A Homofobia Socialista — O Que Não te Contaram e Não Contam
Muito se fala e se destaca das ditas causas LGBT e de que como eles são associados com movimentos de esquerda ou progressistas no campo político. Pessoas públicas como Jean Wyllys e Luciana Genro assumidamente socialistas falam com orgulho sobre este posicionamento e de que como se mostram a sociedade como porta vozes dos direitos dos oprimidos gays pela sociedade machista e hétero normativa. Estes se espalham nas mídias e nos DCEs de universidades, moralizadores e apregoadores da limpeza da sociedade na luta contra o preconceito de setores sociais ditos reacionários.
Na última eleição para presidência da república, o candidato Levy Fidelix em debate com os presidenciais, em particular contra a candidata Luciana Genro do PSOL declarou que ‘’órgão excretor não reproduz’’. Embora tenha sido verdadeiro com a realidade e consigo próprio foi mobilizada uma campanha e um processo contra o candidato que seria obrigado a pagar uma indenização no valor de 1 milhão de reais. Posteriormente, ele se livrou do processo.
Entretanto, uma questão vem à tona: Será que os pais do socialismo cientifico marxista que é chamada a “voz dos oprimidos do proletariado da luta de classe” eram favoráveis a tal visão?
Absolutamente podemos afirmar que os pais do socialismo científico, Marx e Engels, não seriam simpáticos a causas progressistas como essa. Com certeza diriam para pararem de desvirtuar a luta revolucionária dos proletariados contra a burguesia e coisas que retirassem a unidade da revolução. Como posso afirmar tais coisas? Vale lembrar que os regimes socialistas de Cuba e URSS perseguiam os homossexuais. Para saber mais, clique aqui e aqui.
Respondo caro leitor: Pela leitura de outras obras de Marx que não são muito divulgadas, ao contrário do militante que leu apenas Manifesto Comunista e trechos esparsos de O Capital sendo o resto panfletos do partido. A obra de Marx é bastante extensa e abrangente assim como a de seu companheiro de luta Engels, isso tirando registro de cartas entre ambos e artigos escritos em jornais da época como a Gazeta Renana (Rheinische Zeitung). Estes escritos e extratos revelam um Marx muito diferente do que talvez o senso comum idealista, revolucionário e militante imagina: Um Karl Marx contra o salário mínimo, apoiando povos ‘’opressores’’ e até mesmo sendo preconceituoso.
Começando com o camarada Engels, em sua obra “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado” que se trata de uma análise sociológica baseada nos estudos do antropólogo norte americano Lewis Henry Morgan. Numa análise materialista crítica acerca das origens da propriedade privada e do estado, desde o matriarcado ou comunismo primitivo até o patriarcado que culmina na origem do Estado, ele faz a seguinte observação acerca da monogamia grega:
“Com o tempo, essa família ateniense chegou a ser o tipo pelo qual modelaram suas relações domésticas não apenas o resto dos jônios como, ainda, todos os gregos da metrópole e das colônias. Entretanto, apesar do sequestro e da vigilância, as gregas achavam muitas e frequentes ocasiões para enganar os seus maridos. Estes, que se teriam ruborizado de demonstrar o menor amor às suas mulheres, divertiam-se com toda espécie de jogos amorosos com hetairas (cortesãs); mas o envilecimento (degradação) das mulheres refluiu sob os próprios homens e também os envileceu, levando-os às REPUGNANTES práticas da PEDERASTIA e a desonrarem seus deuses e a si próprios, pelo mito de Ganimedes ”.
Karl Marx, em sua obra “Manuscritos Econômico-Filosóficos” diz categoricamente esta frase: “A relação do homem com a mulher é a mais natural de ser humano com ser humano”.
Lênin em resposta a Inessa Armand, companheira revolucionária e marxista francesa (e segundo as más línguas, sua amante) escreveu o seguinte trecho se referindo ao “amor livre” como uma pauta da burguesia e não como uma reivindicação do proletariado:
“No que diz respeito ao seu plano para o panfleto, minha opinião era que” a demanda pelo amor livre “era pouco clara e-independentemente da sua vontade e seu desejo (Enfatizo isso quando eu disse que o que importava era o objetivo, as relações de classe e não seus desejos subjetivos) -seria, em condições sociais presentes, vir a ser um burguês, e não uma exigência proletária “
Clara Zetkin, feminista e marxista em sua obra Reminisceinsces of Lenin menciona as palavras de Lenin:
“Parece-me que está superabundância de teorias sobre sexo brota do desejo de justificar a própria vida sexual anormal ou excessiva do indivíduo ante a moralidade burguesa e reivindicar tolerância para consigo. Não importa quão rebeldes e revolucionárias aparentam ser; essas teorias, em última análise, são completamente burguesas. Não há lugar para elas no partido, na consciência de classe e na luta proletária”.
Era comum nos círculos soviéticos a comparação de nazi fascistas como homossexuais, isso devido aos chamados pederastas da Alemanha nazista, sendo o mais notório o oficial alemão Ernst Röhm. Wilhelm Reich, médico, psicanalista e comunista alemão conhecido como o “Apóstolo do Amor Livre” descreveu que a homossexualidade era uma aberração direitista, nacionalista e fascista. A ligação entre gays e fascismo era comum entre os intelectuais de esquerda.
Maksim Gorki, escritor e ativista comunista soviético escreveu as seguintes palavras em seu Humanismo Proletário: “Exterminem os homossexuais, e o fascismo desaparecerá”. De fato, é impressionante e uma pessoa talvez não radical se espante com tais declarações. Entretanto temos que compreender ou tentar que isso faz parte da mente revolucionaria herdada do Iluminismo da qual Marx é tributário sendo um herdeiro de autores liberais clássicos: “Criar um novo homem, longe de aspectos degenerados e burgueses e que compartilhem do bem comum entre os homens num novo paraíso terrestre’’.
Os que levantaram as bandeiras do liberalismo sexual de fato foram os anarquistas e socialistas liberais desde o século XIX. No século XX com maiores espaços e movimentos significativos como Stonewall deram mais consistência as lutas dos GLBTS.
Atualmente há um grande debate em cima da chamada ideologia de gênero e que está faça parte dos currículos escolares, que sabiamente vem tendo resistência. Sabemos que diante de tais evidencias históricas, é normal tentar se desvencilhar de ideologias políticas fracassadas como o modelo comunista do último século, sobretudo no meio ocidental onde isto é totalmente estranho. O ativismo gay assim como o feminista se tornaram oportunistas no meio socialista, embora o movimento feminista tenha sido apoiado por marxistas como Lenin. Num modelo idealista de sociedade e com nosso modelo de governo que prima a liberdade de expressão estes se tornaram figurinhas carimbadas em ativismo e mídia, convenientes aos movimentos revolucionários ao menos no ocidente.
Observamos que com o passar dos anos tais movimentos se tornaram caricaturescos, autoritários a qualquer discordância e vazios em essência — pura massa de manobra. O comportamento ‘’faxista’’ dessas pessoas é cada vez mais evidente, sobretudo o apoio de mídias tendenciosas que douram o assunto nas Tvs em algo que deveria ser privado e de particularidade de cada um. Por outro lado, há homossexuais que simplesmente não compactuam com os despropósitos maliciosos de tais movimentos e que preferem seguir um caminho independente cultivando princípios e valores morais e éticos sem querer por isso impor goela abaixo sua condição. Apenas exigem respeito como de todos numa sociedade adequada. Diante destas evidencias das raízes socialistas marxistas imagino uma coisa: Como que Luciana genro e Jean Wyllys reagiriam confrontando Marx, Engels, Lenin ou Gorki num debate? Seria mais fácil chamá-los de fascistas.
Posteriormente, Reich em sua obra ‘’A Revolução Sexual” faz uma descrição analítica de como os homossexuais eram tratados na URSS. Descreve entre outras coisas o progresso na eliminação das punições que eram recorrentes no regime czarista e de que como o tema passou a ser visto com viés mais científico, entretanto critica as posições ‘’médio burguesas” de parte da população soviética e das lideranças que posteriormente passaram a criminalizar tal comportamento julgando como “contrarrevolucionários”. Ele finaliza afirmando que a criminalização era um erro e que haviam apenas ressalvas quanto ao desencaminhamento de crianças.
O que Wilhelm Reich não citou (ou esqueceu) é de que tais posições possuíam apoio teórico de seus ideários revolucionários: Marx, Engels e Lênin.
Referências:
ENGELS, Friedrich, A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado (1844). Disponível em: https://www.marxists.org/portugues/marx/1884/origem/cap02.htm
GORKI, Maksim, Пролетарский гуманизм (1934). Disponível em: http://az.lib.ru/g/gorxkij_m/text_1934_proletarsky_gumanizm.shtml. — Traduzido do russo: “Уничтожьте гомосексуалистов — фашизм исчезнет”
LENIN, V. I, To Inessa Armand (1915). Disponível em: https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1915/jan/24.htm. — Traduzido do Inglês.
MARX, Karl, Manuscritos Econômico-Filosóficos (1844). Disponível em: https://www.marxists.org/portugues/marx/1844/manuscritos/cap04.htm.
REICH, Wilhelm, A Revolução Sexual (1936), Zahar Editora, Sp (1968);
Socialismo e Direito dos Gays. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo_e_direitos_gays#cite_ref-23.
ZETKIN, Clara, Reminiscences of Lenin (1924). Disponível em: https://www.marxists.org/archive/zetkin/1924/reminiscences-of-lenin.htm#h07 — Traduzido do Inglês.
******Este artigo do Spotiniks também é interessante sobre o tema: http://spotniks.com/o-amor-nao-e-vermelho/