Miguel de Bragança — Príncipe da Beira (1819–1820)
Dois meses e meio após ter dado a luz a princesa Maria da Glória, ou seja em junho, Leopoldina intuía estar grávida pela segunda vez. Mas percebia que essa gravidez não estava se desenrolando com normalidade. E temia que o segundo parto fosse mais difícil que o primeiro, no qual um cruel cirurgião, ou seja o Doutor Picanço, que era o parteiro da Imperatriz Leopoldina, em suas palavras:
“Quase havia lacerado com suas lindas mãozinhas. Provocando-lhe sofrimentos que haviam durado dois meses. E em alguns momentos levado-a pensar que era melhor se livrar da carga na selva como os animais selvagens.”
— Dona Leopoldina
Durante a gestação Leopoldina buscava na leitura uma forma de aplacar suas preocupações que nesse período se relacionavam especialmente com o mal presságio a cerca de sua gravidez.
No final de novembro de 1819, Leopoldina sofreu o que em um primeiro momento foi considerado um aborto. Em carta escreveu a sua irmã Maria Luísa (Imperatriz da França):
“Depois de dois meses julgando estar grávida, expeli uma porção imundice a ponto de o parteiro daqui me dizer que tive sorte”
— Dona Leopoldina em carta a sua irmã Maria Luísa
Em outra carta, essa direcionada a sua tia materna Maria Amélia de Orleans (Rainha da França), Leopoldina explicou:
“Estava muito fraca devido a um aborto que tive há quinze dias”
— Dona Leopoldina em carta a sua tia Maria Amélia
Segundo uma carta enviada a Viena pelo novo secretário da Legação Austríaca, o Barão de Mareschal a Princesa atribuía esse aborto a um susto que o Príncipe Dom Pedro lhe havia dado. O barão que era sempre muito bem informado sobre tudo o que se relacionasse a segurança da princesa, relatou que
“Leopoldina e Pedro faziam corridas de carruagem frequentemente, onde os cavalos eram estimulados a correr com toda a velocidade nas ruas do Rio de Janeiro”
— Barão de Mareschal em carta a Viena
O barão relatou que em sua opinião, essas corridas podiam ser prejudiciais a princesa Leopoldina.
Seja o que for que tenha acontecido no útero da princesa, está claro que ela preferia correr o risco da velocidade pois como contaria a sua irmã Maria Luísa:
“Devido algumas experiências desagradáveis, acho muito bom e necessário acompanhar meu esposo”
-Dona Leopoldina em carta a Maria Luísa
Segundo o barão de Mareschal, Leopoldina também havia lhe contado que sofrera muito durante os dias anteriores ao suposto aborto, porque Picanço o parteiro imperial, não lhe havia dado nada para aliviá-la por isso desejava consultar outro especialista em obstetrícia, mas não sabia como fazer para entrar em contato com um.
Porém o Príncipe Dom Pedro não queria outro parteiro a não ser o Doutor Picanço. Dessa forma, Leopoldina sofreu um aborto espontâneo de um feto masculino que se chamaria Miguel de Bragança em homenagem a seu tio, irmão de Pedro.
Assista o vídeo sobre o Príncipe Miguel de Bragança:
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Sabrina Ribeiro #SabrinaRibeiro @sabrinasribeiro1
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