O mundo está velho

E vazio…

Sergio Vieira
4 min readSep 15, 2024

Além da crise climática, que tende a se agravar nas próximas décadas e já cobra um preço significativo em vidas humanas, outro fator crítico ameaça a estabilidade dos países: o declínio populacional combinado com o aumento da expectativa de vida. Essa combinação representa um desafio explosivo — possivelmente mais urgente, a curto prazo, do que o próprio aquecimento global — para a sobrevivência dos Estados. A situação exige respostas imediatas de cientistas, sociólogos e governos.

O impacto econômico e social, especialmente sobre os sistemas de previdência, saúde e a crescente escassez de mão de obra, pode comprometer a viabilidade de diversas nações.

O desafio é claro: países que já enfrentam ou enfrentarão o declínio populacional em breve precisam buscar soluções, como políticas de incentivo à imigração e à natalidade, além de profundas reformas sociais e tributárias. Tudo isso ocorre em um cenário global de eventos climáticos cada vez mais intensos e imprevisíveis.

Fatores comuns para o declínio populacional

Baixas taxas de natalidade: Muitos países estão abaixo da taxa de reposição (2,1 filhos por mulher).Envelhecimento da população: A proporção de idosos está crescendo, elevando as taxas de mortalidade.
Emigração: Em várias regiões, especialmente no Leste Europeu, a saída de jovens em idade produtiva contribui para a queda populacional.
Mudanças culturais e socioeconômicas: A urbanização, maior participação feminina no mercado de trabalho e alterações nas expectativas familiares reduzem o número de nascimentos.

Países com declínio populacional hoje

1. Japão: Há anos, a população japonesa está em declínio, reflexo de baixas taxas de natalidade e uma alta expectativa de vida.
2. Itália: Uma das populações mais envelhecidas da Europa, a Itália lida com baixas taxas de natalidade e encolhimento demográfico.
3. Alemanha: Apesar de compensar parte do declínio com imigração, as taxas de natalidade alemãs permanecem baixas.
4. Rússia: A Rússia enfrenta queda na natalidade e emigração significativa, agravando a redução populacional.
5. Ucrânia: A guerra, emigração e baixa natalidade aceleram o declínio populacional.
6. Hungria: A Hungria luta com baixa natalidade, apesar dos esforços governamentais para revertê-la.
7. Bulgária: Uma das maiores quedas populacionais do mundo, devido à emigração e baixa taxa de natalidade.
8. Letônia: Sofre um declínio acentuado causado pela emigração e baixa fertilidade.
9. Lituânia: A emigração em massa e a baixa taxa de natalidade são fatores críticos para a redução da população.
10. Croácia: A combinação de emigração e baixa natalidade também está resultando em declínio populacional.

Países que sofrerão declínio populacional nos próximos 10 anos

1. China: A China está à beira de um declínio populacional, resultado da política do filho único e do envelhecimento rápido.
2. Espanha: A baixa taxa de fertilidade e o envelhecimento levarão a uma contração demográfica, agravada pela falta de imigração suficiente.
3. Coreia do Sul: Com uma das menores taxas de natalidade do mundo, a Coreia do Sul deve ver sua população encolher nas próximas décadas.
4. Polônia: Baixa fertilidade e emigração indicam uma redução populacional iminente.
5. Portugal: Enfrentando o mesmo desafio de muitos países europeus, a baixa natalidade e o envelhecimento populacional causarão uma contração.
6. Grécia: Problemas econômicos e demográficos devem continuar pressionando a população grega para baixo.
7. Romênia: O declínio populacional já começou e tende a persistir devido à emigração e baixa fertilidade.
8. Sérvia: A emigração e a baixa taxa de natalidade seguem afetando o crescimento populacional.
9. Tailândia: O envelhecimento e a baixa natalidade devem causar uma redução populacional significativa.
10. Cuba: Com baixas taxas de natalidade e alta emigração, Cuba enfrentará um declínio demográfico nas próximas décadas.

Dados e mais dados

Em 2023, 132 milhões de bebês nasceram e quase 62 milhões de pessoas morreram. Isso resultou em um crescimento populacional de 70 milhões de pessoas (+0,9%).

Mas, à medida que as taxas de natalidade caem em todo o mundo, espera-se que o número de mortes ocorridas a cada ano ultrapasse o número de nascimentos até 2084. Isso poderia potencialmente dar início a uma era de declínio da população global.

Até o ano de 2100, a ONU estima que a população global poderá diminuir em quase 13 milhões de pessoas, aproximadamente a população atual da Bolívia.

Obviamente, essas estimativas não são exatas e ocorrem em um intervalo de confiança de 95%. Trata-se de um intervalo dentro do qual se espera que os valores verdadeiros caiam em 95% das vezes.

Na faixa mais alta, os nascimentos ainda superam o número de mortes no ano de 2100.

Na faixa mais baixa, o declínio populacional pode começar mais perto de 2060.

Sérgio Vieira
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Projeto Impressões Digitais

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