Jóias da Gamejolt: Mothlight

Rockmaker Team
3 min readFeb 17, 2020

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Dando início a uma série de textos de impressões pessoais de jogos de RPG indie, disponíveis na plataforma da Gamejolt, começaremos com Mothlight, jogo criado pelo usuário Samu.

Mothlight, por Samu

Em sua jogabilidade, Mothlight se mantém no sistema padrão da Engine RPG Maker XP, mesma engine onde foram criados outros jogos interessantes, como “To the Moon”, mas é em “OFF” (Game produzido na engine RPG Maker 2003) que Mothlight busca suas influências.

Seu sistema de evolução não se baseia em experiência e níveis; armas e amarduras melhores aparecem durante a jornada, e ficam responsáveis pela melhoria dos stats ao avançar no game.

O sistema de batalha de turnos é padrão, porém as ações tem animações bem feitas e criativas.

O sistema de cálculo de dano é um tanto incomum dentro do gênero, utilizando valores pequenos e contidos, nunca passando de dois dígitos. Cada habilidade ou ataque tem uma animação própria, que deixa o jogo mais vivo e peculiar, já que vão desde sequências muito bem animadas com golpes de espada, até Pugs (o cachorro) peidando no seu rosto. É um toque interessante para imprimir identidade mesmo sem alterar o sistema nativo da engine.

Mothlight se trata da tentativa do felino Enzo em fugir do submundo, enfrentando forças obscuras que regem o lugar.

No começo do jogo somos apresentados ao nosso protagonista, no momento onde é jogado de um abismo em direção à escuridão. Lá somos apresentados ao conceito de “Feral”: pessoas que ao cair no submundo enlouquecem e viram monstros violentos e irracionais. A saga de Enzo para sair do Submundo envolve cultos, deuses antigos e civilizações militares.

A estética do jogo encaixa perfeitamente com a linguagem e a temática.

E a estética do jogo…Bom, eu citei o jogo OFF acima, e de fato os jogos possuem muita coisa em comum, da escolha de cores até o design de personagens.

O único ponto negativo é a falta de capricho nos sprites pequenos, que comparados aos maiores, feitos à mão e muito detalhados, soam amadores e precisariam de um melhor capricho por parte do desenvolvedor.

O jogo peca um pouco na pixel art, onde linhas simples demais quebram a imersão com um aspecto pouco caprichado, em contraste com suas incríveis ilustrações in-game

Voltando à comparação com OFF, deixa claro o mesmo estilo visual adotado por Samu em seu jogo:

OFF. A escolha por usar sprites scaneados apartir de desenhos à mão aproxima bastante os dois jogos, deixando claro suas influências
A escolha de estilo de mapas e design dos sprites, escolhendo linhas retas, cores sólidas e personagens descoloridos para se contrastarem com o cenário, mostra essa inspiração.

OFF é um jogo excelente, se puder, jogue.

De forma alguma as inspirações em OFF depõe contra a qualidade de Mothlight, o jogo possui uma narrativa própria e única e merece ser jogado.

O jogo tem uma atmosfera estranha, o tempo todo você sente que algo naquele mundo não está certo. Parte disso vem das músicas, que puxam mais para o estilo “Ambience”, sendo algumas apenas ruídos brancos, trechos de programas de rádio em francês e melodias de violão relaxantes. Esta Playlist tem a OST completa de Mothlight.

Em resumo, é um jogo bom, dado o fato que é provavelmente impossível ficar indiferente a cada confronto que a narrativa propõe ao jogador, ao mundo em que aqueles personagens são obrigados a lidar e aos seus conflitos internos.

Já jogou? o que você achou?

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