O problema não é o estilo de jogo

Rodrigo da Costa
3 min readMay 12, 2019

--

O Fluminense dominou o Botafogo no clássico deste último sábado (11), no Maracanã, válido pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, mas foi derrotado por 1 a 0. A equipe de Fernando Diniz jogou futebol, foi superior ao rival, mas não conseguiu transformar a superioridade em resultado.

Não é a primeira vez nesta temporada que o Fluminense é superior, mas não conquista um resultado favorável. Esta mesma dificuldade ocorreu contra o Goiás na primeira rodada do Brasileirão, em clássicos contra o Botafogo e Vasco no Carioca, e nos jogos de ida contra Santa Cruz e Antofagasta-CHI, quando o Tricolor poderia ter encaminhado a classificação no Maracanã.

O Fluminense teve mais volume de jogo, teve o controle da posse de bola e teve mais chances reais de gol contra o Botafogo, mas não soube aproveitar. A insatisfação de alguns pela falta de resultado traz as lembranças do trabalho de Fernando Diniz no Athletico-PR e levanta a discussão sobre “jogar mal e vencer x jogar bem e perder”.

Em quatro rodadas do Brasileirão, o Fluminense foi superior ao adversário em três partidas — a exceção foi no revés para o Santos — mas sofreu três derrotas (venceu somente o Grêmio por 5 a 4). Para os “resultadistas”, é muito mais fácil analisar o resultado e não olhar para o desempenho, além de esquecer outros fatores — como o gol mal anulado de Everaldo contra o Goiás, que mudou o panorama do jogo.

O problema não é o estilo de jogo de Fernando Diniz. O Fluminense joga futebol — e grande parte da torcida entendeu isso após a derrota para o Botafogo e aplaudiu. Nos primeiros 25 minutos do Clássico Vovô, o Flu foi envolvente e teve duas chances reais de gol: com Daniel aos 11 minutos e com Luciano — que foi fominha — aos 24.

Após cruzamento de Caio Henrique, Daniel recebeu livre na grande área aos 11 minutos do primeiro tempo, mas não aproveitou (Foto: Reprodução/Premiere FC)
Luciano protagonizou a melhor oportunidade do Fluminense no jogo ainda aos 24 minutos do primeiro tempo, mas foi fominha e não deu assistência para Pedro (Foto: Reprodução/Premiere FC)

Foram quase 30 minutos de domínio do Fluminense no primeiro tempo, mas faltou capricho nas finalizações. O Tricolor ainda pecou em algumas tomadas de decisões, principalmente Luciano, que além de não servir Pedro em lance aos 24 minutos, optou pela finalização ao invés de servir outro companheiro melhor colocado em mais duas ocasiões.

O Fluminense teve mais uma grande chance de abrir o placar aos 10 minutos do segundo tempo. Caio Henrique tabelou com Pedro e entrou livre de frente com Gatito, mas finalizou em cima do goleiro alvinegro. Mais uma vez o Flu envolvia o adversário com a troca de passes, mas pecava na hora da finalização.

Caio Henrique tabelou com Pedro e perdeu grande chance aos 10 minutos do segundo tempo (Foto: Reprodução/Premiere FC)

O controle do jogo era do Fluminense. O Botafogo não incomodou até abrir o placar aos 20 minutos do segundo tempo. O lateral Jonathan aproveitou o espaço deixado por Gilberto e cruzou na medida para Alex Santana estufar as redes. O gol atordoou a equipe de Fernando Diniz, que quase levou o segundo aos 32. Foi o único período de domínio alvinegro no Clássico Vovô.

Na reta final, o Fluminense pressionou e marcou com Matheus Ferraz — mas o VAR, corretamente, anulou o gol após identificar impedimento de Pedro no lance. Depois, o Flu ainda teve duas boas oportunidades em finalizações de Léo Artur, mas parou em Gatito.

O desempenho do Fluminense não condiz com a pontuação neste início de Brasileirão. Pela primeira vez em muitos anos, o Flu joga FUTEBOL. Por ora, ainda é possível recuperar esses pontos perdidos. O trabalho de Fernando Diniz é bom e o Tricolor está no caminho certo. Os resultados aparecerão. Mas para isto é necessário realizar alguns ajustes para não ameaçar a filosofia que foi construída.

--

--