Primavera: safra de collabs tem cerveja belga e até na cachaça

Rota da Cerveja
3 min readOct 4, 2022

O blog destaca três cervejas colaborativas prestes a saírem dos tanques de fermentação

*Leandro Fidelis

Depois do inverno pleno de novidades, a primavera na Rota da Cerveja não fica atrás em lançamentos nas Montanhas Capixabas. O blog destaca três cervejas colaborativas prestes a saírem dos tanques de cervejarias artesanais, cada vez mais entrosadas. Tem parceria até com uma cachaçaria, tamanha a criatividade.

A primeira da temporada é Antonina Baltic Porter, lançada pelos cervejeiros da Piwo Cervejaria Rural (Venda Nova do Imigrante) e da Loveland (Ibatiba) durante a Ruraltures 2022, em setembro, na primeira cidade. É uma cerveja polonesa, de edição super especial, que homenageia Antonina Duda, bisavó dos irmãos Stanislaw e Tedesko Deps, da Piwo.

“É uma criação muito importante pra nós. Antonina é a nossa história e será também a do público depois de apreciar essa Baltic Porter inesquecível”, afirma Tedesko.

Antonina Baltic Porter: collab Piwo e Loveland (*Fotos: Divulgação).

Premiada recentemente como a terceira melhor American Wheat do mundo, a Loveland está prestes a lançar uma cerveja belga em colaboração com a Cervejaria BergerBier (Santa Teresa). Trata-se da Belgian Dubbel, estilo mundialmente difundido pelos famosos mosteiros trapistas, com graduação alcoólica de 8%.

A Belgian Dubbel é uma cerveja de cor vermelha-acobreada, moderadamente forte, maltada, complexa, com ricos sabores de malte, ésteres de frutas escuras e secas e leve álcool, mesclados em uma apresentação que, embora maltada, tem um final bastante seco, define Joaquim Natal (Loveland).

Segundo o cervejeiro, a Ideia da Dubbel surgiu da amizade com Everdan Berger e a paixão pela Escola Belga de cerveja. “A escolha do estilo foi bem fácil, pois juntou as expertises das duas cervejarias”, conta Joaquim.

O cervejeiro Guilherme Berger, filho do Everdan e sócio da Berger Bier, relata que tinha o interesse em fabricar uma Dubbel e que encontrou a fórmula ideal na parceria com a Loveland.

Guilherme e Joaquim na brasagem da Belgian Dubbel.

“O Joaquim já tinha uma fórmula desse estilo e contribuiu também com o malte. Na contrapartida, entramos com o fermento e fizemos um ‘candy sugar’ (açúcar derretido), adicionado na fervura, para intensificar o doce e vir teor alcoólico mais alto na fermentação”, explica Guilherme.

A Belgian Dubbel tem previsão de ficar pronta no final deste mês e poderá ser encontrada em garrafas- onde a cerveja passará por uma refermentação- e também nas biqueiras da Loveland e da BergerBier.

Você deve estar se perguntando: mas onde entra a cachaça nessa história? A terceira cerveja colaborativa está sendo envelhecida em barrica de carvalho espanhol e é a aposta da Cervejaria Aurora (Venda Nova do Imigrante) para a estação.

É a Damma, uma Russian Imperial Stout (RIS) a ser lançada no final deste ano, em parceria com a Cachaça Santa Terezinha (Vitória), com quase 80 anos de tradição no Espírito Santo. A cerveja ficou três meses na barrica que antes continha cachaça, o que deve imprimir um sabor pra lá de especial. “Deixei envelhecer no barril para ficar mais turbinada”, adianta a mestra cervejeira da Aurora, Eliza Bottacine.

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