Sobre Amamentação

Sobre Amamentar
3 min readMay 19, 2016

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Breast-feeding; allaitement maternel; Stillen; borstvoeding; menyusui; l'allattamento al seno; amning; grudnoye vskarmlivaniye…

AMAMENTAÇÃO — tantas formas de se escrever, tantas cores de peles, variadas feições, inúmeros trajes, diferentes climas, diversos costumes e culturas...e uma única forma de se realizar, um único gesto, o mesmo sentido, pelo mesmo motivo, instinto enraizado, fortalecimento do vínculo, amor!

Importante repensar a insubstituível nutrição que o leite materno confere ao lactente.

No útero, a criança recebe tudo de que precisa para o seu desenvolvimento e crescimento através do sangue que chega pelos vasos umbilicais do organismo materno. Nesse oásis, ela fica banhada pelo líquido amniótico, morno, a 37,5º C, esperando o oitavo mês para dar uma cambalhota fantástica, encaixando-se na bacia materna. Enquanto isso, a mãe prepara-se para recebê-la. Além do enxoval, ela prepara “o colo” e “o colostro”…o primeiro é o remédio para todos os males e, o segundo, o verdadeiro alimento/vacina contra as doenças.

Quando ele deixa esse conforto, sai da água morna e vem para o “meio-ambiente” (às vezes descuidadosamente frio), reclama, chora e se agita como um gatinho atirado ao alto, procurando proteção. Em uma calma e respeitosa sequência, o cordão umbilical é cortado e o bebê, literalmente, separa-se da sua mãe. Extingue-se “o útero”. Inicia-se em seguida “o colo”. O bebê passa a receber tudo de que necessita em termos nutricionais por meio de leite materno, para se tornar uma criança e um adulto com saúde física e emocional.

Desde a gestação, no útero, a mãe produz anticorpos contra doenças e os armazena em seu organismo, para aos poucos também fornecê-los pelo leite. Por isso, a criança que mama no peito tem menos doenças como diarréia e infecção respiratória, as principais causas de mortalidade infantil.

Dizia Morquio, pediatra uruguaio: “A criança alimentada no seio raramente adoece, quando adoece, raramente morre”.

Enquanto a criança mama, mantém um contato íntimo com a mãe, em seu colo, sente o seu cheiro, o seu calor, ouve a sua voz e as batidas do seu coração. A mãe, por sua vez, ali está, ambos fundidos num só corpo, dando o peito, o carinho, conversando, cantando, mantendo o filho junto a ela. Os laços que os manterão unidos só se fortalecem. E assim se faz… nesse amoroso percurso, constrói-se “o amor no coração para toda a vida”.

9 meses no útero + 2 anos no colo + amor por toda a vida = vínculo mãe-filho.

Sabe-se hoje que, logo após o nascimento do bebê, há um período sensível, mágico, bem curto e crucial, o qual não se repete, com forte influência na formação do vínculo mãe-filho. Os estudiosos do comportamento humano chegam a esse consenso e comprovam que o vínculo mãe-filho é o protótipo de todas as formas de amor.

Logo após o parto, há alterações em alguns hormônios da mulher que influenciam o psiquismo materno. A quantidade de estrogênio e a queda dos níveis de progesterona estimulam o afeto. O estrogênio, além disso, ativa os receptores sensíveis da ocitocina e da prolactina. A ocitocina — o hormônio do amor — estimula o reflexo de ejeção do leite, e estará presente em todos os tipos de amor. Experiências demonstram que injeções intraventriculares de ocitocina em mamíferos podem induzir ao modelo de comportamento materno.

Sabe-se ainda que há liberação de hormônios do tipo morfina, as endorfinas, durante o trabalho de parto e o parto propriamente dito. O mesmo acontece com o bebê, que também libera suas próprias endorfinas quando do seu nascimento.

Assim, durante um curto período pós-parto , mãe e bebê compartilham a assimilação dessa substância opiácea. Por sua vez, sua assimilação, mesmo que temporária, cria um estado mútuo entre mãe e bebê de dependência, reconhecimento, respeito, delírio.

Diante de tais evidências científicas, psicológicas e comportamentais, fica difícil negar a importância da maternidade com aleitamento e do vínculo mãe-filho.

A sabedoria popular diz que ser mãe é:

“Carregar o filho no útero durante nove meses, dois anos no colo e toda a vida no coração.”

Confira aqui nosso último post: “10 Coisas que seu Filho Precisa para ser Feliz”.

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