendo reconhecimento internacional por ser um dos principais nessa área, recebeu alguns prêmios, dentre eles “Qualidade Hospitalar”, no ano de 2000, concedido pelo Ministério da Saúde, “Prêmio Melhores Hospitais do Estado” em 2011, conquistando o 8º lugar com pontuação 9,477, além de um prêmio da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2001, em reconhecimento à colaboração para o desenvolvimento de pesquisas, do tratamento e da prevenção das anomalias craniofaciais.

Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto — USP oferece diversos serviços dentro de muitas áreas da Medicina, como Cardiologia, Pediatria, Dermatologia, Pneumologia e Imunologia. Alunos dos cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Nutrição, Fonoaudiologia e Informática, realizados no Campus da USP, podem exercer estágios.

Sua missão é desenvolver e praticar assistência, ensino e pesquisa para a melhoria de vida da população, trabalhando com ética, humanismo, responsabilidade social e qualidade. Também obteve alguns prêmios, como “Qualidade Hospitalar”, concedido pelo Ministério da Saúde em 2001 — sendo considerado um dos 10 melhores hospitais do país.

Além de ter atingido o menor índice de recusa familiar de doação de órgãos no estado de São Paulo (enquanto a média estadual foi de 46,6%, o hospital obteve apenas 26%). Este resultado foi graças a campanha permanente de incentivo à doação de órgãos, com cursos de capacitação de funcionários e palestras realizadas em diversos locais.

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