Quando tive muito tempo livre

Ou “Texto sobre Liberdade -parte 1”

Clarice Nilles
2 min readDec 21, 2017
A liberdade pode ser assustadora. @lidiabrancher

Quantas vezes me senti sobrepujada a algo exterior. Ao tempo, a família, ao entorno. O inferno são os outros, já dizia J.P. Sartre, filósofo representante do existencialismo.

Foi quando tive todo o tempo livre que reclamava, as conversas que precisava ter e o ambiente esperado que percebi: a liberdade nada tem com os outros.

Liberdade é algo pessoal. Algo que se adquire sozinho, independente de fatores externos. Pensar na liberdade é o que mais me entristece e faz-me sentir impotente, porém estranhamente poderosa ao mesmo tempo.

Pois percebo que, muitas vezes, sou escrava, não do tempo ou do dinheiro, mas de mim mesma. Escrava de minha mente de macaco, de meus hábitos e desculpas baseadas no que tenho de negativo — e que, claramente, não tinha aceitado ou abraçado em mim.

“Conheci” a história de mente de macaco através desse Ted

Mas essa escravidão é apenas um papel, e sou eu quem decido qual dos lobos alimentar. A cada escolha invisível, defino uma rede de próximos passos, possibilidades e resultados.

Libertador é ter consciência de seu momento de vida, é sentir seu respirar e poder sobre si mesmo. Afinal, a vida está aí, e o tempo passa igual.

O quanto vale o teu tempo, a tua liberdade?

Quão disposto tu estás a direcionar energia naquilo que te traz luz?

A chegar em casa no final do dia e, ao invés de abrir o Netflix, fazer o que tu realmente querias estar fazendo?

A tirar aquele projeto do papel?

Tudo bem ter seus momentos de ócio, de bel prazer. O caminho da vida não precisa ser 100% eficiente, e nem acredito que tenha como medir o que seria essa eficiência. De todo modo, que sem graça seria um mundo só pela produtividade.

Mas se você está reclamando demais dos outros, ou culpando demais a si mesmo, sem realizar o que queria…

Lembre-se do brilho no olhar, da sua vontade e sonhos. Abrace seus erros e falhas. E, então, liberte-se do que te impede, dos maus hábitos e das desculpas.

Só você pode fazer. Liberdade não é um ato passivo. Exige coragem.

E tá tudo bem.

Observação importante: através desse texto, não intenciono levantar qualquer bandeira de meritocracia ou desmerecer realidades diferenciadas. Todos enfrentamos batalhas e realidades diversas, por vezes demasiadamente limitantes. Favor prestar atenção na breve contextualização no 2º parágrafo e se faz sentido para ti, como fez para mim.

Bem-Vindo!

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Clarice Nilles

escrevo para saber o que escreveria caso escrevesse. @sempreclarice