Princesa Paula Mariana de Bragança
Nascida no dia 17 de fevereiro de 1823 no Rio de Janeiro, Paula Marianna Leopoldina Joanna Carlota Faustina Mathias Francisca Xavier de Paula Michaela Gabriela Raphaela Gonzaga foi a quinta filha de Dom Pedro I e Dona Leopoldina.
Os dois primeiros nomes da princesa são uma homenagem de Dom Pedro as Províncias de São Paulo e Mariana, pois estas províncias foram as primeiras a apoiar a Independência do Brasil.
Paula foi batizada após uma semana de seu nascimento, em 24 de fevereiro de 1823 na Capela Imperial. Foi amamentada em por uma ama de leite, pois o leite da Imperatriz Leopoldina secou.
A princesa sempre foi a mais frágil em saúde, sofria de epilepsia e asma, assim como todos os seus irmãos (com exceção da primogênita Maria da Glória).
Por ter nascido após a independência, Paula foi excluída da linha de sucessão do trono Português, já que com a Independência do Brasil Dom Pedro I tinha fundado a dinastia de “Bragança”.
Por estar enferma constantemente, seus pais decidiram comprar a Fazenda do Padre Corrêa localizada no Córrego Seco, que tinha um clima mais ameno. Graças a Paula, essa fazenda veio a se tornar a cidade Imperial de Petrópolis.
Paula foi dita como “cheia de paz, fortaleza e resignação” e “a mais calma e gentil de Leopoldina e os filhos de Pedro”
Apesar de estar sempre doente, a princesa raramente reclamava. Esteve enferma tantas vezes que não conseguia fazer suas lições com seus irmãos.
Em 11 de dezembro de 1826 quando Paula tinha apenas 3 anos, sua mãe faleceu em consequência de um aborto espontâneo.
Dom Pedro I precisava se casar e então no dia 17 de outubro de 1829 concretiza matrimônio com Amélia de Leuchtenberg, uma jovem de apenas 17 anos. As crianças de Pedro adoraram a madrasta, tendo em vista que esta era muito amável com as princesas. E em pouco tempo passaram a chama-la de “Mamãe”.
Em 7 de abril de 1831 após diversos problemas políticos e econômicos, o Imperador abdicou do trono em favor de seu filho caçula, Pedro de Alcântara.
Antes de partir, Pedro I deixou seus filhos na responsabilidade de José Bonifácio de Andrada como tutor legal,
Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho como aia
e Rafael um afro-brasileiro veterano de guerra, muito fiel ao imperador.
Deste três, Rafael foi o único que permaneceu leal ao imperador até o fim.
Dom Pedro partiu para Portugal junto com sua esposa Amélia e sua filha primogênita Maria da Glória a qual pertencia o trono português.
Paula nunca mais veria seu pai, sua madrasta e sua irmã mais velha.
Deixados sem mais ninguém no Brasil, as crianças formaram laços estreitos entre si, eram até “dependentes um do outro”. As princesas e o príncipe estudavam, brincavam e frequentavam a Igreja da Glória. Além disso, faziam refeições em família.
Em 9 de abril de 1831, o caçula príncipe imperial foi aclamado como o novo imperador. E enquanto era exibido em uma janela do palácio, suas irmãs ficaram ao lado dele como é possível vermos nesse quadro.
No ano de 1831, Paula Mariana cresceu bastante, adquiriu força e conseguiu levar uma vida mais ativa ao lado de seus irmãos.
Porém, a princesa nunca foi robusta ou inteiramente saudável.
No final de 1832, ela ficou gravemente doente, os médicos fizeram diversos procedimentos para tentar salvar a vida da princesa, como sopas, gesso de mostarda, sanguessugas e substâncias ácidas aplicadas na pele. Tudo isso fez a princesa “gritar de dor”. Entretanto foram tentativas inúteis pois no dia 16 de janeiro de 1833 Paula acabou falecendo aos 9 anos, faltando apenas 1 mês para completar seu 10º aniversário, na Quinta da Boa Vista. Alguns pesquisadores sugerem que a princesa faleceu de meningite ou malária.
A perda dessa irmã tão querida foi muito difícil para as princesas Januária, Francisca e o pequeno D. Pedro II. Na carta que enviou ao pai, Januária relatou:
Amado Papai.
Apesar das nossas constantes suplicas aos céus, a nossa querida irmã Paula Marianna partiu. Não encontramos consolo. Nossa irmã tão amada não está mais connosco. Alem disso, Pedrinho adoeceu seriamente. Chegamos a pensar que ele pegara a mesma febre de Paula, mas, graças aos céus, ele melhorou e já está sentado em sua sala de estudos. Para expressar nossa gratidão, nós, manna Chica e eu, sua filha Jannuaria, ficaremos sem comer açucar até o aniversário de Pedro, dia 2 de dezembro. Amado Papai, estamos desesperados e em grande desalento. O senhor nos faz muita falta e também sentimos muita saudade de nossa irmã Maria da Glória e de todos que estão com o senhor em Lisboa. Com a promessa de lhe sermos sempre filhos obedientes e amorosos, Januaria, Francisca e Pedro.
As cerimônias fúnebres duraram dois dias e no dia 18 de janeiro de 1833, o corpo embalsamado de D. Paula Marianna foi depositado no Convento de Nossa Senhora da Ajuda.
Porém com a destruição do Morro do Castelo, seu corpo foi transladado em 1911 para o Mausoléu Imperial do Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro.
“Aqui jaz a sereníssima Princeza D. Paula Marianna,
Filha do Imperador constitucional, e defensor perpétuo do Brazil D. Pedro 1º e da Imperatriz D. Maria Leopoldina Josefa Carolina
Nasceo a 17 de fevereiro de 1823
Falleceo, na imperial da Quinta da Boa Vista
A 16 de janeiro de 1833"
Assista o vídeo sobre a Princesa Paula Mariana de Bragança:
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Sabrina Ribeiro #SabrinaRibeiro @sabrinasribeiro1
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