Caminhada
Cuecas desconfortáveis, o beijo das moças mais velhas.
A arte diversa, os pintos desenhados em chãos e paredes.
Gangorras quebradas, brinquedos que me trazem lembranças de superação
Viagens contraditórias barrocas.
Uma praça que me lembra bons momentos, talvez os melhores e ainda abre brecha pra outros futuros.
Medo de um assalto.
Ajuda recusada seria uma mensagem universal pra só me meter nas coisas que são do meu bico? ou não, o incomodo é necessário?
Pallets que me lembram pessoas importantes pra mim, nenhuma delas telepata, ainda bem, as vezes queria que fossem.
Pontos históricos que me lembram o meu pai, mas não pela história e sim pela corrida. A corrida dele é fuga? E a minha? Eu simplesmente não sei, mas e se for.
Refazer o mesmo caminho um dia depois sendo que ao contrário, por outra perspectiva e sozinho ou ao menos realmente sozinho. Seria esse o melhor pós-crise?
Algo como Questão de Tempo porém possível. Seria a viagem no tempo algo impossível?
As vezes sinto que viajo no tempo todo dia, nas lembranças, nas pessoas, nos lugares.
Os monges me dizem pra permanecer no presente.
Tenho medo de esquecer quem eu sou se fizer isto.
Eu nunca me senti tão medroso assim.
O passado nós constrói o futuro nos desmonta. Foda-se na real, vou ali acender a minha ponta.
