O que esperar de um Scrum Master — Parte 1

Rinaldo Pitzer Júnior
6 min readJan 16, 2019

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Ou, como iniciar a jornada para ser 100% Scrum Master

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O que não esperar de um Scrum Master?

Neste texto apresento o que esperar de um Scrum Master. É a continuação de um artigo anterior. Nele, cito o que não esperar de um Scrum Master (SM). Sugiro a leitura dele primeiro, caso ainda não tenha lido.

Várias posturas

O SM é um papel que envolve inúmeras posturas. Na visão deste texto, são exatamente oito. E cada uma delas tem atividades e preocupações práticas distintas. Todas requerem conhecimento e experiência, então é normal que um SM ainda não atinja todas elas de forma completa.

Um SM que já consiga exercer todas essas posturas de forma plena é “100% Scrum Master”, na visão do Barry. Para mim, essa deve ser a ambição de todo SM.

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Líder Servidor

A descrição mais ouvida do SM é geralmente um líder servidor. E de fato é o principal papel, pois acaba englobando vários outros. Aqui, a principal tarefa do SM é garantir que o Scrum está sendo adotado como um processo colaborativo, e não de comando e controle. E o time deve confiar que o SM está tomando as ações necessárias para isso.

De forma geral, o SM deve apoiar e ajudar o time a atingir cada vez mais o seu potencial. Na prática, isso significa ajudar o time a se auto-organizar. Trabalhar de forma colaborativa e transparente. Orientar debates e conflitos construtivos. Protegê-los de perturbações ou ameaças externas. E acima de tudo, acreditar e querer a mudança.

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Coach

Outra postura fundamental do SM é a de coach (treinador). E aqui existem 3 focos: os indivíduos, o time, e a organização. E cada um deles tem necessidades diferentes, mas todas relacionadas à mudança de mindset. E para isso acontecer, duas coisas são muito importantes: saber perceber e comunicar suas dificuldades, mas principalmente saber ouvir e refletir.

No lado individual, o SM deve explicar qual é o mindset e o comportamento esperado. Isso ajuda cada um a atingir o próximo passo na agilidade. Para isso, conversas um a um são normais e esperadas.

Para o time, ele pode apoiar a resolução de conflitos, e encorajar o feedback. Dessa forma, garante que o time possa sempre aprender um com o outro.

Na organização, ele deve principalmente treinar todos a pensarem na entrega de valor ao negócio. Além disso, pode ajudar na colaboração e cooperação entre os times Scrum.

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Facilitador

Os eventos ou cerimônias do Scrum não precisam ser momentos chatos ou difíceis. Por isso um dos papéis essenciais do SM é ser o facilitador desses momentos. Sua meta é garantir que o time não sinta que foi um tempo gasto à toa.

Durante toda a Sprint, ele deve trabalhar para criar um ambiente onde os membros do time saibam se cobrar e colaborar continuamente. Dessa forma, geram um comprometimento para entregar produtos de qualidade. Ao mesmo tempo, ele auxilia nos impedimentos.

No Planejamento da Sprint, o SM foca na colaboração entre o PO e o time de desenvolvimento. Lembra sempre da entrega de valor ao negócio como uma prioridade. E garante que todos estão alinhados e de acordo em relação ao trabalho a ser feito, e a meta a ser atingida pela Sprint.

Durante a reunião Diária, ele pode ajudar o time a focar no seu propósito: definir um plano para as próximas 24 horas. Apesar de parecer fácil, os membros do time podem ter tantas coisas para compartilhar entre si, que acabam se dispersando do objetivo original.

Na Revisão da Sprint, ele garante que o time e os stakeholders colaborem a respeito do que foi feito, e do que pode ser melhorado. E lembra que todos são um único time, com um mesmo objetivo. De certa forma, tenta derrubar a ideia de “cliente” e “fornecedor”.

Na Retrospectiva, o SM deve ter certeza de que o time está debatendo aquilo que de fato está incomodando. Principalmente aquilo que geralmente ninguém quer falar. E depois, que transformem isso em ações de melhoria, como um acordo para seguir na próxima Sprint.

Professor

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Uma postura não muito comentada, mas que geralmente aparece no dia a dia de um SM, é a de professor. Na minha visão, uma das mais importantes e que consome mais tempo. Por isso, vou investir um pouco mais de palavras aqui. O guia diz que o SM deve garantir que todos entendem e seguem o Scrum. Dessa forma, são guiados para as práticas ágeis. Sendo assim, é natural que ele literalmente ensine isso para muitas pessoas.

Em times novos, essa postura estará presente a todo momento. Lembrar o time do mindset e do manifesto ágil deve ser algo contínuo. Explicar as diferenças entre Scrum e processos tradicionais, como a importância de estar aberto à mudança, é essencial. Ele deve deixar claro as consequências de quebrar regras do Scrum, e enfatizar se o time está de fato praticando Scrum.

Também é importante apresentar as boas práticas que costumam acompanhar o Scrum. Pontos de História, gráfico Burndown, fazer a reunião diária de pé. São exemplos de coisas que não são obrigatórias segundo o guia, mas que podem ser úteis se o SM mostrar seus valores.

Em muitos casos é necessário ensinar o time a se auto-organizar, e principalmente a importância disso. Ele deve mostrar como juntar as peças entre a visão do produto, os papéis definidos no Scrum, e um time que sabe tomar decisões alinhadas para atingir um objetivo único.

Em outros casos, é muito importante lembrar o que são impedimentos de fato. E que o time deve evoluir para aprender a resolvê-los sozinhos, com uma dependência cada vez menor do SM nesse aspecto.

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Além do time de desenvolvimento, o SM deve sempre lembrar de seu envolvimento com o “mundo externo”. Na relação com o PO, deve ensinar principalmente sobre o gerenciamento do backlog. Como priorizar seus itens baseado em valor, riscos, ou dependências externas. Além disso, deve mostrar como o PO pode agir para envolver o restante do time com as necessidades do negócio.

Ele também deve lembrar do seu envolvimento com a organização. Explicar os propósitos do Scrum para todos é fundamental, e relembrar sempre a necessidade de mudanças e melhorias contínuas em toda a empresa. Além disso, é essencial garantir o entendimento daqueles que estão fora do time. Principalmente ajudando as pessoas que tiverem dificuldade em absorver ou se adaptar às mudanças.

Isso é só metade

Essas são quatro das oito posturas do SM que falaremos. De fato, são atividades que requerem bastante conhecimento, além de estarem diversificadas em diversas áreas. Sendo assim, este texto deseja ser apenas um guia do que aprender, de quais habilidades focar.

Leia o próximo artigo onde falo das próximas 4 posturas:

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Rinaldo Pitzer Júnior

Ajudo desenvolvedores java a produzir código de alta qualidade para que entreguem ótimas soluções no prazo.