Faça menos, porém melhor

A relação clara entre um bom MVP e UX

Richard
3 min readJun 4, 2014

Nada contra canivetes suíços, pequenas ferramentas que podem fazer inúmeras funções e ainda caber no bolso, afinal a maioria dos smartphones realizam inúmeras funções ao mesmo tempo, o grande problema é que no caso algo inovador onde o conjunto problema/solução ainda não é bem definido é muito empolgar-se pelas funcionalidades do projeto que muitas vezes não melhoram em nada a proposição de valor.

Mais um ótimo cartoon do Toom FishBurne

O que é MVP (Mínimo Produto Viável)?

O MVP é uma técnica que trata de quebrar seu produto em uma parte pequena o suficiente para ser inserida no mercado rapidamente, porém grande o suficiente para demonstrar sua proposição de valor ao seu público-alvo.

Tenha claro o propósito

Más ideias as vezes são apenas boas ideias que não se encaixam no propósito, da mesma forma que um pneu off-road na cidade terá menos aderência no asfalto que um pneu slick num terreno arenoso.

Por que o MVP vale a pena?

O MVP é especialmente recomendado no caso de novos produtos, para novos mercados afim de resolver problemas ainda incertos, ele possui como principais vantagens:

  • Torna o projeto mais claro
  • Incentiva soluções criativas
  • É mais fácil de ser comunicado
  • Maximiza o aprendizado por investimento
  • Melhora sua relação com seus colaboradores e/ou fornecedores

Torna o projeto mais claro

Sabendo de forma mais clara qual é sua proposição de valor fica mais fácil saber que funcionalidades devem ser priorizadas e quais são suplementares. Em relação a isso cabe perfeitamente uma analogia com cachorros-quente:

“If you’re opening a hot dog stand, you could worry about the condiments, the cart, the name, the decoration. But the first thing you should worry aout is the hot dog. The hot dogs are the epicenter. Everything else is secondary.”

Jason Fried, Rework

Incentiva soluções criativas

A criatividade adora restrições, a explicação é simples o MVP (mínimo produto viável) determina limites, que impõe o que não se pode fazer, a partir daí abre-se possibilidades do que se pode fazer.

É mais fácil de ser comunicado

Se para um desenvolvedor um produto que possui várias funcionalidades é uma solução elegante para um usuário comum ele pode ser uma solução confusa.

Melhora sua relação com seus colaboradores e/ou fornecedores

Ajustar, adaptar são termos temidos e comuns tanto para agências de publicidade quanto para profissionais sejam eles desde área design até desenvolvedores, o grande problema é que essa “alteraçãozinha” pode provocar excessivas horas de re-trabalho, que além de aumentar o custo e tempo de execução podem gerar grande estresse por parte dos fornecedores.

Maximiza o aprendizado por investimento

Sim, é verdade que ideias e hipóteses surgem a todo o tempo, inclusive durante etapas importantes de execução do projeto, mas ha menos que estas features sejam realmente cruciais, elas devem ser deixadas de lado até que possam ser incluídas num próximo release ou versão.

Desta forma além dos motivos já citados acima, você acaba por gastar menos e testar realmente sua preoposição de valor, tornando-se mais fácil saber o que funciona e o que não funciona exatamente.

Aproveite enquanto você não é conhecido, enquanto os custos operacionais são ridículos e enquanto seu projeto é pequeno e potencialmente ágil.

Em resumo?

Fail Often, Fail Fast, Fail Cheap

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Richard

Product Designer, obsessed with behavioral science and using it to create profitable experiences.