Harvard, a universidade mais conhecida do mundo
Quem nunca ouviu falar em Harvard como referência de gênios e ensino de excelência? Ela é, talvez, a universidade mais conhecida do mundo, pelo menos em nome. Claro que ajuda o fato dela ser também uma referência cultural, sendo sempre citada em filmes, séries e livros.
Sua fama não é à toa. Ela é considerada a melhor universidade do mundo a muitos e muitos anos pelo ARWU — Academic Ranking of World Universities.
Vir à Boston pela primeira vez e não passar em Harvard é um contra-senso. Afinal, é bem perto do Centro, cerca de 5km no sentido noroeste, cruzando o Charles River e entrando na cidade de Cambridge.
Sem contar a parte acadêmica e cultural, os prédios em si são lindos. Só isso já faz a visita valer a pena.
Uma breve história de Harvard
Foi fundada com o nome de New College, em 1636, pelo governo da colônia local, muito antes da independência americana em 1776. Logo, ela é a instituição de ensino superior mais antiga dos Estados Unidos.
Ela foi renomeada como Harvard em homenagem ao seu primeiro benfeitor, John Harvard, que em vida era pastor evangélico e doou, através do seu testamento, £780 e sua biblioteca de 420 livros acadêmicos, que valia bem mais do que o dinheiro doado.
E para efeitos de comparação, o governo só ia dar £400, ou seja, Harvard doou quase o dobro — pouco mais de £113.000 corrigido pra os valores de hoje. Dali pra frente, a universidade acabou atraindo todos os filhos dos figurões da época, e assim mais doações, fazendo que ela crescesse em tamanho e prestígio. Mais de 150 premiados no Nobel saíram dali (quer ver todo mundo famoso que passou por lá? Clique aqui). Não é pouca coisa.
Com um orçamento anual de US$ 36bi, hoje ela ocupa mais de 85 hectares só no campus principal no centro da Cambridge e é responsável, junto com o MIT — Massachusetts Institute of Technology, por grande parte da economia da cidade, através dos seus 16 mil funcionários e 21 mil alunos.
O que ver em Harvard
Primeiro uma explicação: nós seguimos o roteiro do tour gratuito guiado pelos próprios alunos (veja os horários aqui). Mas não vamos falar de todos os pontos, somente os principais. Claro que há muitos, muitos, MUITOS outros prédios e lugares. Então, nós sugerimos fazer esse básico e depois ir se aprofundando, explorando outros pontos, como o no Museu de História Natural de Harvard (clique aqui).
Vale dizer que pode ser um pouco decepcionante também o fato de que você não vai poder entrar nos prédios. De todas as universidades que já visitamos nos Estados Unidos, ela é a única com uma política mais restrita de acesso aos ambientes internos.
Se quiser fazer o tour sozinho, baixe o aplicativo para o seu celular aqui.
Segue a lista:
- Os portões de Harvard em si já valem uma parada. Todos eles têm o brasão da universidade com o lema “Veritas”, em latim Verdade.
- O Harvard Yard é o nome desse grande espaço gramado e pátio da Universidade, ali ficam os dormitórios dos calouros, a principal biblioteca e algumas salas de aula. No verão, você vai ver muitos alunos relaxando e estudando no gramado. No inverno, você só vai ver turistas. Cada um desses prédios-dormitórios tem a sua história e seus alunos famosos, veja aqui.
- Seguindo uma linha reta, você vai sair em outro portão e bem em frente ao Science Center. Ele foi construído em 1972, após a doação financeira feita por Edwin Land, o inventor da câmera Polaroid. Dizem que o prédio é feito para relembrar o formato das câmeras (mas eu não consegui confirmar essa informação). Todos os alunos que passam por Harvard têm pelo menos uma matéria realizada no prédio.
- À direita do Science Center está o Memorial Hall, um prédio em estilo gótico, criado para homenagear os alunos que morreram na Guerra Civil Americana. Dentro dele, está o Sanders Theatre, que é o principal auditório para apresentações da universidade e é presença constante na nossa agenda semanal (veja aqui). Uma dica: no subsolo do prédio fica o único banheiro público de toda Harvard. Também há um bebedouro. Aproveite!
- Na esquina da Cambridge Street com Quincy Street (onde há um grande prédio de concreto que é a Escola de Design), vire à direita e siga na Quincy Street até encontrar o primeiro dos museus de arte da universidade, o Fogg Museum. Esses museus abrem todos os dias, das 10h da manhã até às 17h, e custam US$15 para adultos. Para quem reside em Massachusetts é gratuito todos os sábados, das 10h da manhã ao meio-dia.
- Entre no portão na frente da entrada do museu e cruze o gramado diagonalmente. Você vai sair na frente da principal biblioteca do campus, a Widener Library. Ela é a maior biblioteca acadêmica do mundo. E dá pra ver isso pelo seu tamanho. Ali dentro está em exposição uma das bíblias de Gutemberg, o primeiro livro impresso em larga escala e assim sendo um ponto fundamental para o avanço da ciência. Uma curiosidade é que a biblioteca tem esse nome em homenagem a um aluno que morreu no naufrágio do Titanic. Uma pena que visitantes não possam entrar.
- Do lado oposto à biblioteca, está a área conhecida como Tercentenary Theatre, um grande gramado onde acontecem cerimônias de graduação e onde está a Memorial Church. Essa igreja/sala de aula/auditório foi construída em memória de todos os alunos de Harvard que morreram nas guerras lutadas pelos Estados Unidos.
- Dali, cruze pela lateral do prédio de granito branco que também é um dormitório (University Hall) e você sairá na estátua de John Harvard, também conhecida como estátua das 3 mentiras. As 3 mentiras estão escritas no pedestal de pedra, mas: a figura ali sentada na verdade não é John Harvard (não haviam fotos dele na época, então usaram o rosto de um aluno qualquer para representá-lo); Harvard não foi o real fundador da universidade (ele apenas doou dinheiro quando ela já existia); e a data de fundação não é aquela apresentada ali. Apesar disso tudo, ela é o monumento mais visitado de todo os campi. Os visitantes têm o costume de passar a mão no pé esquerdo da estátua para continuar a lenda de boa sorte que esse ato traz. Mal sabem eles que os calouros passam xixi lá nas cerimônias de iniciação da vida de universitária (leia-se trote).
E assim acaba esse tour, que leva pouco mais de uma hora pra ser completado, mas como eu disse ainda há muitos outros prédios pra conhecer. Além disso, há toda a região de Harvard Square que é um charme só.
Como chegar lá e outras informações
Como eu já falei aqui, Harvard fica em Cambridge, cidadezinha ao lado de Boston. O endereço da Universidade (na verdade, do Harvard Information Center) é 1350 Massachusetts Avenue, Cambridge, Massachusetts, 02138.
Para chegar de metrô, o que eu sinceramente acho que você deve fazer: Linha Vermelha até a Estação Harvard. Siga até o início da plataforma e saia na catraca eletrônica. Suba as escadas rolantes e você sairá na Harvard Square. Vire à direita logo que sair da escada, passe ao lado da banca de revistas, atravesse a rua e você estará no portão do Harvard Yard.
Para chegar de carro: Use o endereço que coloquei ali em cima no seu GPS. Só há um estacionamento de visitantes da própria universidade, custa US$16 por dia e é muito concorrido. Você precisa se registrar primeiro clicando aqui. Há outros estacionamentos privados por ali e você pode ver todos aqui. Também dá para estacionar na rua se encontrar vaga, mas não esqueça de colocar dinheiro no parquímetro, né?
As visitas em grupos de mais de 4 pessoas são permitidas entre 08h da manhã e 17h. Mas bom senso né? Dá pra ficar mais sem causar nenhum problema. Além disso, é proibido apontar câmeras para as janelas dos dormitórios e salas de aula. Afinal, os alunos merecem um pouco de privacidade também.
No mais, vá visitar, descubra outros pontos e prédios legais e deixe aqui nos comentários.
Sério, eu sinceramente não sei porque não tínhamos escrito esse post ainda. E olha que vamos sempre em Harvard pra ver alguma apresentação no Memorial Hall/Sanders Theatre ou levar algum amigo pra passear.
Mistérios do nosso modo louco de escrever.
Té a próxima! ;)