Escrever também é sair da zona de conforto
A magia no ato de escrever pode estar lá… no imprevisível.
Outro dia, eu li a seguinte frase na legenda de um post do Instagram de uma amiga:
“…o próximo melhor momento da sua vida, tá lá no imprevisível…”
A frase, ilustrada com um vídeo da nova rotina dessa minha amiga em outro país, revela um momento muito especial da vida dela. Um período de mudanças pessoais e profissionais, de novas oportunidades e da necessidade de tentar coisas diferentes. Resumindo, o momento de sair da zona de conforto.
Achei muito boa a ideia do “imprevisível” nesse cenário do post que ela fez e, rapidamente, o associei a diferentes contextos, incluindo o da escrita.
Sair da zona de conforto, claro, não é confortável. Dá medo, dá frio na barriga, dá preguiça, dá trabalho. Segundo a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBIE), a zona de conforto pode ser benéfica no sentido de criar rotinas, que geram economia de tempo e esforço. Por outro lado, também de acordo com a SBIE, pode ser limitante — e até uma atitude negativa — se for considerado o fato de ficar sempre dentro do que é confortável.
Acredito que sair da zona de conforto é fazer coisas que quebrem o ciclo da rotina. É estar aberto para o novo, tentar novas ideias, fomentar o autodesenvolvimento.
No universo da escrita, por exemplo, enxergo como um caminho para tentar novas possibilidades no processo de escrever. É se arriscar no desconhecido, buscar temas e gêneros narrativos diversos, misturar métodos e estruturas para desenvolver o texto.
Há algum tempo tenho saído da minha zona de conforto para me (re)descobrir na escrita. Confesso, uma ação que tem sido difícil e muito trabalhosa. Mas sempre podemos contar com alguns aliados importantes nesse processo. Na minha jornada, a leitura, tem feito parte desse grupo.
Explorar assuntos diferentes (como marketing, escrita criativa, autoconhecimento, filosofia, multipotencialidade, maternidade, clássicos da literatura etc.) tem sido libertador. Um caminho para inúmeras possibilidades.
Às vezes, na correria do nosso dia a dia, na pressão de entregar um texto de tantas mil palavras em um curto espaço de tempo, deixamo-nos levar pelo caminho mais seguro e confortável, usando fórmulas (que não existem!) e regras que limitam o nosso processo criativo de escrita. Talvez, seja a solução para manter uma rotina de trabalho. E funciona! Contudo, a necessidade de nos desafiar — pelo menos de tempos em tempos — deve estar sempre presente, intensa e nos colocando em constante movimento. Do contrário, corremos o risco de nos limitar na criação de textos engessados, sem fluidez e desinteressantes.
Sair da zona de conforto é complexo e muito desafiador. Porém nos permite olhar situações, e a própria dinâmica da escrita, sob uma nova perspectiva, com mais flexibilidade e, por que não, de forma mais criativa.
Gostaria de pedir licença para a minha amiga para “alterar” sua frase original, dentro deste universo tão encantador das palavras:
“…o próximo melhor momento da sua escrita, tá lá no imprevisível…”
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